One Shots - Barbixas

Chocolates.

*a cia bbxs não existe aqui* "porque por mais que tudo esteja terrivelmente horrível, triste e sem cores, ás vezes apenas um simples gesto pode melhorar o dia de alguém. bem, ao menos era o que elidio pensava ao andar com alguns chocolatinhos e bombons para entregar para desconhecidos que pareciam estar precisando sorrir um pouquinho. e talvez daniel receba uma pequena surpresa."

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Elídio, um jovem aluno do terceiro ano da faculdade de Artes Plástica, andava em direção ao prédio para mais um dia de aulas quando, do outro lado da rua, avistou um rapaz sentado um tanto quanto cabisbaixo em um dos bancos daquela pracinha que ficava há pelo menos três quadras de onde estudava e sem pensar duas vezes, atravessou a rua, já sabendo o que precisava fazer.

Elídio estava na rua desde manhã e agora já passava das 18hrs. O dia havia sido ótimo para ele desde que acordou: estava um clima agradável, o céu tinha sido completamente azul e sem nuvens pela maior parte do tempo, só atendeu clientes gentis e educados durante seu trabalho de meio período e até tinha ganhado alguns elogios sinceros a respeito de suas roupas e do seu estilo e praticamente ninguém o olhou torto hoje. – não que Elídio ligasse ou se incomodasse com isso; esse tipo de atitude não o incomodava mais depois de alguns anos.

Elídio sempre amou cores, brilhos e flores. Sempre gostou de pintar as unhas com esmaltes de todas as cores e tons. Sempre gostou de usar roupas mais coloridas. Sempre gostou de usar tiara de flores – algumas comprava prontas, porém a grande maioria foi ele mesmo quem fez. E por mais que tenha sofrido bullying durante alguns anos de sua vida, principalmente na pré-adolescência e no primeiro ano do Ensino Médio, Elídio nunca deixou e nunca deixaria de ser quem ele realmente era: apenas um garoto colorido e doce que ama cores, brilhos, flores e sorrisos.

E quando finalmente se libertou disso, compreendendo que sempre haveria comentários maldosos e olhares tortos por onde passasse e que ele não deveria se importar com tudo isso, a vida passou a ser mais bela, leve e colorida para ele.

Quando Elídio finalmente entendeu que não deveria mudar unicamente para se encaixar na sociedade e ou no padrão que ela o impôs foi simplesmente maravilhoso. "por que se mudarmos a ponto de não nos reconhecermos mais, apenas para agradar qualquer pessoa, no final, o que vai sobrar de nós mesmos? se mudarmos tanto apenas para agradar aos outros durante toda a nossa vida, o que vai restar de nós no final?" foram as perguntas que ouviu de alguém. "nada" foi a resposta que ouviu da mesma pessoa. E quando Elídio havia entendido e sentido o peso disso, sentiu-se orgulhoso de quem era, decidido a nunca mudar por ninguém e nem para se encaixar em nada. Que gostassem dele como ele realmente era.

Sabia que seria difícil. Sabia que enfrentaria obstáculos pelo caminho que fosse percorrer. Sabia que o mundo era extremamente cruel e perigoso; Porém estava disposto a enfrentar tudo e fazer de seus dias os melhores até seus últimos suspiros.

Elídio estava disposto a tornar seus dias um pouco mais coloridos todos os dias e com o passar dos anos, decidiu que também deixaria o dia das outras pessoas um pouquinho mais feliz e colorido também.

Há alguns anos, Elídio anda com bombons e chocolates dentro da sua inseparável mochila e quando encontra alguém pelo caminho que aparentemente está deprimido, triste ou simplesmente desanimado, Elídio pega um dos doces e com seu sorriso doce e gentil, se aproxima do estranho, lhe oferecendo a guloseima.

Elídio já teve as mais diversas reações: algumas pessoas pegavam o doce sem resistência, o agradecendo com um sorriso e com os olhos felizes; outras pegavam meio receosas, mas no final, acabavam sorrindo pela atitude fofa daquele garoto um tanto quanto... diferente e colorido; outras simplesmente recusavam de uma maneira educada e outras, bem... outras apenas recusavam o chocolate de um jeito um tanto quando grosseiro, contudo Elídio ainda deixava o doce ali, indo embora em passos rápidos, deixando para trás o estranho gritando.