Janina começa a abrir os olhos, e com uma visão turva resmunga, gemendo muito:
- Ai.... Que dor de cabeça... Que dor no corpo... Mãe cade você!? Mãe!
Um forte cheiro de carniça começa a incomodá-la. Com sua visão já quase normalizada tenta enxergar a origem daquele cheiro horrível. Ela então avista uma luz fluorescente piscando em um teto meio úmido. Em seguida percebe que está trajando uma roupa verde para cirurgias. Assustada, a jovem tenta se levantar de um leito sem colchão, mas dores insuportáveis a impede. Então, com muito esforço ela analisa o ambiente se deparando com um horrível cenário.
Janina vê que no local onde agora ela se encontra, tem diversos pedaços de carne podre em cima de uma pia cheia de sangue, além disso há uma mesa de metal meia enferrujada com muitos instrumentos tipo cirúrgicos. Do lado direito, há uma janela com vista a um corredor bem iluminado de onde é possível se avistar uma outra sala, repleta de pessoas deitadas em leitos cheias de eletrodos na cabeça.
Intrigada, Janina passa a mão em sua cabeça e percebe que também a eletrodos em si. O desespero então começa a domina-la, e mesmo com muitas dores e quase vomitando pelo mal cheiro, a garota encontra forças para gritar pela mãe, desacordando em seguida.
Janina desperta instantaneamente em outro lugar, agora ela está caída no mato, e ao seu redor vê diversos corpos; apavorada começa a chorar de desespero quando alguém coloca uma mão em sua cabeça.
- Há!!!
Após um forte grito, ela se levanta ficando sentada na cama, e ao olhar para o lado vê sua mãe que a abraça automaticamente.
- Mãe! Graças a Deus você está aqui!!! Tive pesadelos horríveis!
- Calma minha filha, agora está tudo bem. Eu e seu pai estamos aqui.
- Meu pai?! - A jovem o avista sentado próximo as caixas de seu novo guarda-roupa - Mas que horas são para ele já está em casa?
- Vinte e duas e vinte filha. Você ficou até agora inconsciente depois daquele ato inconsequente com o entregador - Responde Carlos, bufando.
- Pai! Eu juro por de tudo o que é sagrado, aquele homem....
- Já chega Janina, você nos constrangeu muito. Tivemos de pedir mil desculpas para aquele sujeito... Sorte que ele nos compreendeu. Agora, tome o suco que sua mãe preparou e vá dormir. Deixaremos as visitas para seus amigos amanhã após o café.
Com os olhos cheios de lágrimas a jovem especula uma resposta, mais sua mãe a interrompe:
- Filha faça o que seu pai disse. Aqui está um suco de maracujá com camomila....
- De novo isso mãe!
- Sim.... É para o seu bem!
- Isso mesmo filha, tome o suco e essas vitaminas que estão em cima do criado-mudo.
- Que vitaminas são essas pai?
- Foi um neurologista amigo meu aqui do prédio quem me deu. Eu o chamei para examina-lá após seu surto. Agora tome e não reclame.
- Ousa seu pai filha! - Laura pega as vitaminas e entrega a Janina - O doutor Alberto é muito competente!
Sem delongas a jovem toma as vitaminas junto com o suco se deitando em seguida. Laura a cobre e beija. Carlos deseja boa noite. O casal se aproxima da porta e Janina percebe seu pai sussurrando baixinho para sua mãe:
- Nossa filha resolveu surtar agora, próximo a essa catástrofe mundial!
Ao ouvir aquilo, a garota se vira, fecha os olhos e se pergunta "Meu Deus, do que será que meu pai está falando?"
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O Caso JaDi
General FictionApós um acidente terrível, Janina desperta em seu quarto e sua vida passa a ser um complexo enigma! O que será realidade? Suas memórias são apenas fantasias? Em quem confiar? No que confiar? Muitas perguntas e respostas que vão deixar nossa salvador...