O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]

Capítulo 55

— O quê? — ele pergunta, completamente incrédulo. Trocamos olhares, e meus lábios tremem ligeiramente enquanto demoro alguns segundos para responder.

Nos encaramos em silêncio, como se o tempo se distorcesse ao nosso redor. A intensidade daquele momento nos levou a sair de cima um do outro e a nos sentarmos na cama. Com delicadeza, subo a alça do meu vestido que havia caído, recolocando-a em seu devido lugar. Ele encara meus olhos e minha boca por longos segundos, mergulhado em pensamentos profundos. Por que ele não diz nada? De repente, um sorriso aflora em seus lábios enquanto ele acaricia minha bochecha.

— Eu estava esperando que você dissesse isso. — sua resposta me surpreende, e meus olhos se arregalam diante de suas palavras. — Finalmente, meus esforços não foram em vão! — ele arqueia uma sobrancelha, como se o que eu tivesse dito fosse um troféu para seu ego.

Fico momentaneamente atônita, tentando processar suas palavras. Então quer dizer que ele fez tudo isso apenas para que eu me confessasse? As sobrancelhas se unem em uma expressão de questionamento enquanto o encaro.

— Então, você acredita que sou igual às outras mulheres que você ilude, apenas para depois marcar mais uma conquista em sua lista? — minha voz denota um certo estresse.

— Não, não é isso, de onde você... — ele tenta falar, mas o interrompo, sentindo a irritação borbulhar dentro de mim.

— Sabe de uma coisa, esqueça o que eu disse! — pisco várias vezes, tentando controlar as emoções que se misturam dentro de mim. Rapidamente, ele se levanta e diminui a distância entre nós.

— Ei, calma! — ele acaricia meu rosto, mas eu me afasto, cruzando os braços em um gesto defensivo. — por que está tão nervosa?

— Por quê... — engulo em seco, piscando repetidamente. — Eu sei o que acontece depois dessas palavras. — Observo seus olhos penetrantes. — Eu já presenciei isso muito mais do que você pode imaginar. — contraio meu maxilar, tentando controlar a frustração que toma conta de mim.

— Eu sei, mas você é diferente, Grace. — ele comenta, e eu respiro fundo, negando com a cabeça e desviando o olhar para a sacada.

Talvez, no fundo, eu esperasse que ele também falasse, mas as coisas não funcionam assim. Tenho que ser madura o suficiente para aceitar que, apenas porque me abri, não significa que ele deva sentir o mesmo. Especialmente ele, o renomado tubarão de terno. Respiro fundo novamente, buscando acalmar-me.

— Desculpe, Alessandro, eu só... — antes que eu possa terminar, ele me interrompe.

— Eu também te amo. — nesse momento, eu o encaro, surpresa.

— O quê? — minhas palavras mal saem, quase se perdendo no ar.

— Eu te amo, Helena Grace. — ele repete, com convicção.

Nesse momento, sinto-me como um balão murchando. Seus olhos me fitam intensamente, e intercalo o olhar entre seus olhos e sua boca. Como se lesse meus pensamentos, ele se aproxima lentamente, fechando os olhos, e nossos lábios se encontram em um beijo suave, sereno e apaixonado. Ao nos afastarmos, abro os olhos e nos encaramos por longos segundos. Um sorriso sutil se desenha em seus lábios.

— Eu já te amava antes. Só estava esperando você dizer primeiro. — ele comenta, com um tom divertido.

— Como é? — Meus olhos se estreitam diante de sua ousadia, e o acerto de leve no peito, fazendo-o rir.

Ele me puxa para um abraço, e hesito por um momento, mas acabo cedendo e o abraçando de volta. Fecho os olhos e me permito ser envolvida por seu corpo, seu calor, seu cheiro. Ah, como eu amo o cheiro dele, uma mistura de sândalo e masculinidade. Afasto meu rosto e olho para cima, encontrando seus olhos.