Prólogo

50 8 18
                                    

— Você morreu.

"Você morreu" aquilo bateu na minha cabeça como um martelo. Aquelas palavras que ouvi assim que meus olhos se abriram.

"Você morreu"

Como eu posso estar morta? Se estou aqui? Mas as palavras foram repetidas:

"Você morreu"

Mas eu estou aqui. Isso é um sonho? Um pesadelo? Minha cabeça gira em círculos.

— Está me ouvindo?

— Eu... o que?

Olho para o homem na minha frente, que pisca os olhos por trás dos óculos e solta um sorriso, do qual não sei dizer se é gentil ou cruel.

— Sei que pode ser difícil escutar isso, mas é a verdade, você morreu, e agora está aqui conosco.

— Se estou morta como posso estar aqui? — Pergunto — Eu... estou no inferno?

Ele solta uma risada genuína e fraca.

— Não, nós te trouxemos de volta.

— Eu... de volta?

O que?

Que porra está acontecendo?

Ele se aproxima e meu corpo estremece.

— Do que se lembra exatamente? — Pergunta.

Do que me lembro?

— De casa... — Respondo piscando os olhos — Me lembro... das aulas, dos meus pais.

O homem parece levemente interessado, ele era bonito, com olhos verdes e cabelos castanhos, usava um terno branco e apesar de ser extremamente atraente ainda tinha uma aura que parecia gritar perigo, como se fosse um chefão de algum tipo de máfia e pudesse me matar a qualquer segundo.

Eu até poderia estar interessada, se ele não fosse um completo estranho que ao que tudo indica, me sequestrou.

— Você não respondeu minha pergunta — Falo irritada — O que estou fazendo aqui? Quem é você?

Ele solta um sorriso estranho.

— Suas perguntas serão respondidas... em breve, não se preocupe, por que está tão irritada? Quer voltar para casa?

Abro a boca para dizer que sim, mas quando estou prestes a proferir as palavras... elas não saem.

Memórias se passam pela minha mente, penso em casa, penso nas poucas coisas que consigo com a mente embaraçada.

— Não — Respondo — Mas não é como se eu quisesse ficar em uma sala com um maluco que está me dizendo que eu morri, não acha isso um tanto desconfortável?

O homem parece se divertir com a conversa.

— Não se preocupe — Ele repete — Logo suas perguntas serão respondidas, logo você estará... em sua nova casa.

Ele se coloca atrás de mim e aperta meus ombros, o que deveria ser algo relaxante me deixa ainda mais nervosa.

Aonde estou?

Quem é esse homem?

— Logo você estará em Green Lake Yugi Sakura, e tudo ficará bem.

É a última coisa que escuto antes que tudo escureça.

Cidade dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora