Parte 22

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Aterrorizada e embrutecida com o que ocorreu a Berto, a garota retira sua espada da bainha presa nas costas e com um ataque de fúria, começa a destruir algumas mesas do local. Ao chegar perto do carrinho com as bandejas de comida ela se detém. Uma lágrima então escorre de seu olho direito enquanto Janina reflete uma posição sólida dos fatos expressando um sorriso de anseio por sua salvação.

Sem hesitar, Janina arrasta uma cadeira junto ao carrinho com os alimentos fazendo ali mesmo uma farta refeição. A jovem come igual a um faminto leão e ao mesmo tempo se questiona:

- Será que eu estou vivendo na realidade? Ou tudo isso é só um sonho? Seja o que for... Vou lutar pela minha vida! Sei que há algo errado acontecendo.

Após se alimentar com aquelas carnes saborosas e suculentas, ao ponto de parecer que sua fome foi selada para sempre, Janina resolve apanhar o copo com o suco. A garota o cheira e percebe que seu aroma é o mesmo das bebidas que havia ingerido nos últimos dias. Intrigada com o fato, o experimenta comprovando que realmente é o sabor de sua suspeita; maracujá com camomila.

Angustiada, Janina pensa pensa e resolve arquitetar uma ideia que já estava em mente; dormir. Pois caso seus sonhos não forem sonhos, ira impor sua calma e interagirá com a razão no ambiente do sonho.

A garota começa a retirar diversas toalhas das mesas, em seguida as estende no chão formando uma especie de acolchoado, depois remove todo seu armamento e com um punhado de outras toalhas improvisa um travesseiro. Orando pela alma de seus pais e amigos a jovem adormece.

Após alguns segundos Janina desperta no mesmo local de seus últimos sonhos, só que agora ela mantém a calma.
A garota começa a espiar com um só olho o ambiente que aparenta não haver ninguém de vigília, então com cautela retira os eletrodos sobre sua cabeça raspada, depois passa a mão na nuca e estuda aquele grande cabo conectado, percebendo que o mesmo está  encaixado e preso por duas pequenas travas em suas bordas com formas aredondadas. Devagar, ela desconecta cada trava e assim consegue retirar o cabo sentindo um pequeno visgo de dor. Sem nada de sangramento dessa vez.

Muito fraca Janina custa a se manter em pé, seu corpo parece está atrofiado, mas assim mesmo ela caminha com dificuldade entre os leitos onde observando as pessoas que neles estão. São todos jovem mas com aparência de doentes, e cada um com uma feição no rosto diferente como; tristeza, felicidade, medo, raiva, angustia, satisfação e outros.

Muito trêmula e com dores por todo o corpo, Janina chega em uma porta de aço bem larga pintada de verde. Em seguida, ela se conduz até a parede forrada com um tipo filme fumê, e bem de pertinho da mesma tenta avistar alguma pista de onde está. Mas a unica coisa que vê é um imenso corredor, onde há um leito com corpo coberto.

Sem saber o que fazer, Janina  respira fundo e mesmo debilitada pensa "Tenho de procura muitas e muitas respostas e retirar forças não sei de onde. Vou suportar o insuportável."

A jovem então se conduz de volta a porta de aço e desta vez, usando muita força, ela tenta abrir a mesma, chegando e se pendurar na maçaneta. Após muito esforço extremo, a garota consegue executar seu propósito.

Depois de ter aberto a porta de aço, uma forte luz incomoda seus olhos, onde ela acaba enxerga embaçado. Alguns segundo depois sua visão se recupera e Janina se depara com o corredor largo e imenso que viu a pouco, composto com diversas portas e janelas sequenciadas opostas de onde ela saiu. Lentamente ela resolve se aproxima do leito com o corpo coberto e sem exitar, levanta o lençol se deparando com o cadáver de Berto.

Horrorizada e assustada, a garota começa a dar longos passos para trás sem perceber que se aproxima de uma porta. Ao encostar nessa porta a mesma se abre e Janina acaba caindo sentada. Rapidamente ela se levanta e ao olhar para o interior do ambiente se depara com uma mulher de cabelos curtos, baixa estatura, acima do peso e trajando um uniforme de enfermagem amarelo. Essa mulher fica paralisada e de boca aberta ao ver a garota e bem assustada, se encostada na parede ao fundo.

Olhando fixamente para ela, Janina começa a caminhar lentamente na direção da suposta enfermeira. Ao chegar próximo diz desorientada, enquanto  observa o ambiente:

- Eu já estive aqui!!! Em um sonho... Nessa sala suja úmida e com mal cheiro! - Janina então olha para a pia - Essa pia!!! Eu me lembro... Havia carne podre sobre ela.

Com um sorriso amedrontado a mulher fala:

- Nossa! É mesmo?

A jovem então estica seu braço direito na direção da tal enfermeira dizendo "Me ajude... Me ajude..." Mas antes de repetir novamente a fala, ela lembra do que Berto havia dito em não confiar em ninguém além dele, Clarisse, Renato e Diogo. Nesse mesmo instante a mulher começa a dizer:

- Venha cá menina! Que eu vou lhe ajudar! Pode confiar!

A jovem torce a cabeça para a esquerda e começa a rir. Sem entender, a suposta enfermeira começa a pedir calma a garota que retruca:

- Calma nada!

Janina então da as costas a mulher quando ouve o som de um objeto metálico batendo em outro, ela rapidamente se vira na direção que estava e vê aquela figura feminina avançando sobre sua pessoa com um bisturi em mãos dizendo:

- Eu imaginei que fosse você!!!

A jovem então se esquiva caindo sobre uma mesa de rodinhas cheia de matérias cirúrgicos, a derrubando em seguida. Com dificuldade, a garota tenta se levantar só que acaba levando um chute no estômago. Rindo sua oponente fala:

- Vou ganhar uma boa promoção administrativa mostrando a fonte dos problemas.

Enquanto ouvia aquele comentário estranho, Janina vê uma tesoura de ponta fina junto a ela e pensa "Vou deter essa mulher antes que ela me faça algo de ruim." A garota se levanta como um "gato" fincando a tesoura no olho esquerdo da tal enfermeira que começa a gritar muito. Em seguida, Janina avistando diversas seringas com agulha e cheias sobre a pia. Sem pensar duas vezes, a jovem pega duas dessas seringas, uma em cada mão, e fura o pescoço da mulher introduzindo todo o conteúdo das mesmas. Em poucos segundos sua vítima começa a cambalear pela sala até cair igual uma rocha de encontro ao piso.

Muito assustada Janina começa a caminhar na direção do corpo quando um homem entra na sala lhe dando um susto. Ela então o reconhece e fala:

- Renato? Será que eu a matei?

Nesse momento Clarisse também entra na sala perguntando e se assustando:

- A encontrou?... Nossa!!! O que houve aqui?!

Renato já com a garota nos braços diz:

- Acho que arrumamos um grande problema!

Passando as mãos fortemente sobre a cabeça e depois as batendo na cintura, Clarisse gira em volta de seu corpo e depois olhando para seu colega mandando:

- Leve a menina rápido para o leito!!! A medique e a ligue... Depois peça a ela o que iriamos pedir.

- Mais enquanto a Paula?

- Deixe que vou dar um jeito! Agora faça rápido o que ordenei! Se não... Vão nos pegar com a "JaDi" e tudo estará acabo, para nós todos!

Renato sai com a garota nos braços a levando rapidamente ao leito "9-ja." Lá ele a conecta e fala:

- JaDi... Ou melhor... Janina. Por favor diga o e-mail e a senha de sua rede social!

Muito fraca e já com os fios colocados na cabeça quanto o acoplador ligado a nuca, a jovem pergunta:

- O que houve com o Berto? Porque está morto?

- Não se preocupe com isso agora... Me fale só o que eu pedi!

Com o sorriso tímido, Janina revela seu e-mail e senha.

Renato agradece anotado tudo de forma improvisada atrás da parte de baixo da camisa de seu uniforme, em seguida aplica um medicamento na garota, que fala já quase sem voz
- De nada... E não me abandone, por favor!

- Com certeza estaremos com você até o fim!

Nesse mesmo instante Janina houve Clarisse gritando bem ao longe " Renato me ajude com o hospedeiro... Antes que alguém venha e...." A garota então perde os sentidos.

O Caso JaDiOnde histórias criam vida. Descubra agora