O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]

Capítulo 11

— Por que está aqui? — interrogo-o, confusa, por alguns instantes, enquanto apoio uma mão trêmula no batente da porta. Normalmente, ele costuma ligar ou enviar mensagens antes de aparecer inesperadamente. Apenas então percebo que ele ainda está do lado de fora. — Por favor, entre! — gesticulo com a mão, abrindo espaço para sua entrada. Ele adentra com os braços cruzados, mantendo-os rente ao peito. — Desculpe qualquer bagunça! Não imaginei que receberia visitas.

Fecho a porta atrás dele, observando-o enquanto ele analisa o ambiente por alguns segundos, seu olhar vagando pelo espaço. Em seguida, ele se vira para mim, examinando-me de cima a baixo. Engulo em seco, sentindo-me envergonhada. Estava vestindo uma camisola de cetim. Ao notar seu olhar, rapidamente fecho o robe ao passar por ele.

— O senhor gostaria de beber alguma coisa água, café, chá?

— Não, obrigado. — ele nega com um gesto de mão, enquanto coloca as mãos nos bolsos da calça, examinando o ambiente ao seu redor.

— Sei o que está pensando... — digo, enquanto ele volta sua atenção para mim.

— A respeito de?

— Minha casa. Talvez a considere humilde!

— Não penso que seja apenas humilde... — ele faz uma pausa. — Ela é verdadeiramente modesta! — Ele afirma. Encaro-o, surpresa. Minha gata se aproxima miando. Ele olha para baixo, um tanto surpreso.

— Ah, que adorável! — ele sorri ao olhar para ela. — Qual é o nome dele? — ele se inclina, acariciando gentilmente a cabecinha dela. Parece que Lady está gostando da presença dele. Não se engane, Lady!

— É ela e se chama Lady. — cruzo os braços, mantendo-os junto ao peito. Ela passa entre suas pernas e desaparece pela casa. Nossos olhares se encontram novamente.

— Sr. Russell, o que faz aqui mesmo? — coço a cabeça. 

— Você estava falando sério? — ele questiona, assumindo uma postura séria.

— Sobre o quê? — o encaro, interrogativa.

— Sobre casar. — pisco algumas vezes. Sério que ele veio até aqui para me perguntar isso? — Por que essa mudança repentina? Há alguém que você conheceu ou está conhecendo em segredo, sem que eu não saiba?

— Não há ninguém que eu esteja conhecendo "em segredo". — faço aspas no ar com os dedos ao mencionar "em segredo". E mesmo se houvesse, não seria da conta dele!

— Essa seria a única explicação. O que mais poderia ser?

— Mesmo que eu quisesse, você acha que teria tempo para isso? — um silêncio paira no ar. — Eu trabalho ao seu lado. Passamos praticamente o dia todo juntos. Nos últimos sete anos, sigo uma rotina rigorosa! Tenho horário para sair, mas muitas vezes não sei quando vou voltar para casa. — engulo em seco, encarando-o. — Quando você me liga, mesmo que esteja ocupado ou dormindo, faço o que me pede. Acha mesmo que tenho tempo para me envolver em romances com uma rotina como essa? — franzo a testa. Ele me encara atônito.

— É preciso mais do que isso para me convencer...

Ele deduz, esperando por uma resposta. Solto uma risada irônica, passando o dedo indicador sob a ponta do nariz, negando com a cabeça antes de voltar a encará-lo. Fico alguns segundos pensando no que dizer, mesmo que não seja minha obrigação fornecer qualquer tipo de satisfação. Mas eu o conheço e sei que ele não desistirá facilmente.

— Se eu continuar trabalhando ao seu lado, não poderei ter um relacionamento sério com ninguém. Não posso viver uma vida como uma pessoa comum. — respondo-lhe.