Para um bem maior
Ela acordou.
Ela não sabia como tinha acordado, achou que estaria morta a essa altura, tinha certeza que não sobreviveria, mas mesmo assim abriu os olhos e se viu em um lugar diferente, em uma outra rua, em um outro local. Sentiu um cheiro bom, cheiro de carne ela pensou quando sentiu seu estômago comendo seu corpo, ele brigava com ela, sabia que se não se alimentasse iria morrer em poucas horas. Deixou o cheiro a guiar, sonhou com uma peça enorme de uma carne sangrenta e quente, sonhou com aquilo que sabia que não teria.
Se perguntou se iria para o céu, imaginou se lá teria um banquete, um banquete que nunca teve, imaginou o gosto da comida quando fosse para lá. Imaginou que quando morresse sua vida de dor e sofrimento acabaria, que ela nunca mais sentiria fome, que nunca mais sentiria frio, mas continuou andando, continuou seguindo o cheiro e se viu entrando em uma galeria de arte.
A galeria estava aberta, mas escura, não havia ninguém, o cheiro a guiou, logo estava descendo as escadas do local, quando chegou se viu diante de uma mesa cheia de gostosuras, a carne, do jeito que imaginou, estava na mesa, repleta de outras coisas das quais nunca nem havia visto. E então estava sentada devorando tudo que via pela frente. Lambeu os lábios desesperada, queria nunca mais sentir fome, queria comer para sempre, queria sentir aquele gosto da comida na língua pelo máximo de tempo possível, e nunca mais esquecê-lo, queria ficar ali e nunca mais sair.
Ela estava no céu?
— Quem está aí? — Disse uma voz que assustou a pequena Channel, ela se encolheu na cadeira, não havia como se esconder, não havia como fugir.
E então uma bela garota, da mesma idade que ela, se revelou, Channel achou que a garota fosse gritar, que fosse surtar porque havia uma intrusa ali.
Mas a garota apenas sorriu.
— Quem é você? — Ela perguntou suavemente.
Nenhum som saiu da boca da criança, mal sabia quem era, a única coisa que sabia era seu nome, mas nem isso queria dizer, não tinha coragem.
— Estava à espera da companhia de alguém... esse local é tão vazio.
Ela olhou ao redor, parecia só haver as duas, mas por que ela morava ali? Por que em uma galeria de arte?
— Sou Mary — Disse a garota.
— Channel — A voz saiu não mais do que um sussurro.
Um sorriso adorável se abriu no rosto da garota.
— Eu estava te esperando Channel, parece que finalmente você chegou, finalmente estaremos unidas.
Ela deve ter notado a cara de confusa que a garota albina fez porque disse logo em seguida:
— Não se lembra de mim? — Ela perguntou.
— Não — Respondeu a criança confusa.
— Sou sua irmã e a partir de agora estaremos unidas para sempre.
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Cidade dos Mortos
Детектив / Триллер🥉 3º 𝐿𝑈𝐺𝐴𝑅 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝑅𝐴𝑃𝑂𝑆𝐴𝑆 𝐿𝐼𝑇𝐸𝑅𝐴́𝑅𝐼𝐴𝑆 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 🎖 𝑀𝐸𝑁𝐶̧𝐴̃𝑂 𝐻𝑂𝑁𝑅𝑂𝑆𝐴 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝐺𝑂𝐿𝐷𝐸𝑁 𝐹𝑂𝑋 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 Imagine um mundo sendo infectado po...