Capítulo 22

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Abro suavemente os olhos, permitindo que a luz do dia penetre em minha visão ainda embaçada. Um breve instante de confusão paira sobre mim, como se tentasse recordar onde exatamente me encontrava. No entanto, rapidamente reconheço o ambiente ao meu redor. Estou em seu quarto. Aquilo não foi um sonho, foi realidade.

Deixo meus olhos se fecharem novamente, mergulhando em pensamentos repletos de arrependimento. Como pude permitir que ele me seduzisse? E justamente ele, meu chefe. Observo atentamente os arredores, revivendo em minha mente os acontecimentos da noite anterior. Aqui, ali e até mesmo ali... Nosso desejo se materializou em cada canto deste quarto. Saio desse transe momentâneo, piscando repetidamente para me trazer de volta à realidade. Como poderei trabalhar para ele agora? Como conseguirei olhar em seu rosto?

Levo uma mão aos cabelos, buscando algum tipo de consolo nesse gesto reflexivo. De repente, o som da porta do banheiro se abre, interrompendo meus devaneios. Direciono meu olhar para a entrada, cobrindo meu corpo com o lençol de forma discreta. Alessandro emerge do banheiro, vestindo apenas uma toalha.

— Bom dia! — ele saúda-me com um sorriso afável.

— Bom... dia. — engulo em seco, completamente vulnerável diante dele. Esforço-me para recuperar minha compostura. Levanto-me, envolvendo-me no lençol enquanto procuro minhas roupas.

— Já vai? — ele questiona, expressando curiosidade.

Ao virar minha cabeça para responder, deparo-me com ele desfazendo o nó da toalha e começando a secar os cabelos. Meus olhos são atraídos imediatamente para... Engulo em seco, surpreendida pelas lembranças avassaladoras da noite anterior. Devo resistir à tentação de retornar aos seus braços. Certamente, Russell não é apenas habilidoso nos negócios, mas também domina a arte do toque. Balanço a cabeça repetidas vezes, afastando-me desse transe momentâneo. Agora que minha razão prevalece, percebo que coloquei tudo em risco ao me envolver com meu chefe em seu próprio quarto. Fico em silêncio, sem saber como me portar, também nua diante de seu olhar.

— Eu vou buscar minhas coisas.

Começo a procurar minha calcinha, mas não a encontro. Sinto seus olhos percorrendo-me com um olhar insinuante. Envergonhada, cubro meus seios quando percebo seu olhar fixo neles. Olho para baixo, observando meu próprio corpo, e volto a cobri-lo. Onde está a Helena destemida que se encontrava ali há poucas horas? Alessandro caminha em minha direção com a elegância de um felino, colocando suas mãos em minha cintura. Inclina sua cabeça, tentando capturar meus olhos evasivos. Com um dedo indicador, ele ergue.

— Não quero que esta manhã termine tão rapidamente — ele diz, desviando o olhar entre meus olhos e minha boca.

Tenho que admitir que ele é irresistível, apesar de sua personalidade. Ele tem essa habilidade de hipnotizar as pessoas, prendê-las em seu encanto. Esta noite fui eu, e agora não tenho ideia de como nossa relação ficará.

— Ah... — Fechei os olhos e abri novamente. — o sr. viu minhas roupas?

— Sim, pedi à empregada para lavá-las — ele responde, enrolando-se em uma toalha.

— VOCÊ O QUÊ? — minha voz se tornou aguda, enquanto piscava várias vezes.

— Algum problema? — Ele me observa confuso.

— Sr. Russell, tecnicamente sou a única que entra em sua casa, e você pede para uma de suas funcionárias, que conheço muito bem, lavar peças femininas? Elas vão deduzir que EU passei a noite com você! — franzo as sobrancelhas.

— E?

— Como assim "e"? — franzi o cenho, deixando o lençol escorregar um pouco de minhas mãos. Ele me olhou de cima a baixo, mordendo o lábio inferior. Olhei para baixo e me cobri novamente. — Como vou para casa?

O Tubarão de Terno [Em breve atualizações]Onde histórias criam vida. Descubra agora