Olá, minhas pessoas lindas. Capítulo bonitinho por que sei que vocês gostam. Uma beijoca e um excelente final de semana à todas 😘
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻Já faziam quase quinze dias desde que trouxemos Agnes e Arthur para morarem conosco. As crianças ainda estavam se adaptando à nossa compania e nós à delas. Agnes era bastante madura mesmo com a pouca idade que tinha. Tinha uma personalidade forte e batia de frente com Vitória sobre as coisas mais irrelevantes. Estava sempre reclamando que Vitória deixava a casa bagunçada o que, às vezes, era verdade mesmo. Agnes era como o fogo. Já Arthur era quieto e calmo. Falava somente quando era necessário e na maioria das vezes somente observava. Gostava muito de desenhar e nunca mais desgrudou do livro com ilustrações de animais que dei para ele. Arthur era como a água.
Northfolk ainda passava pelo arrasador período de seca. As plantações já haviam morrido, os alimentos estavam cada vez mais escassos e caros. Água potável estava difícil de conseguir. Todos os riachos, córregos, açúdes estavam muito abaixo de seus níveis e todos estávamos com os nervos à flor-da-pele.
Naquele dia eu cheguei um pouco mais cedo em casa. Vitória estava na cozinha pra cá e pra lá, preparando o jantar e ninando Maria que chorava enquanto Agnes lavava os pratos.
"-Boa noite, família. Que cheiro bom!"-Falei já chegando perto delas e deixando um beijo em cada uma. Peguei Maria para Vitória terminar de preparar a comida.
"-Ninha, Maria chorou o dia todo. Tá num ranço só e não sei mais o que faço."-Me disse preocupada.
Pensei que pudesse ser a garganta inflamada. Abri a boquinha da nossa pequena e descobri o motivo do incômodo.
"-São os dentinhos, Vi, olha, passa o dedo na gengiva dela e tu vai sentir os dentinhos vindo."- Peguei a bonequinha de pano que fiz pra ela e dei pra Maria morder. "-Olha, já tá se acalmando. A gente tem que cuidar porque pode dar uma febrezinha nela."
"-Ninha, o que seria da gente sem tu aqui. Eu já tava desesperada."-Falou Vitória enxugando as lágrimas.
"-Calma, vida, é tudo novo mas a gente vai aprendendo."-Falei enquanto ajeitava a pequena na cadeirinha que Vitória fez pra ela.
Comecei a arrumar a mesa e vi os desenhos de Arthur.
"-Vi, olha esse desenho do Arthur. Ele tá desenhando cada vez melhor. Acho que a gente tem que conversar sobre colocá-lo numa escola de desenho ou algo assim. O menino é um gênio!"-Falei mostrando o desenho que ele fez de Ventania e Trovão:
"-Óia, é lindo mermo! Olha esses detalhes!"-Vitória disse admirada."-E por falar nisso, cadê Arthur que não vi ainda? Ele tá no quarto?"-Perguntei.
"-Não, Ninha, ele tá ali fora brincando na frente de casa."-Me falou e eu gelei.
"-Não tá não, Vitória, acabei de passar pela frente de casa e não tem ninguém lá."-Já corri porta à fora gritando por ele.
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Dra. Caetano
Fiksi PenggemarNo ano de 1867, Ana Clara Caetano retorna à cidade onde nasceu, Northfolk, para trabalhar como médica numa vila rural onde cresceu. Uma das poucas médicas num mundo de médicos, ela mostra-se uma mulher à frente de seu tempo, não só por suas atitudes...