Quer ketchup?

624 43 325
                                    

Continuação de "Lanchonete"

[ ... ]

─ Daniel... – Elídio o chamou, obtendo a atenção dele. – Quer algum molho pra por no lanche? – apontou para a bandejinha em cima da mesa com vários saquinhos de mostarda, maionese e ketchup.

─ Hm... Não, não quero. – respondeu, dando outra mordida no sanduíche.

─ Então, que tal pras batatas? Quer alguma coisa?

Os amigos apenas assistiam a mais uma das tentativas dele fazer Daniel rir. Era 22:36h e Elídio não tinha conseguido nada além de pequenos sorrisos. Elídio estava profundamente arrependido de ter aceitado que sorrisos não seriam considerados como risada.

─ Não quero nenhum molho, Lico.

─ Que tal mostarda? – Elídio riu ao ver que Daniel o olhou estranho.

─ Mostarda na batata frita? Não né. – Daniel disse, pegando algumas e comendo.

─ Verdade. Quer maionese então? – sem dar chances de Daniel responder, Elídio rasgou um pacotinho com os dentes.

─ Lico, eu não quero maionese na minha batata. – Daniel afirmou, pegando seu copo de refrigerante, bebendo um pouco e o devolveu a mesa.

─ E ketchup? Quer?

─ Não Lico, não quero ketchup. – Daniel suspirou, pensando onde o namorado queria chegar com todas aquelas perguntas.

─ Ok, você quer queeutechupe então? – Elídio disse naturalmente ao fazer o trocadilho, sustentando um sorriso divertido no rosto.

Anderson, Cris e Bella deram risada, enquanto Daniel continuou com o semblante sério, encarando o namorado. Segundos depois, apenas para provocá-lo, sorriu cínico, sabendo que aquilo deixaria Elídio nervoso, pois sorrisos não contavam como risada.

─ Eu nunca deveria ter aceitado quando você disse que podia sorrir. – Elídio reclamou, desfazendo o sorriso do rosto e soltando o ar pela boca.

─ Não deveria mesmo, Lico. – Bella concordou.

─ Mas se ele não tivesse concordado com isso, o Daniel não teria aceitado a aposta. – Cris enfatizou e Anderson concordou com ela.

─ Sim, porque por mais que ele esteja brigado ou com raiva do Lico, ele não consegue passar muito tempo sem sorrir e rir das palhaçadas dele. – Anderson disse. – E se os sorrisos estivessem contando, o Dani já teria perdido a aposta assim que ela começou.

─ Ei! – Daniel exclamou, ofendido. – Isso não é verdade!

Os quatro na mesa o encararam como se dissessem "cala a boca, você sabe que é verdade". Daniel abriu a boca, indignado com os olhares, porém não falou nada, apenas continuou comendo o lanche. Logo, todos desviaram a atenção dele, voltando a comer e conversar, exceto Elídio, que já tinha acabado de comer e continuou olhando para Daniel.

Minutos depois, quando percebeu que Daniel tinha acabado de comer e estava limpando a boca com um guardanapo, teve outra ideia. Não iria fazer Daniel rir, iria fazer Daniel beijá-lo, nem que fosse somente um selinho, fazendo com que ele mesmo quebrasse a greve que impôs. Pegou seu celular e viu que marcava 22:49h. Ótimo, ainda tinha 11 minutos para concluir seu novo plano.

Notou que os amigos continuavam conversando e rindo, distraídos. Voltou a olhar para Daniel, que tinha os olhos na mesa, brincando com uma batata-frita que havia sobrado. Sutilmente, Elídio esticou suas pernas por baixo da mesa e começou a brincar com as pernas do namorado. Sorriu ao ver que agora Daniel o olhava, ao mesmo tempo que retribuía a provocação. Ambos mantinham os olhos um no outro, enquanto as pernas e pés continuavam a se encostar.

One Shots - BarbixasOnde histórias criam vida. Descubra agora