Capítulo 25

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Sinto-me completamente inquieta com o que aconteceu no escritório do meu chefe. Percebo que ultrapassamos os limites nos últimos dias e preciso pôr um fim nisso. Ao chegar à empresa, minha mente está repleta de pensamentos sobre o que dizer e como dizer. Ao entrar no elevador, pressionei o botão e aguarde o meu andar. Assim que as portas se abrem, avisto Adam, meu antigo colega de setor, lutou distraído com alguns papéis.

— Adam?

— Ah, oi Helena! — cumprimentamo-nos.

— Quanto tempo... — sorrio, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Como vão às coisas? — Digo, cruzando os braços na altura do peito.

— Estão bem. Ouvi dizer que você vai deixar a empresa. É verdade?

— Sim. — assinto com a cabeça. — E como você está? E o trabalho?

— Ahh, você nem vai acreditar...

Adam começa a contar sobre as fofocas do setor, e relembramos dos tempos em que me apoiaram juntos antes de eu me tornar a assistente do chefão! É reconfortante saber que, mesmo com nossas rotinas diferentes, ainda mantemos um bom relacionamento.

— Esse seu novo chefe parece ser difícil. — Comento.

— Nem me fale. — ele olha por cima do meu ombro. — Falando em chefe, o seu está vindo para cá! — 

Ele diz, em tom divertido. Olho rapidamente para trás e vejo Alessandro caminhando em nossa direção, mexendo no celular. Volto a olhar para a frente, apertando a alça da bolsa. Meu coração parece querer pular pela boca. Não queria vê-lo, pelo menos não agora. Preciso sair daqui.

— E-Eu vou ao banheiro.

Comento, sem dar tempo para que Adam diga qualquer coisa. Mas, assim que me viro, esbarro em alguém. Meus olhos se fixam no peito da pessoa e, em seguida, encontram o rosto dele. Era meu chefe, olhando para mim com uma expressão confusa.

— Me desc...

Não deixei sequer que terminasse a frase e atravesso o salão em direção ao banheiro. Sinto-me terrível por assim fugir, apenas para evitar encará-lo. Ontem eu estava tão determinada a enfrentá-lo e acabar de uma vez por todas com essa situação. Parece que minha coragem se esvai diante dele. Entro no banheiro e apoio as mãos na bancada da pia, encarando meu reflexo no espelho.

— Tá, tá... respira. Você consegue!

Inspire e expire profundamente. Preciso me aproximar dele com firmeza e explicar que precisamos interromper isso que temos, seja lá o que for, imediatamente. Ajeito alguns fios do cabelo e saio do banheiro, assumindo uma postura saudável ao voltar para minha mesa.

— Bom dia, srta. Grace! — Megan diz, estampando um sorriso em seu rosto.

— Bom dia, srta Scott. — respondo, com a voz ligeiramente abatida.

— O sr. Russell quer falar com você. — ela me informa, e seu tom de voz indica que algo não está certo.

Eu a encaro por alguns segundos, sentindo um nó se formar em meu estômago, antes de colocar minha bolsa na mesa me dirigir à porta. Respiro fundo, buscando coragem, e caminho até a sala do meu superior. Bato na porta e, ao receber permissão para entrar, adentro a sala. Ele está sentado em sua cadeira, absorto em uma ligação telefônica. Ele me olha e faz um sinal com o dedo indicador, indicando que eu espere um momento. Aceno com a cabeça, forçando um sorriso, enquanto me aproximo de sua mesa.

— OK... Cuide disso então... Sim... Nos falamos depois... — ele desliga o celular e o coloca delicadamente sobre a mesa. — Bom dia. — ele me cumprimenta, mas sua expressão é séria.

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora