Capítulo 39

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Leonard ergue as mãos em sinal de rendição, enquanto observo Alessandro, que ainda segura sua gola. Meu coração dispara e, instintivamente, agarro o braço de Alessandro.

— O que você está fazendo? — minha voz sai trêmula, repleta de desespero. — Alessandro, solta ele!

Imploro, enquanto ele continua a encarar Leonard com uma respiração ofegante. Olho para Leonard, que me olha perplexo e depois volta a encarar Alessandro, sem entender o que está acontecendo.

— Alessandro... — Balanço seu braço, tentando trazê-lo de volta à realidade. — ALESSANDRO! — finalmente, ele olha para mim, seus olhos encontrando os meus. — Solta ele! — ordeno com um olhar desesperado. Demora alguns segundos, mas ele finalmente solta Leonard, que arruma sua gola. Os dois se encaram, uma atmosfera carregada de seriedade os envolvendo.

As sobrancelhas se contraem em minha testa enquanto observo a tensão entre eles. Viro-me para Leonard, preocupada com seu bem-estar.

— Você está bem? — minhas palavras transbordam de preocupação, e minhas mãos instintivamente se aproximam de sua gravata. — Leonard, sinto muito. Eu não queria que isso...

Antes que eu possa terminar a frase, sinto uma mão agarrar meu pulso e me puxar. Minha voz é interrompida e minha expressão se transforma em choque.

— Mas o q... — olho na direção de Leonard, que me encara com surpresa. Em seguida, meu olhar volta-se para frente, onde vejo as costas de Alessandro se afastando. — Ei!

Minhas sobrancelhas se juntam enquanto sinto sua mão me puxando com força. Somos levados para a parte de trás da festa, onde várias portas se encontram. Ele tenta abri-las, mas estão trancadas. Passa para a próxima porta, ainda me segurando.

— Eu estou te dizendo para me soltar! — suspiro, tentando me soltar, mas ele aperta ainda mais meu pulso. De repente, entramos em um pequeno depósito cheio de produtos de limpeza. Ele me puxa para dentro e fecha a porta.

— O que é isso? — meu olhar percorre o ambiente, enquanto ofegante, passo a mão em meus pulsos, que estão marcados pela sua força. Ele me encara de cima a baixo, perplexo, apontando para a porta. Sua indignação é palpável.

— Você é inacreditável! — apoio minhas mãos nas têmporas, tentando conter a mistura de emoções que se agita dentro de mim.

— Inacreditável sou eu, vendo você aos beijos com outro homem! — suas sobrancelhas se juntam enquanto ele me encara, sem dizer uma palavra. Observo suas expressões, tentando compreender tudo o que está acontecendo.

— Aos beijos com outro homem? — umedeço meus lábios, negando com a cabeça lentamente. — E quem é você para julgar, quando você foi o primeiro a agir assim?

— O quê? — seu olhar perplexo se fixa em mim.

— Ahh, por favor, Alessandro! — levanto os braços em sinal de frustração. — Acredita que sou tão ingênua a ponto de não perceber nada? — ando de um lado para o outro, tentando controlar a enxurrada de sentimentos que me invade. — Eu vi você... — paro de caminhar e nossos olhares se encontram. — Vi você cercado por aquelas mulheres que caíam aos seus pés! — aponto para ele. — Você não passa de um hipócrita! Fica furioso com as minhas atitudes, mas faz coisas ainda piores. — Me viro, irritada, tentando me afastar, mas ele me puxa novamente, forçando-me a encará-lo.

— Me solta. — tento me libertar de seu aperto, mas ele me puxa para mais perto dele. Ficamos face a face por alguns segundos, nossos olhos fixos um no outro. — Você acha que sou apenas um brinquedo seu? — dessa vez, sou eu quem se afasta dele. — Acredita que pode me chamar a qualquer momento e eu irei correndo para você? — estalo meus dedos, expressando minha indignação.

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora