Obrigada a todos (as) que estão lendo minha fic. Espero que estejam gostando e que, de alguma forma, distraia vocês nesse tempo estranho. Um beijo e se cuidem
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“-O que tu tá fazendo aqui, Vitória? Te disse que é perigoso.”-E ela não veio sozinha. Veio acompanhada de Sabra, Flávia e mais uma moça que eu não conhecia.
“-Oi, Ana Clara. Bom te ver também.”-Ah, Vitória...Ironia nesse momento não...”-Viemos te ajudar. Falei com essas três aqui e elas querem ser voluntárias.”-Falou tranquila.
“-Vou te ser bem sincera, Falcão, não tô em posição de rejeitar ajuda. Isso aqui tá o caos. Não pára de chegar gente doente.”
“-Doutora,”-Me chamou a moça que eu não conhecia-“antes quero lhe agradecer por tudo que fez pela minha esposa, Flávia. Me chamo Bárbara. Quero lhe ajudar também.”-Falou humildemente.
“-Muito prazer, Bárbara. Pena nos conhecermos numa situação tão problemática.”-Falei simpática.
Entreguei uma bacia com água para cada uma delas e orientei como elas deveriam lavar os pacientes. Ficaria mais fácil com a ajuda delas.
Vitória me puxou pela mão e me levou até um quarto vazio.
“-NaClara, tu tá muito abatida. Hora de descansar um pouco. Eu trouxe um pão de milho e uma garrafa com chá pra ti.”-Me falou já arrumado as coisas em cima da cama.
“-Obrigada, Vitória. Fazem três dias que não páro nem pra comer. Nunca tinha visto uma coisa dessas.” –E continuei: “-Tô muito preocupada. Os remédios estão acabando e não tá chegando nada das outras cidades. Ontem teve uma briga lá no mercado por que tinham pessoas comprando tudo que podiam e não deixavam pros outros. É muito egoísmo, né?”- Falei comendo uma fatia de pão e bebendo o chá.
“-Olha, Ana, lá na aldeia nós temos nossa Xamã. Ela sabe tudo de ervas e chás. Posso pedir pra ela fazer um medicamento pra ajudar na gripe.”-Me disse inocente.
“-Não. Vitória, não posso usar remédio experimental nessas pessoas. Não há comprovação que eles funcionam. Seria usar os pacientes como cobaias. Não posso fazer isso.”- Fui sincera.
Vitória não me falou nada, apenas suspirou pesado.
“-Eu vou lá ajudar os pacientes. Termina de comer e deita pra descansar um pouco.”- me falou e saiu do quarto.
Vitória’s PoV:
Saí do quarto de deixei Ana Clara lá. Ela precisava descansar. Estava com olheiras profundas e muito abatida.
Desci as escadas e fui em direção aos pacientes. Como disse Ana, não parava de chegar gente. Estava passando a esponja com água numa moça, quando entra Guto, o barbeiro, pela porta, ardendo em febre. Deitei ele numa das camas e dei um pouco do remédio que já tinha sido fracionado por Ana Clara. Fiz ele beber bastante água e comecei a passar a esponja no rosto dele quando Ana apareceu descendo a escada. Era teimosa. Não iria ficar lá deitada quando tem tanta gente aqui precisando de um médico.
...
Se passaram mais três dias e as coisas estavam se acalmando. Já haviam poucos doentes quando escutei o som de uma bacia caindo no chão. Levantei a cabeça e vi Ana Clara, ofegante, tremendo e com lágrimas nos olhos. Ela se apoiou em uma parede e baixou a cabeça. Corri em sua direção bem a tempo de segurá-la quando seu corpo não aguentou mais. Ela desmaiou em meus braços.
Subi correndo com ela no colo. Coloquei-a na cama, tirei sua roupa e comecei a lavar seu corpo com água fria. Ver Ana Clara ofegante e com o corpo suado me fez ter pensamentos muito impuros. Me livrei dos pensamentos mais que depressa. Colei minha testa na sua e ardia em febre. Estava tendo alucinações. Falava coisas desconexas e chamava por sua mãe.
Eu precisava fazer algo rápido. Fui até Sabra e falei:
“-Sabra, vai na aldeia buscar Nayara, a Xamã. Diz pra ela me encontrar na floresta. Vou levar Ana Clara pra lá. Quero que ela faça o ritual da cura. A febre da Ana não baixa.”- Terminei de falar e Sabra disparou em direção a seu cavalo.
Voltei ao quarto pra buscar Ana Clara. Vesti sua camisola e peguei-a no colo. Desci as escadas e, quando ia saindo do hospital, fui parada pelo barman e pelo barbeiro, que estava curado.
“-O que vai fazer?- Perguntou o barbeiro.
“-Vou dar uma chance de sobrevivência à doutora.”- Subi em Trovão e fomos para floresta.
Cheguei no local do ritual e Nayara já havia preparado o círculo de pedras e estava acendendo a fogueira para queimar as ervas.
Coloquei Ana dentro do círculo e Nayara começou a passar as ervas defumadas ao redor de Ana enquanto entoava seus cânticos.
Terminou o ritual e fez um remédio à base de ervas para eu dar à ela.
Levei Ana de volta ao hospital. Agora era tratá-la de hora em hora e esperar a reação.
Não sei por quanto tempo eu dormi, sentada na poltrona ao lado da cama de Ana, mas acordei com uma batida de leve no meu braço.
“-Que dia é hoje, Vitória? Quanto tempo eu dormi?”-Me perguntou com os olhinhos caídos e inchados de tanto dormir.
“-Hoje é domingo, Ana. Tu dormiu um dia inteiro. Mas o descanso te fez melhorar.”-Enchi um copo com água e dei para ela beber. “- Tu tá com fome? Vamos descer pra comer.”- Disse já me levantando e dando um casaco pra ela se cobrir.
Descemos a escada e Ana foi recebida com palmas pelos pacientes que agora já estavam melhores. Estavam todos preocupados com ela. Maro e as amazonas correram até o pé da escada para abraçá-la.
Ana estava sendo chamada de Drª Caetano, a mulher que cura por aquelas pessoas. Ela é incrível.
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Dra. Caetano
Fiksi PenggemarNo ano de 1867, Ana Clara Caetano retorna à cidade onde nasceu, Northfolk, para trabalhar como médica numa vila rural onde cresceu. Uma das poucas médicas num mundo de médicos, ela mostra-se uma mulher à frente de seu tempo, não só por suas atitudes...