Oi, meu povo. Como estão? Tô passando rapidinho pra falar que a wattpad as vezes esquece de avisar sobre as atualizações. Eu recebi atualização ontem de uma fic que acompanho e já havia sido atualizada no início do ano.
Dra. Caetano é sempre postada aos sábados salvo exceções, mas eu sempre avisarei.
Sem mais, bora lá ver o desenrolar dessa confusão aqui. Beijo gente e se cuidem ❤️
😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘Eu estava muito feliz por ter Vitória ao meu lado novamente, mas essa história de casamento, assim às pressas, me deixou um pouco nervosa, confesso. “-Vitória, como assim, marcou a data pra final de semana que vem? Nós vamos demorar cinco dias pra chegar e teremos dois dias pra organizar o casamento. Tu tem certeza que dá tempo?”- Perguntei por que acho que Vitória não pensou direito.
“-Olha, Ninha, eu pensei em um casamento simples, lá na aldeia, com teus pais e minha família. Lógico que as amazonas serão convidadas também, mas será algo simples só pra selar nossa união. Nayara pode realizar a cerimônia.”-Parece que Vitória já pensou em tudo mesmo.
“-Eu queria me casar perante meu Deus também. Será que o reverendo Simas vai lá realizar nosso casamento?”
“-Isso eu não sei, Ninha, mas assim que chegarmos, vamos até a vila conversar com ele, pode ser?”-Vitória me perguntou tranquila.
“-Sim! Vitória, nem acredito que a gente vai casar!”-Falei sacudindo as mãos. Eu estava muito animada.
“-Rumbora lá falar com teus pais. Vocês tem que arrumar as malas pra irmos.”-Vitória falou se levantando e me puxando pela mão.
Saímos do meu quarto e fomos falar com meus pais que estavam na cozinha:
“-Graças à Deus essa menina saiu do quarto!”-Disse meu pai, juntando as mãos e agradecendo.
“-Acho que foi graças a santa Vitória, Edmilson.”-Disse dona Mônica bebendo uma caneca de café.
“-Mãe, pai, eu vou me casar!”-Falei de mãos dadas com Vitória.
Minha mãe largou sua caneca e veio em nossa direção, cruzou os braços em frente a Vitória e disse:
“-Vitória, acho bom tu cuidar direitinho da minha filha. Se tu maltratá-la, eu vou atrás de ti e te mato.”-Terminou de falar e deu um abraço apertado em Vitória.
“-Sua filha me faz tão feliz que nem sei lhe dizer. Só quero fazer o mesmo por ela.”-Vitória falou ainda dentro do abraço. Meu pai se levantou e veio me abraçar.
“-Felicidades, minha filha. Que notícia boa. E quando é o casório?”
“-Domingo que vem.”-Vitória falou na maior tranquilidade.
“-Mas, minha filha, tá bem perto né? Acho que vocês tem que ir agora mesmo.”- Meu pai falou preocupado. “-Sua mãe, Luana e eu iremos amanhã. Precisamos arrumar as malas e pedir pro Vizinho vir tratar os cachorros na nossa ausência.
“-Pai, preciso que o senhor me faça um favor, o senhor pode ir comigo na joalheria comprar as alianças? Eles não vão vender para mim se eu for sozinha.”
“-Isso é um absurdo! Eu espero que um dia isso mude e que duas mulheres possam se casar sem julgamentos.”-Sinto tanto orgulho de meu pai. Entrou na joalheria e ainda pediu para gravarem nossos nomes nas alianças.
Meu pai nos acompanhou até a estação férrea e nos despedimos com um abraço emocionado.
“-Que Deus as acompanhem, minhas filhas.”-Beijou nossas testas e embarcamos para Northfolk.
Cinco dias se passaram e estávamos em nossa cidade. Fomos direto conversar com o reverendo Simas:
“-Boa tarde, reverendo!”
“-Dra. Caetano e Vitória, boa tarde. O que traz vocês duas aqui?”-Nos cumprimentou retirando seu chapéu.
“-Vamos nos casar, pastor, e Ninha quer saber se o senhor pode realizar nosso casamento.”-Vitória sempre direta.
“-Bem, vejam bem, não sei se posso realizar a cerimônia de vocês. Um casamento entre mulheres não é bem visto pela sociedade.”- O reverendo foi sincero.
“-Eu entendo, reverendo...”-Já falei desanimada.
“-Mas pastor, a base da crença do senhor não é o amor? O amor deveria ser o mais importante dentre todas as coisas. Eu sinto amor por Ana e ela por mim e é só isso mesmo.”-Vitória falou serena e deixou o reverendo Simas sem palavras.
“-Ele vai realizar a cerimônia de vocês sim, senhoritas, não se preocupem. Não vai, Felipe?”-Isadora chegou já intimando seu marido.
“-Está bem, eu faço a cerimônia. Qual a data do matrimônio?”-Reverendo Simas abriu sua agenda e começou anotar.
“-Amanhã.”-Disse Vitória, calma como sempre.
“-Amanhã? Está bastante em cima da hora, não é mesmo?”-O reverendo tinha razão nesse ponto.
“-Só digam o horário que ele irá realizar.”-Isadora falou sorrindo.
“-Amanhã às quatro horas da tarde lá na minha aldeia, Corre Ventos. Se o senhor precisar, eu venho lhe buscar”-Vitória falou enquanto o reverendo anotava em sua agenda.
“-Bem, está marcado. Sei onde fica Corre Ventos. Amanhã estarei lá, digo, estaremos porque já sei que Isadora vai junto.”-Falou em um tom divertido.
“-Vou mesmo! Parabéns, Dra. Caetano e Vitória! Felicidades! Que vocês tenham muita coragem e serenidade por que a união de vocês vai contra o que muita gente prega.”-Isadora falou.
“-Não temos medo da opinião pública, só estamos buscando nossa felicidade. Nossas famílias nos aceitaram então pouco importa o que os outros vão pensar.”-Vitória falou séria e convicta. Do lado dela eu enfrento qualquer coisa, até essa cidade se for preciso.
Saímos da casa do reverendo e Vitória me levou para casa.
“-Ninha, eu preciso ir lá em Pedra da Lua buscar teu vestido.”-Eu nem sabia disso.
“-Vitória, não precisava! Mas tu deve tá muito cansada, vai amanhã.”-Falei pra ela querendo que ficasse.
“-Não, Ninha, amanhã vai ser uma correria e teus pais estarão aqui. Vou buscar o vestido pra tu experimentar e se precisar de algum ajuste, já levo de volta.”-Vitória é incrível mesmo. Não pensou nenhum minuto em seu cansaço. Grudei um abraço apertado, segurando em seu pescoço e a beijei profundamente.
“-Eu te amo, minha amazona.”
“-Eu te amo, Dra. Caetano.”- Deixou um beijinho na ponta do meu nariz, subiu em Trovão e foi para Pedra da Lua.
O grande dia chegou e eu estava nervosíssima. Meus pais haviam chegado naquela manhã de domingo e a casa estava animada.
“-Minha filha, que vestido lindo! Vitória caprichou.”-Minha mãe elogiou.
“-Maninha, será que minha cunhada não tem um irmão, lindo igual a ela, pra me apresentar?”-Minha irmã abusada, nem no dia do meu casamento ela me alivia.
“-Ela só tem irmãs, sua peste. E tu não tava namorando?”-Falei enquanto minha mãe me ajudava a colocar o vestido que era lindo mesmo. Branco, rodado na saia e com um corpete na parte superior que valorizava minhas curvas. Haviam flores em renda bordadas ao redor do vestido.
Meu pai escovava meus cabelos e chorava o tempo todo:
“-Minha filhinha cresceu tão rápido. Ainda ontem eu te levava no colo e hoje vou te levar no altar.”-Meu pai soluçava emocionado.
“-Pai, não chora.”-Me virei secando as lágrimas de meu velho pai. “-Eu tô muito feliz! Por favor, fique feliz também.”
“-Eu tô feliz, minha filha. Só tô emocionado. Tu merece toda felicidade do mundo, filha.”-Enquanto eu tentava acalmar meu pai, escutei uma batida na porta.
“-Dra. Caetano, por favor venha comigo. Precisamos de ajuda no acampamento dos imigrantes.”-Me falou um rapaz aflito.
“-O que aconteceu?”-Perguntei já pegando minha maleta.
“-Minha esposa entrou em trabalho de parto mas nenhuma parteira quer ajudá-la. Desculpe lhe incomodar, mas eu não sabia mais à quem recorrer.”- O rapaz falou aos prantos.
“-Mãe e pai, Sabra vem buscar vocês daqui à pouco. Vão na frente e avisem Vitória que vou me atrasar.”- Subi em Ventania com o garoto em minha garupa e fomos para o acampamento.
Chegamos na vila e havia uma movimentação diferente por lá hoje. Um fotógrafo havia chegado na cidade. Me viu vestida de noiva e quis assunto:
“-Moça, espere por favor. Desculpe a inconveniência, mas eu gostaria de lhe fotografar. Tenho uma exposição de fotos itinerante. Vou por várias cidades e fotografo paisagens, pessoas, animais e o que for interessante. Uma jovem vestida de noiva, à cavalo levando um homem na garupa certamente é algo interessante.”-Já foi me dando o recado.
“-Moço, desculpe mas estou com pressa. Tenho um parto pra fazer agora. Se me dá licença...”-Acelerei o galope em Ventania e parti para o acampamento dos imigrantes.
Percebi o som de uma charrete atrás de mim. Era o fotógrafo me seguindo. Chegamos no acampamento e fomos direto à tenda do jovem e de sua esposa.
“-Boa tarde, moça. Sou a Dra. Caetano. Seu marido disse que tu precisa de ajuda.”-Falei enquanto lavava minhas mãos e esterilizava.
A moça era jovem mesmo. Devia ter no máximo dezesseis anos e julgo que o rapaz também.
“-Moça, vou te examinar pra ver a dilatação.”-A menina gritava de dor.
Olhei para rua e vi o fotógrafo montando seu equipamento. Era uma câmera lambe-lambe. Uma caixa grande de madeira com a lente apoiada num tripé.
“-Tá bem, moça, seu bebê já está quase aqui. Vou precisar que tu empurre, tá certo? Vai, empurra!”-demorou coisa de uns três empurrões e o bebê veio ao mundo, saudável.
Cortei o cordão umbilical e entreguei o bebê à sua mãe. O pai da criança estava muito feliz com a chegada do filho.
“-Doutora, não sei como lhe agradecer. Não temos dinheiro, estou envergonhado.”-Me disse ele encabulado.
“-Não se preocupe com isso. Que bom que tu foi lá me chamar. Fico feliz em trazer mais uma vida ao mundo. Quero que você me pague sendo um ótimo pai e cuidando de sua esposa.”
Deixei o jovem casal lá e quando saí, vi as crianças trançando as crinas de Ventania e enfeitando com flores.
“-Mas que lindo, crianças! Ventania com certeza tá muito contente com esse carinho de vocês, obrigada.”-Agradeci as crianças
Já ia subindo em Ventania e o fotógrafo me parou:
“-Dra. Caetano, desculpe não ter me apresentado antes. Me chamo Fernando Reis, mas todos me conhecem por Nando Reis. Gostaria mesmo de lhe fotografar mais.”
“-Mais? Quando o senhor me fotografou?”-Quis saber curiosa.
“-Durante o parto. A senhorita estava concentrada por isso não me viu. Registrei o parto em algumas fotos.”-Me falou animado. “- Posso lhe dar as fotos de seu casamento, se me permite.”
“-Hum, não sei se é boa ideia. Minha noiva não gosta muito de forasteiros em sua aldeia.”-Expliquei à ele.
“-Uma noiva! Isso é algo muito interessante. Por favor, Dra. Caetano, me leve junto. Eu faço as fotos do seu casamento.”-Falou muito ansioso.
“-Bem, tá certo. Vou levar o senhor até lá mas não garanto que ela vá lhe deixar entrar. E vamos logo que estou muito atrasada.”-Subi em Ventania e ele me seguia em sua charrete.
Depois de mais cinquenta minutos (provavelmente Vitória havia desistido por causa do meu atraso) chegamos em Corre Ventos. Pedi para o fotógrafo esperar na entrada da aldeia e fui falar com Vitória.
A aldeia estava linda, toda enfeitada. As amazonas montaram um altar próximo aos Ipês coloridos e estavam todos floridos. O chão estava coberto por pétalas vermelhas, amarelas, rosas e brancas. Entrei galopando e avistei Vitória, no altar, linda com seu traje de capitã, com um rosto preocupado mas abriu um sorriso quando me viu chegando.
“-Vitória!”-Parei com a égua na frente dela. “-Vem comigo um minuto, por favor.”-Ela nem perguntou o por quê, subiu em Ventania e a levei para entrada da aldeia.
“-Ana, onde tu tava?”- Me perguntou preocupada enquanto galopávamos.
“-Tive um parto de emergência, mas deu tudo certo.”-Contei animada.
“-Ah, que bom. E pra onde tu tá me levando?”
“-Bom, tinha um fotógrafo lá na vila. Ele me seguiu e quer fazer as fotos do nosso casamento. Trouxe ele pra falar contigo.”-Me preparei para a bronca mas não aconteceu.
“-Que bom, Ninha! Eu quero muito uma foto contigo! Que sorte a nossa!”-Que sorte a minha em te ter, minha amazona.
Vitória convidou o senhor Nando Reis para entrar e registar nossa união. Ela se encaminhou ao altar mais uma vez e me esperou. Só agora reparei que eu estava sem meus sapatos. Saí de casa descalça na pressa. Vitória viu e tirou suas sandálias também.
Meu pai me levou até o altar e no caminho, flores caíam sobre nós quando ele me entregou à Vitória. Nayara, com seu polegar, marcou nossas testas com uma pinta vermelha.
O Reverendo Simas e Nayara se revezavam na cerimônia. Cada um ministrava uma parte. Enquanto eles falavam me lembrei que não escrevi meus votos de casamento.
“-Bom, Vitória, pode falar seus votos para Ana”-O reverendo pediu.
“-Ana, eu me comprometo a amá-la seriamente, em todas suas formas. Agora e para sempre. Prometo que nunca vou esquecer que esse é um amor para toda a vida. E sempre sabendo na parte mais profunda da minha alma que não importa quais desafios venham nos separar, sempre encontraremos o caminho de volta para a outra.”-Vitória beijou minha mão esquerda e colocou sua aliança em meu dedo. Respirei fundo e complementei os votos dela:
“-Vitória, me comprometo a ajudá-la a amar a vida, a sempre abraçá-la com ternura, e ter a paciência que o amor exige. Para falar quando as palavras forem necessárias, e compartilhar o silêncio quando não forem. Para discordar e concordar sobre todas as coisas do nosso dia-a-dia. E viver no calor de seu coração e sempre te chamar de lar.”-Repeti seu gesto beijando sua mão esquerda e colocando minha aliança em seu dedo.
“-Pelos poderes concedidos à mim, eu as declaro casadas. Pode beijar a noiva.”-Reverendo Simas encerrou assim nossa cerimônia.
As amazonas entoavam seus gritos de guerra na hora do nosso beijo. Aplausos e comoção tomaram conta da aldeia.
A festa foi bastante animada. AnaB e Sabra assavam e serviam as carnes enquanto os pães e saladas eram reabastecidos por dona Isabel e por minha mãe. Me parece que elas já ficaram amigas. Meu pai dançava animado entre as amazonas. Elas achavam graça e acompanhavam ele nos movimentos de dança.
Já era de madrugada, então Vitória e eu já estávamos nos despedindo dos convidados, quando o Sr. Reis nos abordou:
“-Senhoras, aqui está seu presente de casamento. Tirei três fotos de vocês e consegui revelar graças à sua irmã Sabra que me emprestou uma sala escura.”-O Sr. Reis nos entregou os retratos. Em uma foto nós estávamos no altar, no momento da troca de alianças, a segunda foto eramos nós duas abraçadas posando para ele e a última era de um beijo que demos enquanto estávamos dançando.
“-Ficaram lindas!”-Vitória falou admirada. “-Obrigada. Esse foi nosso melhor presente de casamento.”-Tenho certeza que Vitória se arrependeu de suas palavras logo depois.
“-Bom, vamos indo senhora, Caetano Falcão?”-Perguntei à minha esposa.
“-Vamos, senhora Caetano Falcão.”- Me ofereceu o braço para irmos.
Decidimos que moraríamos na casa onde nasci, a qual Vitória me emprestou. Montamos, nós duas, em Trovão, que estava todo enfeitado e com uma faixa de Recém Casadas em seu lombo. Pobre Trovão.
Chegamos em casa já clareando o dia. Vitória desceu de Trovão e me ajudou a descer quando ouvi um som familiar vindo do celeiro. Corremos até lá e nosso melhor presente nos esperava.
“-Mas pela deusa! É Maria!”-Vitória correu para pegar a neném que estava dentro de um cestinho, chorando. Havia uma carta junto dela.
“-Cara Dra. Caetano:
Aqui quem lhe escreve é Paulo, o pai de Maria. Não tenho condições de criar a menina como ela merece ser criada. Por favor arranje um lar amoroso para ela.
P.S: Ela ainda não foi registrada.
Ass: Paulo”- Logicamente ela seria acolhida no lar mais amoroso que eu conhecia: os braços de Vitória.Nota da autora: Gostei desse final aí. E vocês? Até semana que vem :)
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Dra. Caetano
FanfictionNo ano de 1867, Ana Clara Caetano retorna à cidade onde nasceu, Northfolk, para trabalhar como médica numa vila rural onde cresceu. Uma das poucas médicas num mundo de médicos, ela mostra-se uma mulher à frente de seu tempo, não só por suas atitudes...