Mariposas cintilavam. Meus olhos estavam em todos os lugares. Conseguia ver os vagalumes, iluminando todo o lugar. Havia um rio também, de águas limpas, além de árvores tão belas e tão verdes que pareciam ter saído de uma paleta de cores.
Apesar de estar de noite conseguia ver tudo com clareza. Cada cor, cada brilho.
— Eii! Você!
Me viro e vejo um garotinho de cabelos loiros, parece ser apenas um pouco mais novo do que eu, ele usa uma gravatinha e um terno.
— Olá — Eu digo — Quem é você?
— Não precisamos de nomes aqui — Ele responde — Não significam nada. Então pode me chamar como quiser.
Eu não sabia exatamente como dar o nome a uma pessoa. Nunca tinha conhecido uma que não tinha um. Era estranho a sensação de estar perdida, mas ao mesmo tempo tão... acolhida? Como se pertencesse a aquele lugar, o que não fazia sentido algum considerando que eu nem sequer sabia que lugar era aquele.
— Aonde estou? — Pergunto enfim.
— Esse mundo não tem um nome, pode chamá-lo como quiser.
Faço uma careta.
— Vocês não gostam muito de nomes hein — Respondo.
— Não é que não gostemos... apenas não precisamos.
— Certo então — Digo um pouco incerta das minhas perguntas — Apenas me diga sobre esse lugar de uma maneira que eu possa entender.
Ele pareceu sorrir com minhas palavras, finalmente uma pergunta na qual ele poderia responder.
— Você está em um segundo mundo, é o que acontece com nós depois que somos sugados.
Um arrepio percorre a minha espinha.
— Sugados?
— Sim, quer dizer, é como White Rose.
Ah.
Ah.
— Eu estou em White Rose? — Pergunto — Pensei que aqui era um mundo sem nome.
— E é, não é White Rose, é o lugar para aonde nós vamos depois de lá, é quando finalmente somos libertados e podemos descansar em paz.
— Então... você está morto?
Não estou mais gostando disso, não gosto da ideia de voltar a ter aqueles pesadelos, eu novamente estou aqui, andando entre os mortos.
Mas bem... Eu também sou uma pessoa meio morta.
— Não... não estamos mortos — Ele responde — Já morremos há muito tempo atrás, e então fomos trazidos de volta, mas quando somos trazidos de volta não somos exatamente mortos sabe? Uma pessoa não pode morrer duas vezes.
— Mas... pode ser trazida de volta duas vezes?
Ele apenas solta um risinho.
— Você não foi trazida de volta Emma. Quando eles te trouxeram, trouxeram uma outra pessoa, uma pessoa inspirada naquela que um dia já morreu, com as qualidades e personalidades daquela pessoa, dizer que te ressuscitaram é só uma maneira mais fácil de explicar.
— Entendo — Minto.
Nós continuamos andando pelo tal pátio, não sei como chamar, é como um jardim, o lugar é lindo, e não consigo parar de admirar o tal "lugar sem nome".
— Preciso ir Emma.
— O que? — Digo entristecida — Eu nem tive tempo de conhecer o lugar.
— Você ainda vai ter tempo — Ele diz sorrindo e então beija a minha mão — Desculpa, mas eu não sou como você, ou como qualquer uma dessas pessoas, eu sou alguém que já morreu sim, mas não fui trazido de volta.
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Cidade dos Mortos
Misterio / Suspenso🥉 3º 𝐿𝑈𝐺𝐴𝑅 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝑅𝐴𝑃𝑂𝑆𝐴𝑆 𝐿𝐼𝑇𝐸𝑅𝐴́𝑅𝐼𝐴𝑆 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 🎖 𝑀𝐸𝑁𝐶̧𝐴̃𝑂 𝐻𝑂𝑁𝑅𝑂𝑆𝐴 𝐶𝑂𝑁𝐶𝑈𝑅𝑆𝑂 𝐺𝑂𝐿𝐷𝐸𝑁 𝐹𝑂𝑋 𝐶𝐴𝑇𝐸𝐺𝑂𝑅𝐼𝐴 𝑆𝑈𝑆𝑃𝐸𝑁𝑆𝐸 Imagine um mundo sendo infectado po...