O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]

Capítulo 51

Os dias vão se passando e eu ainda estou tentando me acostumar com essa nova rotina. A sensação de liberdade e a incerteza do futuro se misturam dentro de mim, mas decidi aproveitar esse momento para resgatar um passatempo que havia deixado de lado: a pintura. Com todo o tempo livre que tenho agora, posso me dedicar a tantas coisas, como a minha paixão pela arte. Por que amo a pintura? Ah, é porque ela é uma forma sublime de autoexpressão. O pintor, com suas pinceladas e cores, consegue traduzir os mais profundos sentimentos, buscando transmitir para o mundo suas próprias emoções. É a mágica de transformar pigmentos em formas e texturas que falam por si, sem a necessidade de palavras.

— O que você acha, Lady? — olho para minha adorável gatinha. Ela apenas me ignora e começa a se lamber.

Volto meu olhar para o quadro à minha frente e começo a adicionar novas cores. Eu e Alessandro não nos falamos depois que eu saí. Ele teve que viajar a trabalho e desde então perdemos o contato. No momento em que meus pensamentos começam a fluir, meu celular começa a vibrar, interrompendo meu momento de concentração. Coloco o cabo do pincel entre os dentes, segurando-o temporariamente, e retiro o aparelho do bolso. Era uma das minhas queridas amigas me ligando. Retiro o cabo do pincel da boca e o apoio no cavalete.

— Oi, Helena, como você está?

— Estou bem. — pego novamente o pincel e o mergulho na tinta, traçando suavemente na tela.

— Ouvi dizer que você não está mais trabalhando na empresa.

— Sim. — inclino minha cabeça para o lado, observando o ângulo da pintura. — já faz alguns dias desde que deixei o emprego. — volto minha atenção para a tela, buscando dar vida às minhas ideias.

— Bom, já que você tem tempo agora, eu queria te convidar para sair com as meninas.

— Ok... e para onde vocês vão?

— Trinity Nightclub.

Uma mistura de emoções passa por mim ao ouvir o convite. Por um lado, sinto vontade de aceitar e aproveitar a noite com minhas amigas, deixando para trás as preocupações e a incerteza. Por outro lado, uma pequena hesitação se instala em meu coração. Será que estou pronta para me jogar de volta à vida noturna, às luzes e ao som pulsante das pistas de dança? Suspiro, olhando para a pintura ainda inacabada diante de mim.

— Trinity Nightclub... parece divertido. — sorrio, sabendo que é hora de me permitir viver e experimentar as alegrias da vida. — Estou dentro!

***

O Trinity Nightclub... um espaço excepcionalmente original que exala uma atmosfera vibrante e eletrizante. Suas duas plataformas, cada uma com sua própria essência, revelam três salas distintas e uma majestosa sala VIP privada, todas elas adornadas com decorações temáticas deslumbrantes. O ambiente é preenchido com um lounge acolhedor, equipamentos de som e iluminação de última geração e duas amplas pistas de dança, prontas para receberem nossos movimentos ao som da batida envolvente. E claro, um DJ habilidoso, pronto para elevar a noite a um novo patamar de emoção!

Passamos pela multidão animada, nossos sorrisos iluminando o caminho, até chegarmos ao bar. Felizmente, encontramos algumas cadeiras vazias e nos acomodamos. O alívio é palpável ao pensar que logo estaremos desfrutando de uma bebida refrescante.

— Ahh, finalmente poderei beber! — uma das minhas amigas exclama, levantando um pouco o vestido em uma atitude de pura euforia.

— Você fala como se estivesse meses sem beber. — outra amiga comenta, sorrindo.

— Ficar a semana toda sem beber parece uma eternidade, querida! — ela responde, levantando o copo com um ar de vitória.

Nós todas começamos a rir enquanto chamamos o bartender para fazer nossos pedidos. O som da música envolvente preenche o ar. Enquanto saboreamos nossas bebidas, balanço suavemente o corpo na cadeira, aproveitando cada gole do drink pelo canudo. A atmosfera descontraída e contagiante faz com que minhas amigas se soltem ainda mais, chegando ao ponto de cantarem algumas músicas animadas entre risadas e conversas.