Capítulo 13

4.9K 354 106
                                    

Os dias seguintes foram permeados por uma estranha atmosfera. O Sr. Russell se comportava de maneira surpreendentemente educada e até gentil, abrindo a porta do carro para mim, permitindo que eu saísse mais cedo e me presenteando com pequenos agrados. Coisas que ele raramente fazia... Hoje, precisei ficar além do meu horário habitual de trabalho. Quando o relógio passou do meu horário de saída, o Sr. Russell fez questão de me conduzir até em casa, como sempre fazia. Ele parou o carro em frente à minha porta e desligou o motor. Saímos do veículo, e ele me acompanha até a calçada. Ao chegarmos, virei-me em sua direção.

— Tenha uma ótima noite, Sr. Russell. — ajustei a bolsa no meu ombro, prestes a adentrar o meu lar. No entanto, assim que dei o primeiro passo, ele me chamou.

— Grace... — virei meu rosto em sua direção. — Você não percebeu que estou agindo de forma diferente nos últimos dias? Mais... amoroso? — ele diz com um sorriso enigmático. Pisquei algumas vezes, tentando compreender. Ele coloca as mãos nos bolsos de sua calça. — Esses dias românticos e felizes se tornarão parte do seu cotidiano daqui para frente!

— O que você quer dizer com isso? — o encaro, franzindo as sobrancelhas.

— Eu vou permitir que você namore comigo! — Ele disse com um tom orgulhoso.

— Permitir que eu namore com você? — Repeti suas palavras, incrédula com sua audácia.

— Sim. — ele respondeu. Aquilo explicava o motivo de seu comportamento incomum nos últimos dias. — Acho que te assustei da última vez ao fazer aquele pedido inesperado. Eu também ficaria assustado se alguém como eu me propusesse um relacionamento. As pessoas não estão preparadas para ter um Alessandro Russell em suas vidas. Então, pensei melhor sobre o assunto e percebi que deveríamos avançar com mais cautela.

Fiquei encarando-o fixamente por alguns segundos. Mais uma vez, ele expressava suas palavras como se estivesse em uma reunião de negócios, tentando me conquistar por meio de ações com segundas intenções. Soltei um leve sorriso, negando com a cabeça e cruzando os braços, enquanto observava um carro passar. Então, voltei a encará-lo.

— Desculpe, Sr. Russell, mas... — mordo o lábio inferior. — Você não faz o meu tipo. — Sorrio. Naquele momento, ele tirou sua bombinha de asma do bolso e a utilizou repetidamente, recuperando a respiração normalmente, enquanto me encarava e guardava o dispositivo novamente no bolso.

— O quê? — ele perguntou, piscando os olhos algumas vezes. — Como você pode dizer essas coisas depois de tudo que fiz nos últimos dias? Eu realmente tentei. Se isso não é consideração, então o que é?

— Eu agradeço, mas não pedi para o senhor fazer nada disso. — umedeci os lábios. — Consideração indesejada não é consideração. De qualquer forma, espero que encontre alguém especial. — Dito isso, virei-me e caminhei em direção à entrada da minha casa, deixando-o ali, com suas dúvidas e incertezas. Deixar eu namorar com ele? Ele está se achando demais! Assim que entrei, avistei minha gatinha.

— Quem ele pensa que é!? 

— Miauuuu!!! —  Minha gatinha mia. 

Soltei um longo suspiro enquanto caminhava até o banheiro, com o celular em mãos. Sentei no vaso sanitário, abaixei minha calcinha e comecei a fazer xixi. De repente, meu celular vibrou. Olhei para o aparelho em cima da pia e o peguei. Era uma mensagem. Desbloqueei o celular e vi o nome da pessoa.

Sr. Russell: Por que você está fazendo isso?

Eu: Fazendo o quê?

Sr. Russell: Por que não quer aceitar minha proposta? — Fiquei encarando aquela mensagem por alguns segundos. Eu realmente tinha recusado o convite de namoro do poderoso CEO Alessandro Russell? Não aguentei e comecei a rir enquanto digitava.

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora