E se fosse real

23 1 0
                                    

As descrições sobre aonde ir eram até que bem claras, mais do que eu imaginava que seriam. Para encontrar os Punishers eu precisava primeiramente ir até o submundo, ou como era chamado, mercado sombrio. Ravi havia deixado um frasco de Dark Bones junto dos arquivos alegando que eu poderia facilmente entrar com aquilo, afinal estávamos falando de viciados, todos rastejariam até meus pés se eu oferecesse aquele pequeno frasco.

Portanto, fui para a localização dada no papel, não foi tão difícil como imaginei que seria. Aparentemente eles não tinham muito o que temer, os agentes não estavam atrás deles, até colaboravam de acordo com os registros de maneira obscura, alguns mortos iam direto para o mercado e ali viravam mercadoria.

Então ninguém olhou torto para mim quando coloquei o frasco nas mãos de um dos homens que parecia vigiar o lugar. Apenas lançando um olhar para a peruca horrorosa que eu estava usando, uma de cabelos escuros e longos, ao que parece minha cara era bem estampada pelo mercado.

— Qual seu nome lindinha?

— Elisa — Invento um nome qualquer.

— O que lhe traz aqui? Algum pedido especial?

Molho os lábios. Repassando o plano na cabeça.

— Vim trazer informações... preciosas para alguém de alto escalão, vim vendê-las.

O homem intercala o olhar com o guarda ao lado, os dois cobertos por tatuagens estranhas, imaginei se elas já estavam lá antes de morreram, imaginei se era possível trazer coisas como tatuagens junto do corpo.

— Que tipo de informações? — Pergunta.

— Tenho informações sobre o lugar onde vivem os assassinos.

— Seja mais específica! — Estala a língua — Quer pagamento por saber sobre o lugar, sobre a garota...

Hein?

— Garota eu... não sei sobre nenhuma garota...

Eles se entreolham.

— Não anda vindo muito para cá, não é mesmo? Mas que bom que não é sobre ela, estamos fartos de pessoas vendendo informações falsas.

O outro ri.

— Ao que parece todas as garotas ruivas da cidade agora são ela.

Garota ruiva...

Eles estavam falando de mim.

Dou graças a Deus por Ravi ter me alertado sobre a peruca.

— Vocês são seguranças bem ruins se ficam falando essas coisas para qualquer um que passa, não é? — Levanto as sobrancelhas.

O mais alto dá de ombros.

— Não sabia que era segredo.

Claramente não havia preocupação ou medo ali, apesar das perguntas não tinha cautela nenhuma, não ligavam se eu soubesse sobre seus planos.

Não tinham o que temer, ninguém seria burro o bastante para arriscar matar ou explodir o maior mercado do submundo, e não tinham para quem vender informações quando os agentes estavam ligados àquele lugar, quando apenas ignoravam a presença da morte das pessoas que desapareciam o tempo todo.

Cidade dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora