O que você vai fazer?

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Naxx, dos Mares Asiáticos.

Irreal, incrível e imponente. Foi o que San, Jongho, Hongjoong, Jimin e Wooyoung sentiram e pensaram ao chegar no local que Mingi chamara de fábrica.

Ao mesmo tempo que era primitiva, com seu enorme espaço aberto terroso, moldado e cercado por rochas de variados tamanhos nas quais as ondas quebravam e agraciavam com sua música natural, também era perfeitamente engenhosa, com suas inúmeras mesas de madeira maciça montadas estrategicamente sob tendas, onde se podia trabalhar fora do alcance do sol e da chuva; diversas ferramentas ocupavam as mesas e o chão em volta delas, e naxianos iam de um lado para o outro, martelando, moldando, afiando e construindo. Nenhum nativo se incomodou em parar para notar a presença do grupo novo.

Um guerreiro mandado por Mingi os guiou pelo caminho ensolarado entre as tendas movimentadas, desviando de pessoas que transitavam de uma tenda para outra com troncos enormes nos ombros, facões e lanças inacabados e o que parecia couro para ser tecido e terminado.

O trabalho parecia incessante, mas ninguém ali estava emburrado ou parecendo cansado. Pelo contrário. Seus rostos brilhavam de suor e disposição lampejava em seus olhos. Eles agradavelmente conversavam sobre a montagem do cabo de um facão, ou como a lança ficava mais autêntica enfeitada com a pena do que deveria ser uma ave enorme, ou sobre a moça de cabelos castanho-escuros compridos precisar que o guerreiro enorme em sua frente ficasse parado para que ela tirasse as medidas dele e então concluísse sua armadura de couro.

Todos tinham um papel, algo a realizar e acrescentar. Não parecia que lhes faltavam alguns anos de modernidade.

— Vocês mesmos produzem tudo — Wooyoung observou, chocado com a boa execução do trabalho e com o bom humor dos nativos para exercê-lo.

Wooyoung não gostava de trabalho, ele odiava trabalhar. Por isso largava toda a parte chata e burocrática para Jimin, a organização para Soyeon e apenas dava as ordens. Falar também cansava, mas pensar e agir cansava mais. Ele só era o capitão porque tinha ódio e desejo de vingança suficientes para movimentar as coisas, e porque os sobreviventes de Hala o seguiriam de qualquer jeito por causa de quem seus pais foram.

— Sim — respondeu o guerreiro, ainda guiando o caminho. Ele não se virou, mas o grupo notou a satisfação na voz dele.

— Mas como as armas são feitas? — perguntou Hongjoong, recebendo uma olhada rápida do guerreiro por cima do ombro. Ele se encolheu um pouco instintivamente. Por mais que tentassem suavizar, o olhar deles era naturalmente primitivo e selvagem, como de um animal sempre em alerta. — Eu vi a madeira, as ferramentas e couro, mas e as lâminas? Não precisa de uma...

Antes que Hongjoong completasse, o guerreiro chegou com eles em um espaço muito maior, uma estrutura bem mais comprida e larga, mais protegida e melhor projetada. Forjas. Não só uma, mas várias. Cinco, enfileiradas sob a proteção da enorme cabana com a frente aberta.

— Essa é nossa forja leste — o guerreiro apontou, saindo do caminho para que pudessem ver de fora a fora com clareza.

Leste? — Hongjoong ergueu as sobrancelhas, surpreso. — Tem mais?

o Guerreiro riu.

— Claro que sim. Essa é a menor delas. Temos a oeste e a norte, que é enorme. São mais bem equipadas que essa, mas todas entregam um trabalho perfeito.

Se aquela era a menor e mais simples, e mesmo assim tinha todo o necessário para cada um dos cinco ferreiros, sem que o trabalho de um atrapalhasse ou interferisse no dos outros, eles nem podiam imaginar como seriam as outras duas mais completas.

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora