Amadurecendo

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Bom dia, gente amada! Autora passando rapidinho pra perguntar se vocês já ouviram a nova música das AnaVitoria, Lisboa-Madrid, feita em parceria com o maravilhoso Jorge Drexler. É o nosso duo mais lindo do mundo alçando vôos em outras línguas. Elas arrasam em tudo que fazem :)
Sem mais, bora pro capítulo que acho que vcs vão gostar ;)
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O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. A dádiva do tempo é nos fazer perceber que amadurecimento não significa idade, mas sim acúmulo de sorrisos que passaram a existir. Dois anos se passaram desde que me casei com Vitória e nossa vida tem sido intensa em todos os sentidos, afinal as mudanças em nossa rotina e o aprendizado são sempre uma constante. Nossos filhos estão crescendo e nos desafiam todos os dias à sermos mães melhores. Confesso que às vezes não é nada fácil mas estamos tentando. Agnes completou quatorze anos e está se tornando uma amazona tão incrível como a mãe, Arthur, agora com dez anos, está mais falante e sua inteligência e curiosidade só crescem apesar da pouca idade e Maria, nossa pequena guerreira, fez três anos semana passada.
Certo dia, eu estava em casa, brincando no tapete com Maria, e Arthur desenhava, quando Agnes e Vitória entraram discutindo pela porta:
“-Eu já te falei pra prestar atenção quando estivermos caçando! E se tu tivesse sozinha? Aquele lobo tinha te comido, menina!”-Vitória entrou dando a maior bronca na pequena.
“-Eu já pedi desculpas. Eu me distraí, mãe...”-As lágrimas desciam pelos olhos de Agnes.
“-Uma distração dessas é fatal, minha filha. Já te disse que olhos e ouvidos tem que estar sempre atentos quando estamos na floresta.”-Vitória falava enquanto tirava a camuflagem do rosto.
Agnes saiu pela porta em direção ao celeiro e deixou Vitória falando sozinha.
“-Essa tua filha tá ficando rebelde, Ninha.”-Se virou falando para mim.
“-Nossa filha, Vitória, e na verdade, acho ela bem parecida contigo. Teimosa igual a mãe.”-Dei uma risada e joguei uma maçã para ela.
“-Ninha, ela tava pensando sei lá em quê durante a caçada e quase foi atacada. Por sorte, flechei o lobo antes.”-Me falou comendo a fruta.
“-Vou lá no celeiro ver como ela está.”-Tu leva Maria e Arthur pro banho?”-Perguntei me levantando.
“-Eu tomo banho sozinho, mamãe, pode levar Maria. Vou depois que vocês saírem.”-Arthur começou a ter vergonha de tomar banho com Vitória. Já fazia um tempo que ele não se banhava conosco e nem com as irmãs.
“-Tá bom então. Se apressem que temos que começar a fazer a janta.”-Falei e fui em direção ao celeiro conversar com Agnes.
Cheguei lá e ela estava de cabeça baixa, chorando.
“-Minha filha, não precisa chorar. Tua mãe é assim mas tu sabe que ela te ama. Ela explode mas é para o teu bem.”-Falei afagando os belos cachos de minha filha.
“-Não é por isso que tô chorando, mãe.”-Deu uma pausa, secou os olhos e continuou: ”-Eu acho que tô doente...”-Falou e continuou em meio ao choro.
“-Doente? O que tu tá sentindo, Agnes?”-Perguntei preocupada.
“-Fazem dois dias que eu tenho sangrado...e o sangramento não pára....eu vou morrer, mãe...”-Falou soluçando e nesse momento eu me senti a pior mãe do mundo. Como eu havia esquecido de prepará-la para isso? Puxei minha pequena para um abraço e lhe tranquilizei:
“-Filha, não precisa chorar mais. Tu não vai morrer, eu prometo. Teu corpo tá mudando, tu deve ter percebido. Seios maiores, pêlos pelo corpo todo...e o sangramento. Esse sangramento mostra que teu corpo está preparado para gerar uma vida. Significa que tu está amaduecendo.”-Significava também que meus cabelos ficariam brancos e minhas rugas de preocupação surgiriam logo, logo.
“-Então...isso é uma coisa ‘normal’?”-Me perguntou fazendo aspas com os dedos.
“-Sim, filha, faz parte do crescimento de todas as mulheres. Esse sangramento vai acontecer todos os meses. Tu entrou na puberdade.”-Falei acariciando seus cabelos. Subitamente lembrei de algo importante e fiquei com um pouco de medo, mas falei: “-Bom, faz parte do crescimento também, o interesse em alguém...tu gosta de algum garoto ou garota, filha?”-Senti meu rosto arder ao tocar nesse assunto delicado.
“-Como assim, mãe, se eu gosto de alguém?”-Perguntou confusa.
“-É...se tem alguma pessoa que tu gosta...”-Falei com um nó na garganta.
“-Gosto das meninas lá de Corre-Ventos. São todas minhas amigas.”-Minha filha ainda é uma criança, graças à Deus.
“-Isso é ótimo, filha, muito bom mesmo.”-Falei secando a testa com o pulso. Fiz uma pequena pausa e continuei: “-E tem algum menino que tu goste?”
“-Meninos são nojentos, mãe. Aqueles amigos do Arthur estão sempre soltando pum e cuspindo em algum lugar.”-Ela falou e eu tive que rir.
“-Ah, filha, mas nem todos são assim. O vovô, por exemplo, é um homem maravilhoso. Não conheci o pai de Vitória, mas acredito que era um homem honrado pois morreu defendendo sua família.”-Ela concordou. Esperei mais um pouco para abordar mais um assunto delicado: ”-Agnes, talvez tu tenha dúvida sobre o que acontece entre pessoas casadas...”
“-Eu não quero me casar, mãe.”-Ela falou rapidamente e aquilo me surpreendeu:
“-Por que não?”
“-Eu não suportaria ver a minha pessoa olhando para outra mulher. Tu suportaria, mãe?”-Eu não esperava por isso.
“-Bem, isso realmente me deixaria triste se acontecesse...”-Nem terminei de falar e ela continuou:
“-Não precisa se preocupar mãe, eu vejo como a mãe Vi te olha. Ela está sempre só olhando pra ti.”-E eu pra ela, filha. Suspirei e abracei minha mocinha.
“-Bom, vamos entrar que acho que tua mãe já começou a fazer a janta.”-Nos levantamos e fomos abraçadas até em casa. Assim que entramos, Agnes correu e abraçou Vitória pelas costas:
“-Desculpa mãe, eu não vou mais me distrair.”-Deixou um beijo na bochecha de Vitória e rumou para o banho. Essa menina tá quase da altura da mãe.
“-Conseguiu amansar a fera?”-Vitória falou num tom divertido.
“-Sim, conversamos bastante.”-Cheguei mais perto da minha esposa e contei baixinho para as crianças não ouvirem: “-Ela menstruou.”-Vitória derrubou o prato na pia.
“-Pela Deusa, mas já!? Nossa filha já é mulher!”-Falou com os olhos arregalados.
“-Fala baixo, Vi.”-Olhei para as crianças mas elas estavam entretidas brincando: “-Sim. Ela estava desesperada porque pensou que ia morrer. Expliquei pra ela que isso era normal.”
“-Mas que mãe horrível eu sou...”-Vitória colocava as mãos na cabeça: “-Não preparei ela para isso...”
“-Eu também esqueci, Vi, e eu sou médica. Eu devia ter lembrado. Mas enfim, tivemos aquela conversa e parece que vai ficar tudo bem. Mas te confesso que eu fiquei nervosa.”-Falei enquanto colocava a mesa para a janta.
Logo que Agnes saiu do banho, jantamos sem tocar no assunto da maturidade dela. Após a janta,  sentamos no tapete para eu ler uma história antes de irem para cama.
O dia amanheceu ensolarado e como era domingo, resolvemos irmos todos até a vila para ver o leilão de cavalos que aconteceria lá. Preparamos lanches, colocamos em nossa carroça e fomos para o vilarejo.
O leilão já havia começado quando chegamos. Belos cavalos eram apresentados para venda. Os cavalos não eram de carga e sim para as corridas. Vitória disse que eram cavalos muito velozes. Já estávamos há algum tempo observando o leilão quando olhei para o lado e vi a barraquinha de limonada da Greice.
Greice era uma moça que havia se mudado para Northfolk há mais ou menos um ano e meio.  Era uma bela jovem negra, ex-escrava, que ganhou sua liberdade e veio tentar a vida em Northfolk. Era muito trabalhadora e muito bondosa com as crianças.
“-Arthur, busca uma limonada pra gente lá na barraca da Greice.”-Puxei algumas moedas da bolsa, fiz menção de entregar a ele, mas ele prestava atenção em outra coisa.”-Arthur?”-Falei novamente.
“-Deixa que eu busco a limonada. Parece que o mocinho tá entretido com outra coisa.”-Vitória apontou para onde ele estava olhando. Era uma menina loirinha, filha de um casal de imigrantes. Quando a menina olhou de volta para ele, sorriu e ele se escondeu atrás de mim. Apenas suspirei.
Jeff arrematou um dos cavalos e montou para levá-lo. O cavalo não era domado e começou a corcoviar. Relinchava e ficou em duas patas traseiras quase derrubando Jeff de seu lombo. O cavalo ainda, brabo, deu uns passos para trás e logo em seguida, saiu em disparada.
“-Vitória, ajuda o Jeff!”-Gritei para ela que trazia as limonadas. Vitória derrubou tudo e pegou o primeiro cavalo que viu e galopou em socorro dele. Ela conseguiu pegar as rédeas do cavalo mas Jeff caiu de cima do animal.
Corremos para ajudá-lo:
“-Tu tá bem, Jeff? Foi uma queda e tanto.”-Vitória falou levantando-o.
“-Estou bem, me deixe em paz. Eu posso me levantar.”-Falou revoltado.
“-Jeff, tu podia ter morrido. O que deu em ti? Vamos te levar para clínica para eu examinar melhor.”-Perguntei examinando seus braços para ver se havia quebrado algum osso.
“-Mas e o meu cavalo?”-Jeff perguntou retorcendo o rosto pela dor.
“-Eu pego ele.”-Vitória o tranquilizou.
Jeff não quis ajuda para chegar até a clínica. Esse homem é orgulhoso demais.
Continuei a examiná-lo e felizmente ele não quebrou nada:
“-Quero que tu se banhe com sal inglês essa noite. O sal tem propriedades curativas e vai ajudar a diminuir as manchas roxas no ombro.”-Entreguei-lhe uma latinha com uma pasta feita com cânfora, alecrim e mentol e disse: “-Passe essa pomada no ombro machucado duas vezes ao dia. Peça para Manoela lhe ajudar...”
“-Eu mesmo faço isso”-Falou com uma feição de dor quando tentou vestir o casaco. Ajudei-o a vestir e falei:
“ -Vai ficar dolorido alguns dias. Tu devia descansar. O corpo demora mais para se curar conforme ficamos mais velhos.”
“-O meu não! Eu estou bem. Mais alguma coisa, doutora?”-Falou ofendido com meu comentário.
“-Você teve sorte. Poderia ter ferido muitas pessoas além de si mesmo.”-Falei para que ele entendesse a gravidade da situação.
“-Bem, não matei ninguém. Eu estou cansado de fazer sempre as mesmas coisas, doutora. Uso as mesmas roupas por anos, como a mesma carne assada todas as terças-feiras, acordo todos os dias na mesma hora e trabalho no mesmo lugar. E depois começo tudo de novo e de novo. Talvez seja hora de fazer algo diferente. Eu quero me sentir vivo de novo e quero fazer alguma coisa com meu tempo além de ficar velho... ”-Deixou uma pequena lágrima cair de seu olho, pegou seu chapéu e saiu do meu consultório.
O tempo é cruel e inexorável. Entendi totalmente os medos e anseios de Jeff, afinal ele já não era mais um jovem rapaz. O desejo por sentir-se vivo fez com que ele quisesse partir em uma nova aventura. Algumas horas após ele sair do meu consultório, uma aglomeração começou a acontecer próximo ao armazém de Jeff:
“-O que está acontecendo?”-Corri até o mercado para saber do que se tratava.
“-Jeff está indo embora de Northfolk.”-Guto respondeu.
“-Jeff, não faça isso...”-Tiago saiu atrás de Jeff enquanto ele montava em seu cavalo.
“-Telegrafei para fazer uma reserva num navio para a Bolívia, não é verdade Vítor?”-Ele disse sorridente.
“-É verdade. Agora à pouco.”-Respondeu o moço do telégrafo.
“-Jeff, a Bolívia fica bem longe daqui.”-Vitória chegou do meu lado e comentou.
“-Sim, como o Egito, China e Irlanda. Quero ver tudo isso antes de voltar de viagem.”-Dito isso, puxou as rédeas do cavalo partindo em sua aventura.
Vitória me abraçou por trás e ficamos assistindo Jeff dar um beijo em sua filha, Manoela, e partir até que ele sumisse no horizonte.
“-Ei, cadê Arthur?”-Vitória perguntou para Agnes que segurava Maria.
“-Ele entrou no consultório com aquele amigo dele, o Carlinhos.”-Ela respondeu.
“-Vou chamá-lo para irmos pra casa.”-Vitória entrou em meu consultório e logo em seguida Arthur saiu correndo de lá de dentro com o amiguinho. Resolvi entrar para ver o que havia acontecido.
“-Vitória! Por que tu tá olhando meu livro de anatomia? E logo o sistema reprodutor feminino?”-Perguntei arqueando uma sobrancelha.
“-Bom, eu também fiquei surpresa quando entrei aqui e vi os meninos olhando as gravuras embora eu mesma, não entenda nada do que tá aí desenhado.”-Ela disse e gargalhou.
“-Mas não é possível que todo mundo resolveu amadurecer hoje.”-Falei me sentando em uma cadeira.
“-Acho que ele já está “naquela” idade...”-Vitória falou chegando perto de mim.
“-Que idade, Vitória?”
“-Acho que temos que falar com ele sobre aquele assunto, Ninha, sabe...sobre “pássaros e abelhas”-Vitória falou se apoiando nos braços de minha cadeira ficando com o rosto próximo ao meu.
“-Sobre reprodução? Mas ele só tem dez anos, Vi!”
“-Acho importante a gente explicar pra ele o que acontece quando duas pessoas se apaixonam e se casam...”-Ela roçou os lábios nos meus e continuou: ”-...sobre abraçar e beijar...reprodução.”-Deixou um beijo em meus lábios e se levantou devagar.
“-Bom...talvez seja a hora.”-Me levantei rapidamente e andei em direção à estante do consultório. “-Eu tenho um livro aqui que é excelente. Ele pode ler e tirar as dúvidas.
“-Não é melhor a gente explicar pra ele, Ninha? É só conversar e explicar o que ele precisa saber. Ele só está interessado no básico, como os bebês são feitos e os nomes das coisas. O resto ele vai aprender fazendo quando tiver idade, é claro.”
“-Tua mãe te ensinou sobre isso, Vi?”
“-Não, mas eu queria que ela tivesse me explicado. Algumas coisas a gente precisa ouvir de uma mulher.”
“-Minha mãe também nunca me falou sobre isso. Não sei se por timidez ou por achar que eu nunca fosse me casar, então aprendi nos livros.”-Ela veio até mim, me abraçou e me deu um beijo casto:
“-Nem tudo o que se precisa saber vem de um livro.”-Me beijou novamente e depois disse:”- Vamos pegar as crianças e vamos para casa.
Peguei meu livro de Anatomia disposta a explicar a Arthur sobre o sistema reprodutor.
Chegamos em casa e Vitória foi começar a janta, auxiliada por Agnes. Maria brincava no chão e Arthur e eu nos sentamos na mesa:
“-Meu filho, eu sei que tu tem dúvidas sobre...Ãh..como direi...Ah! Garotas! Dúvidas sobre garotas.”-Vitória só me olhava de canto de olho e ria. Ser mãe é realmente a maior das aventuras.”-Bom...”-Limpei a garganta bebendo um gole de água e comecei:”- No primeiro estágio da vida as diferenças entre homens e mulheres são pouco perceptíveis, mas a proximidade da puberdade trás mudanças internas e externas bem definidas. A masculina se inicia com a mudanças na voz por causa do crescimento do pomo de Adão na garganta...”-Arthur me olhava com cara de tédio e como quem não estava entendendo nada.
“...-Quando instalado na cavidade do útero, em virtude do estímulo da fecundação, o óvulo se liga ao seu tecido...”-Arthur se contorcia na cadeira e suspirava longamente.
“...-E então após uma semana ou mais, o cordão umbilical cai. Bom, é isso. Alguma pergunta?”-Ele só me olhava escorregando da cadeira.”-Que bom que tivemos essa conversa. Vamos jantar?”-Aquilo tinha sido um fracasso. Eu era a pior mãe do mundo.
Mais tarde, em nosso quarto, Vitória não parava de rir:
“-Ninha, sério, tava muito engraçado. Tu falava aquele tanto de informação e ele só te olhando com um ponto de interrogação no rosto.”-Vitória se rolava na cama, do meu lado, de tanto rir.
“-Não achei graça, Vitória. Eu expliquei coisas importante pra ele ali.”-Não quis dar o braço à torcer e fiz de conta que fiquei ofendida, cruzando meus braços sobre meu peito. Ela rolou pra cima de mim, descruzou meus braços levando-os acima da minha cabeça e disse:
“-Eu já te disse que fico excitada quando tu ensina?”-Deixou beijos quentes e demorados em meu pescoço.
“-Hoje tu ainda não disse, não.”-Falei olhando em suas orbes terrosas. “-Eu já te disse que a cor dos teus olhos é minha cor favorita?”-Ela beijou minha boca e disse:
“-Verdade? Sabia não. Mentira, sabia sim.”-Fez uma graça e se ajeitou entre minhas pernas, se roçando em mim.
“-Vitória, tu vai continuar me amando mesmo quando eu for velhinha?”-Ela parou os beijos e ficou me fitando.
“-Vou te amar pra sempre e mais que isso, quando a Deusa me levar, vou pedir pra ela mandar minha alma de novo aqui pra baixo pra eu te reencontrar nas minhas vidas futuras, Ninha. Eu te além.”-Vitória seguiu descendo seus beijos por meu pescoço chegando ao vale entre meus seios. Seus beijos ardentes fizeram casa em mim. Desceu vagarosamente sua mão pelo meu tronco e quando ia baixar minha roupa íntima, ouvimos um barulho na porta da frente.
“-Vi, alguém abriu a porta.”-Falei me vestindo novamente.
“-Fica aí, Ninha, eu vou lá ver.”- Obviamente fui atrás de Vitória ver o que estava acontecendo. A porta da frente estava fechada. Olhamos através da janela e vimos Arthur, com uma trouxinha de roupas, indo para a floresta que fica próxima a nossa casa.
“-Mas o que esse menino tá pensan..”-Já ia sair correndo porta à fora quando Vitória me parou.
“-Espera, Ninha, eu vou atrás dele. Vamos deixar ele fazer a jornada dele. Eu vou segui-lo sem que ele perceba pra que nada aconteça com ele durante a madrugada. Trago ele de volta  de manhã, tá? Ele deve tá confuso com esses sentimentos novos que estão aflorando.”-Vitória tinha razão. Tinhamos que dar espaço à ele mas precisava ir para a floresta?
“-Tudo bem, amor, mas amanhã quero vocês aqui de volta.”-Ela me deixou um beijo e saiu para escoltar nosso homenzinho.

Dra. CaetanoOnde histórias criam vida. Descubra agora