A Eleição

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Olá, pessoas lindas, autora aqui, Dra. Caetano pediu pra lembrar que ano que vem teremos eleição. Não devemos nunca esquecer os sacrifícios que as mulheres que vieram antes de nós fizeram para que pudéssemos, hoje, votar. Pesquisem sobre os candidatos e não joguem seu voto no lixo. Um beijo e bora pro capítulo. #EleNuncaMais
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A cidade de Northfolk crescia e com ela, cresciam também os problemas. Estávamos todos reunidos na Igreja para votarmos uma moção sobre o lixo que crescia na cidade:
-Não precisamos de um sistema de coleta de lixo. Cada tem que ser responsável pelo seu descarte. Colocar alguém para recolher o lixo não faz sentido e seria caro para cidade.”-Falou Jeff, dono do mercado.
“-As crianças estão brincando no meio do lixo. Isso é um absurdo.”-Isadora rebateu.
“-É só não deixá-las brincando na rua.”-Tiago, dono do Saloon, falou e alguns homens riram.
“-Isso não vai acabar com o problema do lixo, sr. Iorc. O lixo contamina a terra e a água. Provavelmente tu quer outra epidemia por aqui.”-Falei.
Várias pessoas começaram a falar ao mesmo tempo então Pastor Simas interveio:
“-Silêncio!”-Bateu com um martelinho no altar: “-Vamos votar: Quem é a favor de um sistema de coleta de lixo?”-Apenas as mulheres se manifestaram. “-Quem é contra o sistema de coleta de lixo?”-Os homens que, eram maioria, votaram. “-Moção sobre o sistema de coleta, negada.”- O reverendo bateu o martelo encerrando assim a reunião. Já estávamos levantando para irmos embora quando Vítor se pronunciou:
“-Eu tenho algo para colocar em pauta.”-Nos sentamos novamente. “-Acho errado que mulheres sirvam de entretenimento no Saloon.”-Falou e as mulheres apoiaram.
“-Deixe de brincadeiras, Vítor.”-Falou Tiago.
“-Não estou brincando. As mulheres precisam estarem seguras e em um ambiente saudável e, se quiserem, tem o direito de formarem suas famílias.”-Vítor falou e me senti aliviada por terem homens assim.
O comentário de Vítor causou alvoroço entre os homens. Reverendo Simas interveio novamente batendo o martelo:
“-Silêncio! Podemos colocar em votação na próxima moção.”
“-E quando será a próxima reunião?”-Vítor perguntou.
“-Em um mês.”-O reverendo respondeu.
“-Esperem, as crianças estão sem ir à escola. Precisamos de uma professora substituta e não podemos esperar um mês para a próxima reunião.”-Disse dona Joana, moradora da vila.
“-Não podemos mais ficar decidindo assim. Precisamos de alguém que gerencie e organize a cidade.”-Falou Jeff.
“-É uma boa ideia, Jeff, precisamos de um prefeito.”-Disse o reverendo.
“-Eu indico Jeff.” –Guto se pronunciou.
“-Obrigado, Guto, mas eu indico alguém mais...eu indico Guto Oliveira.”-Falou Jeff em meio ao burburinho.
“-Precisamos de uma eleição.”-Disse o reverendo. Vítor se levantou e disse:
“-Eu indico Dra. Caetano.”-Alguns riram outros balançavam a cabeça negativamente.
“-Obrigada, Vítor, mas não entendo muito de política.”-Agradeci a confiança.
“-Mas a senhora foi a faculdade, lê muitos livros e sabe mais que todos nós aqui. Tenho certeza que é o melhor nome para governar a cidade.”-Argumentou o rapaz do telégrafo.
“-Vítor, não seja idiota, não podemos ter uma mulher comandando a cidade.”-Falou Tiago.
“-Por que não?”-Ele quis saber.
“-Mulheres não podem nem votar, quanto mais concorrer a cargos públicos.”-Falou Guto.
“-Na verdade, o estatuto da cidade não diz nada sobre mulheres não poderem concorrer a prefeitura. Aqui diz que para concorrer precisa morar na cidade pelo menos um ano e ter uma residência.”-Disse o reverendo folhando o estatuto.
“-Uma cidade governada por uma mulher? Como seria isso?”-Jeff falou rindo.
“-Uma cidade de madames.”-Tiago falou e os homens riram. Aquilo me irritou profundamente. Me levantei e falei:
“-Obrigada pelo nomeação, Vítor, eu aceito concorrer.”-Alguns aplaudiram e outros torceram o nariz.
“-Ótimo, a eleição será realizada no próximo final de semana.”-Reverendo Simas bateu o martelo e encerrou a reunião.
Saímos da reunião na igreja e fui em direção a minha clínica. Encontrei Vitória e as crianças no caminho.
“-Ninha, que história é essa que tu vai ser prefeita da cidade?”-As notícias sempre correm igual rastilho de pólvora.
“-Lancei minha candidatura hoje na reunião. Vou concorrer contra Guto para a prefeitura de Northfolk.”-Nesse mesmo instante, Maro, a garota do Saloon, veio em minha direção.
“-Dra. Caetano, eu soube da sua candidatura! Fiquei muito feliz em ter uma mulher nos representando.”-Maro me cumprimentou apertando minha mão.
“-Dra. Caetano, a senhora não vai mesmo concorrer, vai?”-Jeff me perguntou.
“-É claro que ela vai, pai!”-Disse Manoela, a filha de Jeff. Ela montou um pequeno espaço no mercado de seu pai e escreve a Gazeta de Nortfolk. “-Eu gostaria muito de ajudá-la em sua campanha.”-Ela ofereceu seus serviços.
“-Você não pode ajudá-la, o jornal tem que ser imparcial.”-Guto se intrometeu na conversa.
“-Bem, então não escreverei para a Gazeta até que a eleição acabe. Gostaria muito de lhe ajudar, doutora.”
“-Eu quero ajudar também!”-Agnes falou animada e Arthur batia palmas.
“-Amor, posso falar contigo um minuto.”-Vitória disse me puxando de canto e continuou: “-Não é melhor parar antes que isso vá longe demais?”
“-Por que tu quer que eu pare?”-Perguntei.
“-Política é um negócio muito sujo. Tenho visto por aí pessoas fazendo promessas que não podem cumprir, trocas de favores e acordos que beneficiam somente aos grandes.”-Vitória deu sua opinião.
“-Entendo teu ponto de vista, Vitória, mas eu não farei nenhuma promessa que não possa cumprir. Me diziam que eu não poderia ser doutora ou correr uma corrida de cavalos e aqui estou eu. Ninguém vai me dizer que não posso concorrer a prefeitura.”
“-Ninha, esses homens não vão votar em ti. Eles não querem uma mulher na prefeitura.”-Vitória quis me fazer desistir. Olhei ao meu redor e vi as mulheres se aglomerando e comemorando minha candidatura:
“-Talvez eu não vença mas vou tentar.”-Vitória veio de charrete com as crianças me buscar. Voltamos para casa e Manoela foi junto para me ajudar na campanha. Chegando em casa, Vitória foi fazer o almoço enquanto as crianças, Manu e eu pensávamos em minha campanha:
“-Dra. Caetano, precisamos elaborar sua plataforma de governo.”-Disse Manoela apontando seu lápis e abrindo o caderninho.  Agnes e Arthur faziam alguns cartazes com um slogan para pendurarmos pela cidade. “-Qual vai ser sua plataforma de governo?”-Manoela me perguntou:
“-Bom, eu quero que as mulheres tenham direito ao voto, então essa será minha primeira medida de governo, se eu for eleita.”-Falei sinceramente.
“-Hum, não sei se essa medida será muito popular entre os homens. Que tal falar sobre educação?”-Manoela argumentou.
“-Também quero acabar com a prostituição na cidade. Oferecer um trabalho digno à essas mulheres que são escravizadas por Tiago.”-Falei minha segunda medida de governo.
“-Acabar com a prostituição também não será muito popular. E também, não mencione que vai banir a bebida do Saloon ou sua campanha vai acabar aqui mesmo.”-Manoela falou sincera e preocupada.
Enquanto conversávamos, Arthur puxou Vitória para ajudá-lo a escrever o slogan no cartaz. Depois de terminado, o pequeno veio me mostrar. Eles fizeram dois cartazes com os seguintes dizeres: “Não cometa engano e vote Dra. Caetano” e no outro dizia: “Dra. Caetano, a cura para a cidade.” Fiquei emocionada.
No dia seguinte, fomos à vila pendurar os cartazes e qual não foi minha surpresa quando vi que Guto já havia conversado com cada comerciante da cidade e pendurado seus cartazes. Ele andava pelos estabelecimentos já fazendo sua campanha e oferecendo cortes de cabelo grátis aos eleitores.
“-Isso vai ser bem difícil.”-Desabafei com Manuela e as crianças. Fomos até o telégrafo pendurar meu cartaz mas Vítor veio nos falar:
“-Desculpe, Dra. Caetano, mas o telégrafo é uma empresa privada e meu chefe em Westfolk não quer propaganda política aqui. A senhora sabe que se dependesse só de mim, a senhora colocaria seu cartaz e...”
“-Tudo bem, Vítor, não tem problema.”-Saímos e fomos até a ferraria de Lucas.
“-Claro, Dra. Caetano, pode colocar sua propaganda aqui. Guto já veio aqui pedir mas eu neguei a ele. Meu voto é seu.”-Disse nosso amigo sorrindo e brincando com Arthur.

Vitória’s PoV:
Já faziam cinco dias que Ana Clara estava fazendo sua campanha e eu quase não a via. Ela saía de casa cedo e voltava tarde pela dupla jornada. Quando não estava atendendo, estava indo até as comunidades mais ao interior. Eu amo essa vontade que ela tem de mudar o mundo mas de fato ela estava cansada. A noite quando chegava, ela geralmente deitava ao lado das crianças e dormia com elas, pela saudade que sentia. Eu não estava com ciúmes, mas confesso que me senti um pouco deixada de lado.
Naquele dia, deixei as crianças em Corre Ventos com dona Isabel, que mimava tanto os netos que eu quase não deixava eles lá, e fui ficar um pouco com minha esposa. Já estava na vila, à caminho do consultório, quando escuto gritos abafados vindos do quarto de Maro, dentro do Saloon.
“-Socorro...alguém me ajude...”-Os gritos estavam abafados pela música alta que vinha do Saloon. Corri em direção à janela de seu quarto e forcei a entrada, pulei a janela e vi Maro sangrando.
Entrei em combate com o homem que estava com ela mas ele fugiu pulando a janela.
“-Maro, o que houve?”-Perguntei já pegando-a no colo.
“-Ele tinha uma navalha e cortou minha perna.”-Falava em meio às lágrimas.
“-Vou te levar pra clínica.”-Fui atravessando o Saloon com Maro e Tiago quis saber:
“-O que aconteceu?”
“-Parece que teu cliente gosta de machucar mulheres. Rasgou a perna  de Maro e fugiu pela janela.”-Tiago puxou a arma e correu para a saída disparando contra o homem que sumiu montado em seu cavalo.
Atravessei a rua com Maro no colo até a Clínica de Ana mas ela não estava lá, apenas Sabrina que a auxiliava algumas vezes por semana:
“-Sabrina, cadê Ana?”-Falei colocando Maro na maca.
“-Ela saiu com Manoela em campanha. Deixa eu ajudar, esse corte foi muito fundo.”-Sabrina buscou um pano para estancar o sangue. “-Tia Vitória, aperte esse torniquete que vou procurar a Dra. Caetano.”-Sabrina montou em seu cavalo e foi buscar ajuda mas, por sorte, Ana Clara já estava chegando.
“-Sabrina, tu fez a coisa certa amarrando esse torniquete nela, parabéns por pensar rápido.”-Ana Clara elogiou Sabrina que corou na hora. “-Me passa a pinça por favor.”-Ana pediu enquanto suturava a perna de Maro. “-Ela vai ficar bem.”-Disse ela terminando a sutura.
Vítor veio ver Maro e Sabrina saiu para informá-lo sobre a situação da moça. Ana Clara aproveitou que estávamos à sós e desabafou:
“-Vitória, eu tava fora e tinha gente precisando de médico aqui. Tu tinha razão, eu devia ter parado a campanha. Eu não posso ser prefeita quando o povo precisa é de um médico. E também, tenho deixado vocês de lado. Me perdoa, Vitória.”
“-Tu não tem culpa, Ninha, eu entendo que tu esteja fazendo isso por que é uma convicção tua. E outra, as crianças e eu estamos muito orgulhosas de ti. A gente sabe que tu tá tentando o melhor para a cidade.”-Puxei minha mulher para um abraço apertado. Faziam dias que não sentia o calor de seu corpo.
“-Prometo que quando isso acabar eu vou te compensar, Vitória.”-Sorriu e me beijou os lábios.
“-Eu vou cobrar.”-Deixei um sorriso sacana para ela que corou.
“-Sabe, Vi, eu andei estudando e consegui um meio legal de conceder o voto para as mulheres nessa eleição. Protocolei um pedido ontem, por telegrama, para a côrte de Westfolk. Informei que amanhã vai acontecer uma eleição e pedi autorização para as mulheres votarem. Vítor vai me trazer os documentos quando chegarem.”-Ana falou dentro de meu abraço.
“-Amor, isso é maravilhoso! É uma coisa muito grande e um passo muito importante para igualdade entre homens e mulheres.”-Eu me casei com a pessoa mais incrível de todas.
“-Mas eu não vou poder ir na cerimônia de entrada para a Tropa Principal, da AnaB. Será que ela vai me perdoar um dia?”-Ana falou enquanto fazia carinho em meu rosto.
“-Ela sabe da eleição, Ana, já expliquei pra ela. É claro que ela vai te perdoar contanto que tu vá lá depois tocar violão com ela.”-Falei beijando suas mãos. “-Se bem que depois que tu virar prefeita vai ser difícil te encontrar.”-Falei brincando.
“-Nem fala isso, vida, que já tô desistindo.”-Me falou descansando a cabeça em meu pescoço.
“-Amor, eu vou lá em Corre Ventos buscar as crianças. Dona isabel já deve ter estragado todos os três. Te espero em casa.”-Lhe dei um beijo quente e me despedi de minha esposa.


Ana Clara’s PoV:
Vitória mal saiu da clínica e Manoela entrou:
“-Dra. Caetano, fui até o telégrafo e Vítor me entregou as autorizações para as mulheres votarem amanhã.”-Me disse ela dando pulinhos de alegria.
“-Que coisa boa! É uma grande conquista para nós.”-Falei emocionada.
“-Vamos entregá-las agora?”-Manoela convidou.
“-Sim, Maro já deve estar acordando da anestesia e já entregamos a autorização dela.”-Logo Maro acordou e ficou animada com a possibilidade de poder mudar de vida. Ela sabia que minha prioridade era o voto das mulheres e o fim da prostituição. Ela me confidenciou que estava namorando Vítor e que queria se libertar de Tiago, mas seu contrato autorizava mandá-la para cadeia caso ela pedisse demissão. Ela e as outras moças viviam em situação de escravidão com ele. 
Saímos do consultório e fomos distribuir as autorizações às mulheres da vila. Quando acabamos, já era tarde da noite.
Entrei em casa em silêncio, pois todos já estavam dormindo. Fui até o quarto das crianças e deixei um beijinho e um carinho em cada um. Saí silenciosamente e fui ver minha esposa. Vitória também já estava dormindo. Me deitei à seu lado, com cuidado para não acordá-la, deixei um beijo em seu rosto e um carinho.
“-Eu te amo, minha vida, me desculpa não ter ficado contigo esses dias.”-Beijei sua testa, me levantei e fui para a cozinha manipular alguns medicamentos para atendimentos antes da votação.
Depois de alguns medicamentos prontos e umas poucas horas dormidas, chegou o dia da eleição. Vitória e as crianças me deixaram na vila e foram para Corre Ventos, na cerimônia de Ana Beatriz. As crianças estavam animadas em passarem o dia lá, mas o fato é que eu os queria aqui comigo.
Cheguei no centro da cidade onde seria a votação e Guto me cumprimentou:
“-Belo dia não, Dra. Caetano.”-Falou confiante.
“-Bom dia, Guto.”-Falei sem mostrar os dentes.
“-Não vai votar?”-Guto perguntou e Tiago deu uma gargalhada.
“-Já entregou os pontos, Caetano?”-Tiago sempre inconveniente.
“-Na verdade, eu tô esperando umas pessoas.”-Falei misteriosa.
“-Quem?”-Perguntou Guto.
“-Elas.”-Apontei para o grupo grande de mulheres que se aproximava do local de votação. Me encaminhei até elas.
“-Mas o que significa isso?”-Guto quis saber.
“-Nós conseguimos as certidões de votação, autorizadas pela côrte de Westfolk. Estamos aptas à votar.”-Disse manoela mostrando sua certidão ao reverendo que entregava as cédulas de votação.
“-Sim, parece que está tudo em ordem. Podem passar, senhoras.”-Falou reverendo Simas entregando à cada uma sua cédula. Observei admirando aquilo tudo que estava acontecendo. Naquele momento, éramos todos iguais: brancos, negros, homens e mulheres exercendo seu direito ao voto.
“-Caetano, quero falar contigo.”-Guto me chamou para conversar. “-Quero fazer um acordo com você. Me prometa que não vai banir a bebida e fechar o Saloon se vencer.”-Guto queria uma troca de favores.
“-Eu nunca disse que baniria a bebida da cidade. Mas se tu ganhar, me prometa que vai acabar com a prostituição.”
“-Isso não posso fazer, Caetano.”-Ele disse de pronto. Manoela me chamou pra conversar.
“-Doutora, peça pra ele legalizar o voto das mulheres. Se pudermos votar, na próxima eleição teremos mais força. Será uma vitória para todas.”-Manu falou cheia de esperança.
“-Tá certo.”-Chamei:”- Guto, se tu ganhar, quero que tu legalize o voto para as mulheres e de minha parte, não fecharei o Saloon caso ganhe.”-Ele aceitou estendendo a mão para que eu firmasse o acordo.
No final da tarde, os votos foram apurados e Guto foi eleito com a maioria dos votos. Foi uma vitória apertada. Ele conseguiu cento e oito votos e eu noventa e seis. As mulheres comemoraram o resultado e eu, sinceramente, tirei um peso dos meus ombros.
No fim da tarde, durante a cerimônia de posse, Guto falou que daria o direito ao voto às mulheres, conforme nosso acordo. Perdi nas urnas mas tivemos uma vitória importante.
Me demorei mais um pouco conversando com as mulheres da vila que me agradeceram pelo feito e pela conquista que tivemos. Já era tarde, novamente, quando parti em direção á minha casa. Manoela me deu carona pois Vitória não veio me buscar.
Cheguei em casa e estava tudo escuro. Pensei que estavam todos dormindo mas quando entrei no quarto das crianças, elas não estavam lá. Provavelmente, Vitória resolveu ficar por Corre Ventos.
Aqueci a água, tomei um banho para tirar o cansaço do dia e fui para o quarto. Estava tudo escuro e quando fui acender o lampião, senti alguém me agarrar.
“-Mas o que é is..”-Vitória atacou meus lábios com velocidade e a habilidade de quem já conhece meu corpo, explorando cada canto da minha boca com urgência.
“-Hoje tu não me escapa, NaClaraaaa...”-Falou arrastando o sotaque, sussurando em meu ouvido, cheia de desejo.
“-Vitória, e as crianças?”-Perguntei enquanto ela me deitava na cama.
“-Deixei com mainha, lá na aldeia.”-Vitória já estava nua e deitada sobre mim, beijando meu pescoço devagar.
“-Ai, Vitória, que saudade que eu tava de tu.”-Falei acariciando seus cabelos e descendo as mãos por suas costas.
“-Nunca mais durma longe de mim. Vou te fazer gemer alto, Ana Clara.”-Vitória mordia meu pescoço e passava a mão em meu corpo, fazendo minha pele arrepiar e meu desejo crescer.
Vitória desceu com sua língua pelo meu corpo, lambendo meus seios e meu abdomem, chegando onde eu mais queria sua boca.
“-Faz amor comigo, Vitória.” Ela me olhou e sorriu. Levantou uma de minhas pernas e foi beijando a parte interna de minha coxa até chegar no meu ponto íntimo. Passou a língua bem devagar e senti todo calor de sua boca invadindo meu sexo. Subia e descia, me chupando e me fazendo contorcer de prazer. Puxei seus cabelos, e fiz sua língua entrar mais profundamente em mim. “-Mais, Vitória...”-Implorei que sua língua entrasse e saísse mais rápido e Vitória atendeu. Me chupou com força e brincava com meu clitóris, circulando-o com sua língua.
“-Vitóriaaa...” Gemi um pouco mais alto, agarrando-me aos lençóis. Vitória me penetrou com dois dedos e subiu seus beijos até minha boca. Enquanto me penetrava, mordia e chupava meus lábios. Desci minha mão até sua bunda e dei um tapa com a mão espalmada em sua nádeaga, excitando minha amazona.
“-Gostosa...”-Vitória sussurou e abocanhou meu seio direito me fazendo gemer mais uma vez.
“-Vitória, eu vou...”-Revirei meus olhos de prazer e me derramei nela. Eu ainda estava estremecendo e ela continuava seus carinhos. Vitória desceu com seus beijos até minha intimidade e lambeu, sugou todo líquido quente que escorreu de mim. Abriu minhas pernas e encaixou seu quadril no meu, movimentando devagar. Sua intimidade estava molhada, me lambuzando toda com seu gozo.
“-Mais rápido, amor..”-Ela jogava seu quadril mais rápido, causando tremores em mim cada vez que nossos clitóris se tocavam. Ela continuou se esfregando em mim enquanto chupava, lambia e mordiscava de leve meu seio. Vitória segurou em meus pulsos, levando meus braços acima de minha cabeça e disse com a voz já trêmula:
“-Goza comigo, amor..”-Levantei uma de minhas pernas e lacei sua cintura, aumentando mais o atrito entre nossas intimidades molhadas. Seu clitóris estava tão duro que o senti me penetrando. Ela jogou o quadril mais rápido, gemeu em meu ouvido e nos derramamos juntas.
“-Eu quero que ame a noite inteira.”-Sussurei em seu ouvido enquanto ela ofegava. Ela não contestou, virou-se sobre mim e atendeu meu pedido.

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