Assim que a campainha toca, meu coração dispara em um misto de alívio e frustração. Abro os olhos amplamente e mordo meu lábio inferior, buscando recuperar minha compostura. Rapidamente, me afasto do Sr. Russell, desviando meu olhar para a porta de entrada.
— Você precisa sair daqui — começo a empurrar seu peito.
— O quê? Por quê? — ele empaca no caminho, olhando-me interrogativamente.
— Porque sim! — empurro-o mais uma vez.
— Acaso é algum ficante?
— O quê? — o encaro confusa. A campainha toca novamente.
— Helena! Abre aqui — a voz da minha irmã ecoa do lado de fora. Olho em direção à porta.
— Eu... já estou indo! — digo alto, enquanto volto a olhar para Alessandro. — Vem.
Seguro sua mão e o puxo para o meu quarto. Assim que chegamos, olho ao redor, pensando em uma forma de escondê-lo. O som da campainha toca novamente. Pisco algumas vezes, saindo do transe.
— EU JÁ VOU! — grito e o puxo na direção do meu armário. Abro as portas, afasto os cabides e puxo o braço dele.
— O que você está fazendo? — ele me pergunta confuso, enquanto o empurro para dentro do armário.
— Preciso que fique aqui! — ele apoia as mãos nas portas, impedindo que eu o empurre.
— O quê? — ele me encara completamente estupefato. Empurro seu peito mais uma vez, forçando-o a entrar de vez.
— Prometo que não demoro.
Fecho as portas, encostando-me na porta, e então caminho para a sala, ajeitando os cabelos. Passo pela minha gata que está deitada, observando sua dona ficar louca com toda essa situação. Seguro a maçaneta, respirando fundo. Forço um sorriso, abrindo a porta, tentando parecer o mais natural possível.
— Ahh, até que enfim! — Jenny entra, revirando os olhos. — Por que demorou para abrir? — ela caminha pela casa.
— Eu estava... no banheiro — fecho a porta. Ela deixa uma sacolinha em cima da mesa de centro da sala. E então volta a olhar para mim.
— Trouxe um pavê de chocolate para você. Do jeitinho que gosta! — ela tira de dentro da sacolinha e pousa em cima da mesa de centro. Meus olhos brilham.
— Ahh, muito obrigada! — guardo a sobremesa na geladeira. — Será ótimo para depois do jantar. — comento, voltando até a sala.
— Ahh, sobre isso... desculpa, mas hoje não vou poder ficar — ela comenta.
— O quê? Por quê? — pergunto confusa.
— Bom, eu tenho um encontro hoje. Por isso vim. Preciso que você me empreste algumas de suas roupas e um sapato.
A encaro surpresa. Jenny não é o tipo de mulher que sai em encontros ou tem relacionamentos. No momento, ela está focada no trabalho e no seu futuro, portanto, não quer um relacionamento sério com ninguém. Mas, algumas vezes no mês, ela sai com alguns caras apenas para se divertir. Essa notícia é ótima, assim não preciso inventar alguma desculpa para que ela possa ir embora mais cedo.
— Uau... e quem é dessa vez? — pergunto, arqueando uma sobrancelha, divertida.
— O nome dele é Marcelo, tem 29 anos e trabalha como professor de física!
— Jenny tem um encontro, lá, lá, lá, lá, lááá... — começo a cantarolar, brincando com ela, enquanto a faço cócegas.
— Deixa de besteiras! — ela revira os olhos de forma divertida, protegendo-se dos meus dedos.
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O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]
RomanceEmbarque em uma cativante jornada nas páginas deste livro, mergulhando na história de Helena Grace, uma jovem determinada que almeja construir uma carreira de sucesso em Seattle. Ao conquistar um emprego como assistente pessoal na renomada "Engineer...