Eu estava sonhando, estava flutuando sobre um mundo perfeito. Andando sobre pessoas que não existiam mais, existiam, nunca foram pessoas para morrer.
Uma música fraca com uma melodia suave tocava sobre o jardim repleto de vaga-lumes que iluminavam todo o local junto das estrelas, o perfume das rosas incendiava todo o lugar, um cheiro tão puro e tão maravilhoso que me fazia querer sorrir e sorrir.
Nunca fui de dançar, mas naquela noite eu rodopiava sobre a grama, sem medo ou vergonha que me vissem, sem preocupações, em nenhum momento eu pensei: Tenho coisas mais importantes para fazer, eu apenas dancei e usei um vestido belíssimo preto coberto por pontinhos brancos que me lembravam a própria noite. Assim como dançar, nunca gostei muito de vestidos. Nunca me dei ao luxo de experimentar tantas coisas.
Mas naquela noite eu experimentei e adorei.
Naquela noite eu dancei como se a noite fosse minha.
Não me importei com o que as pessoas pensariam de mim, não liguei para mais nada.
Apenas uma coisa me parou.
Uma garota.
— Dança comigo?
Assim que meus pés pararam de flutuar sobre o chão me virei para encarar a tal garota, que usava um terno preto e flores no cabelo. Sem nem mesmo pensar eu pus minhas mãos sobre a dela, e deixei que me conduzisse sobre o luar.
— Quem é você? — Eu pergunto encantada, ela é linda, tão linda que eu poderia observá-la para sempre — Sinto que te conheço... você tem olhos tão lindos... sinto que já vi eles em algum lugar, eu certamente me lembraria deles.
— Você sabe quem eu sou — Ela sorri.
Apesar de não haver nenhuma pontada de ódio, ou mesmo alguma fagulha de maldade o meu sorriso para um momento. Eu solto as mãos dela esperando que a luz toda se apague, esperando que ela se vire contra mim, esperando que a lua e as estrelas sumam e tudo vire apenas uma escuridão incandescente.
Mas nada acontece.
— Não se preocupe — Ela diz como se lesse meus pensamentos — Não existe dor aqui.
— Mas eu... eu...
A garota pega na minha mão de volta.
— Eu... eu não fiz nada... não consegui salvar você.
Sofia balança a cabeça.
— Não se preocupe, está tudo bem
E então as coisas vão acontecendo, os vaga-lumes se apagam, as estrelas vão sumindo uma por uma, de repente as flores não tem mais perfume ou beleza alguma, de repente não tenho mais vontade de dançar e me sinto ridícula no vestido.
— Me desculpa... me desculpa... me desculpa....
As últimas palavras que escuto antes de tudo virar apenas escuridão são:
— Está tudo bem.
『••♙••』
— Está tudo bem.
Acordo em um sobressalto, como se tivesse levado um susto.
Mas foi só um pesadelo, é claro.
— Está tudo bem.
Preciso de alguns segundos antes de dar conta que aquela voz que eu estava escutando não era do sonho. E sim de Karen, que está consolando Channel.
— Está tudo bem — Ela repete acariciando os cabelos dela.
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Cidade dos Mortos
Misteri / Thriller🥉 3º 𝐿𝑈𝐺𝐴𝑅 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝑅𝐴𝑃𝑂𝑆𝐴𝑆 𝐿𝐼𝑇𝐸𝑅𝐴́𝑅𝐼𝐴𝑆 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 🎖 𝑀𝐸𝑁𝐶̧𝐴̃𝑂 𝐻𝑂𝑁𝑅𝑂𝑆𝐴 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝐺𝑂𝐿𝐷𝐸𝑁 𝐹𝑂𝑋 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 Imagine um mundo sendo infectado po...