Capítulo 21

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Ele caminha em minha direção, fazendo-me dar alguns passos para trás. Seus olhos fixam-se intensamente em mim, enquanto sua mão desliza pelo meu braço, forçando-me a recuar até encostar minha bunda na quina da mesa. Sinto minhas pupilas se contraírem. Mas o que ele pensa que está fazendo?

— Entregue-se a mim, Grace... — Ele sussurra, passando o polegar pelos meus lábios, enquanto minha boca fica entreaberta.

— S-Sr. Russell... — Engulo em seco, encarando seus olhos e sua boca.

Antes que eu possa reagir, seus lábios encontram os meus. Meus olhos se arregalam. Mas o que... Ele explora meus lábios com uma lentidão diabólica. A sensualidade de seu toque faz minhas pernas fraquejarem. Seu beijo é tão prazeroso que não consigo evitar desejar mais e mais. No entanto, minha razão clama para que eu pare. Preciso interromper isso antes que fuja completamente do controle!

— Senhor Russell, por favor... — respiro ofegante, colocando as mãos em seu peito para separar nossas bocas.

— O que foi? — Ele descansa suas mãos em minha cintura.

— Por favor, me diga que está bêbado. — levanto meus olhos para encará-lo seriamente.

— Por que está dizendo isso? Acha que eu estaria com você apenas se não estivesse sóbrio?

— Não é isso. — umedeço os lábios. — Eu realmente... — antes que eu possa terminar minha frase, seu polegar acaricia meu lábio inferior, desconcentrando-me.

— Não se sente atraída por este momento? Não sente o desejo que estou sentindo?

— Não... — desvio o olhar para o peito dele. Ele arqueia uma sobrancelha, sabendo que não estou sendo totalmente sincera. Seus dedos seguram meu queixo, erguendo-o para que nossos olhos se encontrem.

— Diga-me, olhando nos olhos. — nos encaramos por alguns segundos. Seus olhos estão repletos de luxúria. Aqueles olhos que tantas vezes desejei que me olhassem da mesma forma que olham as outras mulheres. Mas isso nunca aconteceu...

— Pare com isso. — pisco algumas vezes, saindo do transe e passando por ele. — Eu não sou uma de suas presas, Alessandro! — Fico de costas, passando as mãos pelos braços, subindo e descendo.

— Com certeza não. — Ele se aproxima, tocando meu ombro e depositando um leve beijo nele. Fecho os olhos, sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo.

— Não faça isso, por favor. — engulo em seco, mantendo os olhos fechados.

— Por quê? — ele dá outro beijo em meu ombro.

— Porque não! — me viro, franzindo o cenho.

— Por que está mentindo para si mesma, Grace?

— Eu não estou mentindo para mim mesma. — Afirmei com convicção.

No entanto, no fundo do meu ser, uma voz sussurrava, revelando a verdade que eu temia confrontar. Um turbilhão de emoções se agitava dentro de mim, conflitando com a racionalidade que eu tentava manter. Era uma batalha entre o desejo avassalador e a necessidade de preservar minha integridade.

Mas eu sabia que, acima de tudo, precisava ser honesta comigo mesma. Não poderia permitir que minhas emoções me levassem por um caminho perigoso. Era hora de estabelecer limites, de afirmar minha individualidade e proteger meu coração de possíveis feridas.

Ainda que o magnetismo entre nós fosse inegável, eu não seria envolvida em um jogo de sedução vazio. Eu merecia mais do que ser apenas mais uma conquista em sua lista. Eu merecia ser amada, respeitada e valorizada por quem eu realmente era.

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora