Clichê.

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*Nota: Essa oneshot foi um pedido de uma @ que sugeriu outro "shipp improvável" ( acho que beeeeem improvável mesmo uahauhaua ). Mas confesso que achei bem fofo. *ps: amo sua fic ''eighteen''.

Boa leitura!

Espero que você goste! <3

*Me inspirei nessa música aqui.

Pov Cíntia

Segundo ano do Ensino Médio. É agora que tudo vai melhorar ou piorar, ainda mais por ser uma escola completamente nova, onde não conheço ninguém e duvido muito que vou fazer algum amigo.

O ano passado foi terrível. Além de não ter nenhum amigo, sofria bullying. E esses ataques só pioraram quando descobriram que sou lésbica e espalharam para a escola inteira. Depois desse ocorrido, minha vida se tornou um verdadeiro inferno e precisei terminar o terceiro e quarto bimestres estudando em casa.

Hoje é meu primeiro dia de aula em uma escola nova e estou com tanto medo. Queria estudar em casa, mas meus pais não deixaram. Eles disseram que passo tempo demais trancada no meu quarto e que pelo menos indo a escola, vou interagir com pessoas... Como se as pessoas quisessem interagir comigo.

Eu gosto de gente, sério mesmo. Só que sou bem tímida e não consigo fazer amigos. E também tenho medo dos julgamentos e de sofrer bullying novamente. Tenho 16 anos, meus cabelos batem nos meus ombros, sou bem alta e minha risada é... estranha. Para minha sorte, escutaram minha risada somente uma vez; Mas para meu azar, isso aconteceu quando a sala toda estava em silêncio. Depois daquele dia, nunca mais tive coragem de rir perto de alguém que não fossem meus pais.

06:45h. Minha mãe acabou de me deixar na porta da escola e seguiu para seu trabalho. Ela me desejou boa sorte quando desci do carro. Respirei fundo e entrei. Enquanto andava, via várias pessoas se abraçando, conversando e por um momento, queria ter alguém para fazer o mesmo.

Sem querer, acabei esbarrando em alguém. Pedi desculpas e saí o mais rápido que consegui, escutando a pessoa gritar alguma coisa. "Ótimo, já tenho um inimigo e não são nem sete da manhã" pensei, saindo do pátio e correndo para dentro da escola. Eu conheço um pouquinho daqui, pois meus pais e eu viemos visitá-la para que não ficasse totalmente perdida no primeiro dia de aula.

Queria ir logo para minha sala, então lembrei-me que ela fica no andar de cima. Rapidamente subi as escadas e procurei pelo número 16. Assim que o avistei, cheguei perto da porta e dei uma espiadinha dentro da sala, notando que está bem cheia.

Não queria chamar atenção. Meu objetivo é ser invisível. Contudo, para meu azar, as carteiras da parede e do fundo já estavam sendo usadas. Os poucos lugares vagos eram quase na frente e no meio.

Ainda parada perto da porta, tomando coragem para entrar, eu olhava para baixo, e no momento que resolvi levantar minha cabeça e entrar na sala, vi uma garota linda olhando diretamente na minha direção. Disfarçadamente, olhei para trás, procurando quem ela estava olhando... E não tinha ninguém. Confirmei que ela estava mesmo me olhando.

Engoli em seco e encarei-a de volta. Notei que seus olhos estavam conectados aos meus e imediatamente quis enfiar minha cara no chão ou sair correndo dali. Sentia borboletas no meu estômago e em questão de segundos, voltei a olhar para o chão.

Não, não, não. Tudo menos isso. Eu me recuso a viver o clichê onde me apaixono pela primeira garota que vi numa escola totalmente nova... Mas ao mesmo tempo, sabia que era tarde demais. Sério cupido, eu te odeio tanto. Como você ousa fazer isso comigo?! Eu nem faço ideia se ela é lésbica ou bi; certeza que deve ser hetero.

One Shots - BarbixasOnde histórias criam vida. Descubra agora