Parte 6

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Carlos está conduzindo seu carro pelas ruas de um bairro nobre da cidade de São Paulo; e ao seu lado está sua esposa. Ele então a olha balançando a cabeça afirmativamente. Em seguida, começa a falar com sua filha Janina, que se encontra sentada no meio do banco traseiro de cabes baixa:

- Pois bem filha, já passamos na casa do Fabio, Elias, Mariana, Valesca e da Pricila. Todos eles afirmam não ter existido essa viagem... A Valesca e o Fabio acharam até que você está enlouquecendo.

- Pois é  pai... Mas continua a afirma que a viagem existiu.

 A garota olha para o pai rapidamente através do retrovisor interno e depois volta a abaixar a cabeça.

Sua mãe, com os olhos cheios de lágrimas, tenta amenizar o sofrimento da filha a consolando.

- Janina... As vezes nossa mente quer dominar a gente! Por isso é que nessas horas devemos procurar forças em Deus.

A jovem começa a gritar com a mãe:

- Pode parar com essa filosofia religiosa ridícula! E vamos logo na casa do Diogo, sei que ele vai confirmar o que estou falando.

- Cale a boca Janina! - Grita Carlos furioso - Respeite sua mãe!

Fungando e com o rosto muito vermelho ela olha para o pai dizendo:

- Ali... Nesse portão azul... É  a casa do Diogo.

A campainha da família Amorim toca, a governanta da casa olha pelo olho mágico e vê três figuras as reconhecendo imediatamente. Em seguida, abre a porta e pede para todos entrarem e se acomodarem no sofá. Segundos depois, aparece Vera a mãe de Diogo:

- Olá família Ruff! O que traz vocês aqui?

- Queremos falar com seu filho.

- E para que seu Carlos?

O pai de Janina explica tudo o que está acontecendo com sua filha. Vera ouve atentamente.   Enquanto isso, a jovem percebe Diogo olhando de espreita ao lado do batente de uma porta.

- Que problema hein! - Vera se aproxima da jovem e tenta passar a mão em sua cabeça; mas arrisca, Janina se esquiva. Diogo então sai de trás do batente e com um olhar perdido no ar fala:

- Não... Não houve nem uma viagem! É isso "né".... Mãe?

- Acho que meu filho já disse tudo família Ruff.

Janina se levanta e corre na direção de Diogo, onde apoia suas mãos no obro do garoto e diz com a voz chorona,  enquanto o balança:

- Diogo... Diogo... Eu estou percebendo que você está mentido! por favor diga a verdade!!!  Me ajude!

A jovem então cai de joelhos no chão se desmancha mais ainda em pranto. Vera se aproxima de Janina e olhando para pais dela, diz:

- Se não fosse essa ameaça que se aproxima... Vocês poderiam aproveitar que estamos no período de ferias escolares e... Fazerem um exame toxicológico em sua filha!

Ao ouvir aquilo da mãe de Diogo, Janina se levanta e dá uma bofetada no rosto da mesma. seu Carlos  imediatamente sai do sofá e agarra a filha dando uma sequencia de cinco bofetadas nela. Laura então puxa Janina a protegendo com um abraço.

 Com um olhar de ódio, mais mantendo a postura, Vera pede para a família Ruff se retirar de sua residencia.
Constrangido, mais do que sua esposa, seu Carlos se desculpa; mas Vera que nada responde  apenas pede para a governanta fechar a porta quando a visita  sair.

Já no carro, Carlos é puro silêncio, enquanto Laura sentada com a filha no banco de trás fica a acariciar os cabelos de Janina dizendo:

- Filha! sei que você está conturbada. Mas tenho certeza que nunca se drogou. Quero vê-lá bem, e sei que seu pai também. Por isso estamos tentando convencê-lá que tudo isso que você está passando... Como posse dizer... Seria uma péssima fase hormonal!

Com o rosto todo vermelho em decorrência das bofetadas, Janina olha friamente para sua mãe e fala:

- Vamos falar com o Matias.

- Quem é o Matias filha?

- Como quem é o Matias mãe! Meu primo.

- Seu primo!?

- É... Meu primo que organiza excursões... Dono de uma locadora de carro... Que morra em Guarulhos e...

Ouvindo a conversa, Carlos encosta o carro na guia, o para, e se vira dizendo enquanto  olha para Janina:

- Filha... Já chega dessa sua loucura. Vou levá-la amanhã mesmo a um psiquiatra!

Com as lagrimas escorrendo, Janina questiona seu pai:

- Mais porque? Eu já disse que não uso drogas. Só bebidas alcoólicas isso eu confesso. E muito!

- Então irei coloca-lá nos alcoólicos anônimos. Essas suas loucuras vão ter de acabar!

Carlos volta a prosseguir viagem enquanto Laura continua a acariciar os cabelos de sua filha, agora deitada no seu colo.

- Querido.... Tem certeza que é  certo fazer isso agora? Você sabe da suposta catástrofe que está por fim!

Respirando fundo, Carlos responde a sua mulher com a voz de chorro:

- Eu sei querida... Só que eu já não sei mais o que fazer com essa menina! Não sei!

Janina com a voz abafada por esta com o rosto no colo da mãe, pergunta ao pai:

- Por que o senhor está fazendo isso comigo?

- Por não existir nem um primo Matias minha filha.

A jovem fica perplexa ao ouvir a resposta do pai.

O Caso JaDiOnde histórias criam vida. Descubra agora