Kang Yeosang, 21 anos.
Myne, das Cinco Ilhas.Por onde o rapaz passava, os guardas, muito bem vestidos de vermelho e creme, abriam caminho. O garoto atravessou um número insistente de corredores de mármore claro e paredes bege até chegar em seu objetivo: as grandes portas marfim adornadas em dourado, guardadas por dois homens altos que não demoraram a abri-las para o jovem. Sua expressão não era boa quando ele adentrou o grande salão ainda mais bonito que os corredores, os passos eram firmes e apressados. Alguns degraus à direita da entrada levavam ao nível onde o trono acolchoado em vermelho dominava e, sobre ele, o governador se acomodava. Assim que a presença do rapaz foi notada pelo homem e pela mulher sentada em uma larga e confortável cadeira no nível do chão, ela parou de tricotar e, junto com o homem, virou a cabeça para o jovem.
— Precisamos conversar — declarou sem paciência ao parar diante da escada.
— O que é agora, Yeosang? — o governante temia ser, mais uma vez, o assunto que o filho já havia saturado.
— O que o senhor acha que é, pai? — perguntou irritado. — Navios. Nossos navios afundados, gente morrendo, mais gente morrendo! É isso que é!
O homem suspirou, cansado.
— Não faça essa cara — o garoto repreendeu. — Quantas vezes eu vou precisar falar para que me escute? Não dá para viver assim, pai! Está afetando a vida na ilha, o comércio, a economia, o bem estar das pessoas! — Seu tom de voz aumentava sem que percebesse. — Tudo está sendo prejudicado graças à proximidade dos inimigos nas redondezas, precisamos fazer algo!
— E o que você quer que eu faça, Yeosang? — o governador também estava perdendo sua paciência. — Que eu distribuía navios pelo mar para lidarem com a tripulação do Usurpador?
Era exatamente aquilo que o rapaz queria, porém de um jeito estratégico e organizado.
— Nossos navios cargueiros vira e mexe são derrubados, estamos perdendo nossas fontes de renda, as pessoas tem medo. Precisamos responder à altura e livrar Myne dessa gaiola em que Hang nos meteu!
— Não é simples assim, filho, eu já te expliquei mil vezes... — o homem esfregou a testa, estava indisposto para aquela discussão pela milésima primeira vez.
— Eu também já lhe expliquei mil vezes, não podemos ficar esperando pelas ações dele! Temos que agir! — Yeosang insistiu.
— Eu não vou colocar navios com centenas de soldados no mar para lidar com uma quantidade desconhecida de piratas carniceiros, estou pensando na vida das pessoas da ilha!
— Se estivesse, estaria pensando em acabar com esse cárcere em que ele nos enfiou! Mas ao invés disso, você quer manter as coisas como estão, achando que estaremos preparados para quando ele chegar! — gritou. — O problema são os números? Então, vamos convocar Hala! Mesmo que não sejamos adeptos à pirataria, eles são nossa melhor opção, pai!
— Yeosang, pelo amor de Deus... — o homem estava começando a se irritar seriamente. Seus olhos castanhos antes tranquilos, agora entregavam uma genuína vontade de estapear o filho. — Hala está despedaçada, ela foi tomada, está fora de alcance!
— Mas e os Lordes? Muitos fugiram, o navio principal conseguiu escapar. A maior parte das tripulações dos Lordes Piratas está intacta, podemos chama-los!
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Ele é o Rei
AdventureToda a infância de Kim Hongjoong fora destruída num piscar de olhos quando a denominada Invasão aconteceu na ilha em que morava. Um velho pirata ganancioso e com sede de poder deseja executar um plano insano de usurpar o governo das chamadas Cinco...