Capítulo 54

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A expressão de choque estampada no rosto de Alessandro foi impagável. Sem dúvida alguma, ele não estava esperando aquela surpresa! Ele pisca várias vezes, como se tentasse processar a realidade diante de seus olhos.

— O que... é isso? — ele olha para minhas mãos e volta a me encarar, com os olhos repletos de surpresa e admiração.

— Seu aniversário é amanhã, então decidi parabenizá-lo antecipadamente.

Sorrio, sentindo uma emoção transbordar em meu peito. Alessandro fica por alguns segundos em estado de choque, como se as palavras não fossem suficientes para expressar sua gratidão.

— Eu nem sei o que te dizer. — ele pisca algumas vezes, fechando a porta atrás de si e encurtando a distância entre nós.

Seu olhar é repleto de carinho ao me fitar. E então, inclina seu rosto em minha direção e me presenteia com um beijo. Fecho os olhos, entregando-me àquela troca de afeto. Sinto seus lábios contra os meus, e ele afasta sua boca, segurando meu rosto com ambas as mãos.

— Obrigado. — sua voz soa satisfeita, e ele se inclina para beijar minha testa com ternura.

Em seguida, ele pega o presente em minhas mãos, desatando o laço e retirando a tampa. Meu olhar se fixa nele, totalmente atenta. Alessandro estica o chaveiro em sua frente, observando cada detalhe com precisão. O chaveiro em questão representa um tubarão, uma alusão clara à sua figura de tubarão de terno. Um sorriso se forma em seu rosto, enquanto ele me encara, arqueando uma sobrancelha.

— Eu quis comprar algo que representasse o renomado tubarão de terno. — ele volta a olhar para o objeto, apreciando-o com satisfação.

— É muito bonito! Eu adorei. — minha voz transmite genuíno contentamento, enquanto observo seu gesto carinhoso.

Ele segura minha mão e nossos corpos se aproximam, criando uma proximidade que faz meu coração acelerar. Nossos olhos se intercalam em uma dança intensa de sentimentos. Sorrio, desviando o olhar por um momento, ligeiramente envergonhada. Alessandro segura a ponta dos meus dedos, fazendo-me girar com suavidade.

— Você está mais linda do que eu me lembrava! — sua voz soa cheia de admiração e apreço.

Quando seus dedos tocam meu ombro, meu corpo inteiro se arrepia, como se despertasse para uma sensação há muito tempo esquecida. Quanto tempo não sentia essas mãos que sempre me fizeram delirar de prazer! Fecho os olhos, deixando minha boca entreaberta, enquanto seus dedos percorrem suavemente meu braço, provocando uma onda de prazer percorrendo meu corpo.

— Esse vestido fica perfeito em você. — sua voz soa cheia de admiração e desejo, enquanto ele passa o dedo pela alça do vestido, subindo e descendo em um movimento sedutor.

Abro os olhos e o observo, um tanto embriagada pelo momento. Ele se aproxima, roçando sua barba em meu pescoço, um estímulo irresistível para minha pele. Minhas mãos encontram o caminho até sua nuca, e seus lábios tocam minha pele delicadamente. Sua pressão suave em meus braços me faz gemer baixinho, enquanto mordo levemente seu ombro, inundada pela saudade de seu cheiro característico. Ele sobe a boca até meu ouvido e mordisca o lóbulo da minha orelha, provocando sensações deliciosas.

— Hummm... — um gemido baixo escapa dos meus lábios, envolto em prazer indescritível. Ele se afasta, olhando-me com intensidade.

— Não sabe o quanto estou feliz por você estar aqui, Grace. — ele afasta alguns fios do meu cabelo, colocando-os atrás da orelha com delicadeza. Sorrio, emocionada com suas palavras e gestos.

Minhas mãos percorrem seu rosto, enquanto eu o encaro, perdida em seus olhos profundos e sua boca convidativa. Aproximo-me lentamente de seus lábios e o beijo com paixão, entregando-me a esse momento único de conexão e desejo.

Suas mãos deslizam pela minha cintura e coxa, explorando meu corpo com uma familiaridade arrebatadora. Paramos o beijo por um momento, e eu me inclino para beijar seu pescoço, mordiscando sua pele enquanto passo a mão por seu cabelo. Ele me deita na cama com uma delicadeza admirável, e eu abro minhas pernas, oferecendo-lhe facilidade para se aproximar. Seu corpo se apoia sobre o meu, e eu arranho suavemente suas costas, enquanto sua língua provoca arrepios em meu pescoço. Abro os olhos e encaro o teto, maravilhada com as sensações que percorrem cada parte de mim. Lembro da conversa que tive com minha irmã no restaurante. 

"— O amor verdadeiro é uma relação sem medos, em que você tem certeza de que a pessoa ao seu lado te vê como prioridade. As dúvidas desaparecem e os relacionamentos antigos se tornam apenas lembranças, histórias que serviram de aprendizado para a relação que você vive agora. Você se interessa pelos hobbies dele, conhece seus gostos e preferências, leva em consideração suas opiniões em decisões importantes, sente atração e tensão sexual, têm valores em comum, quando algo importante acontece com você, você deseja contar a ele, você imagina um futuro ao lado dessa pessoa, e assim por diante. Não estou dizendo que você precisa sentir todos esses sintomas, mas se já sentiu qualquer um deles, com certeza você ama a pessoa."

Eu sentia uma mistura avassaladora de emoções, e tudo indicava que sim, eu estava apaixonada por Alessandro. Mas será que isso era amor? Passo a mão em seu cabelo, fechando os olhos enquanto tento decifrar meus próprios sentimentos. Sentimentos verdadeiros nunca foram o ponto forte dele. Sempre que mulheres mencionavam esse assunto, ele dava um salto para trás, evitando qualquer envolvimento emocional. Seria esse o momento certo? Essas, entre tantas outras perguntas, começam a me atormentar.

— Alessandro... — chamo seu nome enquanto ele continua a beijar meu pescoço, deixando leves chupões marcados em minha pele. Nossas virilhas roçam uma na outra, e sinto sua ereção pulsante contra mim. — Alessandro... — chamo-o novamente.

Ele para de me beijar e me encara, ofegante, com os lábios avermelhados pelo batom que usava. Um sorriso se forma em meus lábios ao presenciar essa cena, e passo um dos meus dedos em sua boca. ele beija a ponta do meu dedo, provocando um arrepio em minha espinha.

— O que você sente por mim? — pergunto, fitando intensamente seus olhos.

— O quê? — Ele me encara, confuso e interrogativo.

— O que você realmente sente por mim? — Repito, mantendo meu olhar fixo nele. Alessandro me encara por alguns instantes, respirando profundamente antes de responder.

— Por que isso de repente?

— Por favor, apenas... responda. — ele me observa, acariciando meus cabelos, e um sorriso se forma em seus lábios.

— Eu estou perdidamente apaixonado por você, Helena Grace.

Ouvir essas palavras saindo de sua boca parecia surreal. Ele sorri e beija o outro lado do meu pescoço, enquanto sua mão desliza até minha coxa, apertando-a com firmeza. Um gemido involuntário escapa dos meus lábios, e eu afundo minha cabeça na cama, sentindo a pressão das nossas virilhas se encontrando. As palavras dele me trazem segurança, fazem-me perceber que, se ele conseguiu expressar seus sentimentos, mesmo sendo alguém reservado, eu também posso fazer o mesmo. Meu coração começa a acelerar, e eu arranho suas costas enquanto abro os olhos. Lembro-me do momento em que o beijei e não senti nada, da saudade que sentia dele e de como ele desperta em mim sentimentos de uma adolescente descobrindo o amor.

— Alessandro... — chamo-o novamente, fechando os olhos, enquanto ele continua a chupar meu pescoço, seus lábios explorando minha pele. Passo a mão em seu cabelo, deslizando meus dedos entre os fios. — Escuta... — Chamo-o mais uma vez, sentindo a urgência em meu peito.

Eu preciso dizer... Sua mão abandona minha coxa e desliza para debaixo do meu vestido. Diga o que sente, Helena... Mordo seu ombro, sentindo a tensão no ar. Diga logo!

— Humm, Alessandro... — Mordo meu lábio inferior e, ao abrir os olhos, encaro o teto, buscando coragem. Lembro-me das palavras de minha irmã.

"Se quer um conselho, não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje."

E então, solto as palavras que ecoam pelo quarto:

— EU TE AMO!

As palavras saem de mim, fortes e claras. Nesse momento, ele para de chupar meu pescoço e ergue o tronco para olhar em meu rosto.

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora