4°- Menino aranha!

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Eva

MJ olha para um garoto de forma entediada enquanto o mesmo tenta de várias formas chamá-la pra ir na festa do Flash, pobre alma, interessada pela Jones.

- Algum dia eu vou entender isso- fala Tália enchendo a boca com um punhado de batata frita.

- Isso o quê?- indago bebendo meu refrigerante.

- Essa falta de interesse da Jones, qual é, o garoto é gato apesar do grude.

- Está aí o problema, MJ e grude não combinam no mesmo ambiente- minha amiga se convence rindo.

- Tem razão.

Olho para trás e pego o exato momento em que um sorriso muito bonito ilumina o rosto de Parker. Que desperdício, a escola seria um lugar melhor se ele deixasse esse sorriso sempre a mostra.

- Eu tenho aula vaga agora, professor faltou e não encontraram substituto- conto terminando de mastigar meu lanche.

- Vaca sortuda! Seu último horário e o professor falta- reclama indignada por não ter aula comigo.

- Pois é, vou dar umas voltas no parque, faz tempo que não quebro a cara com o skate.

- Vai lá, mas volte ainda pegável pra festa do Flash- pede Tália provavelmente já pensando em como me transformar em sua boneca.

- Não é hoje- a lembro enquanto recolho minhas coisas.

- Por isso mesmo, qualquer coisa ainda dá tempo de cicatrizar.

Lhe dou um tapa na cabeça antes de sair rindo daquela mesa.

◇◇◇

Cheguei a pista há alguns minutos, consegui fazer três manobras antes do skate escapar do domínio de meus pés e subir até a outra ponta da pista, lançando meu corpo contra o material duro e frio do local onde treino.

- Hey, isso doeu, tudo bem?- ouço uma voz perguntar e quando ergo a cabeça, me deparo com homem aranha agachado na pista.

- Menino aranha!- exclamo, criar um apelido para um herói sempre esteve na minha lista de coisas inesperadas- estou bem, consigo cobrir esses arranhões- me levanto e aperto os lábios- tão cedo assim você já começa a patrulhar a área?

- Só quando não tenho nenhum compromisso- responde se levantando também.

- Eu vi a reportagem sobre as crianças ontem- falo limpando as mangas, continuando ao obter um murmuro como resposta- parabéns pela atitude, o mundo seria melhor se tivessem mais pessoas como você e o resto dos vingadores.

Apesar da máscara em seu rosto eu percebo sua surpresa pela minha fala.

- Sério? Quer dizer, você me admira?

- Qualquer um que começa combatendo o crime com um moletom e óculos de esqui merece admiração, menino aranha- falo buscando meu skate e depois voltando para perto dele.

- Obrigado...

- Você é um mistério- minha fala atrai sua atenção, então continuo- quantos anos você tem, sua aparência, sua personalidade sem a armadura, ninguém sabe.

- Essa é a graça de ser um super herói anônimo- fala divertido.

- Interessante, achei que você fosse um baita desastrado que quebra tudo sem querer- confesso ouvindo sua risada, essa risada não me é estranha...

- Eu sou- concorda dando um mortal para trás e se apoiando na barra de ferro onde os skatistas treinam- só que não tem o que quebrar por aqui.

- Que pena, eu gostaria de ver o menino aranha em ação- brinco sorrindo, o vendo dobrar um pouco o pescoço.

- A maioria das meninas teria me abraçado e tentado me beijar, depois de tirar uma foto claro- conta esticando uma perna.

- Desculpe decepcionar- ironizo juntando as mãos atrás do corpo.

- Não sou atraente?- sua voz divertida tem uma pontada de insegurança, o que me surpreende.

- Na verdade eu não sei, nunca vi seu rosto- pisco, ouvindo meu celular tocar em seguida- eu tenho que ir menino aranha, foi um prazer.

Saio com o skate em mãos, mas ao chegar em um local com pouco movimento eu o ponho no chão e vou deslizando até em casa.

◇◇◇

- Ela encontrou o homem aranha Jones, dá pra você admitir que o cara é sexy?- reclama Tália enquanto empurramos o colchão extra para meu quarto.

As duas vão dormir em casa hoje, só tem um problema, a bonita aqui derrubou todo café na cama, então meu pai mandou o colchão pra higienização, sorte que temos um extra, que na verdade é só um colchão antigo que a gente esqueceu de jogar fora.

- Eu nem sei como o cara é! Vai que é um quarentão acabado?- rebate MJ.

- Um quarentão acabado não faria as coisas que ele faz, e nem teria aquela voz- digo deixando o material pesado cair na cabeceira com um último empurrão.

- Que voz?

- De garoto, não sei, a voz dele não me é estranha- admito terminando de ajeitar o colchão no local.

- Deve ser uma voz comum, imagina a sorte que a gente teria se conhecesse ele? É impossível- Tália me surpreende as vezes, mas concordo com ela, é impossível.



Não esqueçam da estrela ☆

Meu Doce QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora