Festejando o caos

128 19 16
                                    

Myne, das Cinco Ilhas.

As portas do salão foram abertas com força e rapidez, algo que Kyesang reparou estar se tornando frequente. Seu filho, Yeosang, e o guarda costas dele, Yunho, entraram seguidos de muitos rostos desconhecidos, alarmando o governador, que imediatamente levantou de seu trono para recebê-los.

— Pai! — O garoto se aproximou dos degraus sorrindo tão largo que quase não sobrava espaço no rosto. — Você não vai acreditar! Olhe!

Yeosang chegou para o lado, abrindo caminho para que o pai visse as figuras de pé diante dele. Quatro rapazes molhados, sujos e com algumas marcas vermelhas pelos braços e rosto, indicando que passaram por alguma hostilidade recente. E um homem no mesmo estado que eles. Kyesang não entendeu como aquilo podia ser o motivo da gigantesca alegria do filho. Após ver o ponto de interrogação pairando no rosto do pai, Yeosang prosseguiu:

— Pai, é ele — apontou para o rapaz do meio, que deu um passo para frente. — É o Hongjoong.

O governador passou alguns segundos de cenho franzido. Ele conhecia esse nome, é claro, porém pertencia ao garoto que ele não via há muitos anos e que deveria estar morto. Ele demorou a assimilar, mas quando entendeu se sobressaltou.

— Kim... Hongjoong? — Perguntou, um tanto surpreso, e o garoto balançou a cabeça. — Filho de Sihtrik?

Hongjoong abriu um sorriso aliviado antes de balançar a cabeça novamente.

— Sou eu.

— Meu Deus, Hongjoong! Você sobreviveu e já é um homem crescido! — Yoona estava maravilhada com a presença do garoto, era quase um sonho que ele estivesse vivo e inteiro. Ela queria se aproximar e toca-lo para ter certeza de que não era uma miragem, porém, no momento em que se impulsionou para levantar da cadeira de ferro prateada, perdeu as forças e sentou de novo após ter conseguido se distanciar apenas alguns centímetros do acolchoado vermelho. Hongjoong percebeu sua intenção e se prontificou a ir até lá e se ajoelhar diante dela para ficar em uma altura confortável para a senhora da ilha.

San não tinha certeza se era educado ficar reparando, mas ele observou que a mulher era jovem demais para não conseguir levantar de uma cadeira sozinha e estranhou.

— Eu nem acredito que você está aqui bem na minha frente, tão grande e bonito — ela tocou gentilmente cada centímetro do rosto sorridente de Hongjoong, enquanto a outra mão apertava a dele. — Nem imagino tudo o que passou para chegar aqui...

— Isso são apenas detalhes — ele sorriu tímido.

— Quero que conte tudo mais tarde. Yunho, avise à cozinha que hoje o almoço vai ser maior! — Pediu ao rapaz, que assentiu e se retirou.

— E quem são os outros? — Kyesang tornou a falar. Sua sobrancelha se ergueu e ele não parecia muito confortável.

Hongjoong se apressou a voltar para perto de seu grupo e os apresentou apontando-os:

— Esse é Choi Jongho, Choi San, Choi Hyuk e Jeon Jungkook. Eles são minha família desde que fugi do navio. Apesar de todos serem Choi, Hyuk é tio de San, ele junto de Kyum e Anya criaram Jongho e eu como filhos. Jungkook é de Sunn, um desertor da tripulação do Usurpador. 

Os governantes soltaram suspiros de choque perfeitamente sincronizados ao ouvir sobre o sunnês e, no mesmo momento, os guardas presentes na sala apontaram suas espadas para Jungkook, assustando o grupo. Jungkook ergueu as mãos em uma rendição tranquila e pacífica de imediato.

— Pai, o que é isso? — Yeosang tentou inferir antes que algo acontecesse, mas o pai nem sequer o olhou.

— Um desertor?! Como vocês têm certeza que ele não é um infiltrado? Yeosang, como você traz alguém assim e piratas de uma vez só para dentro da nossa casa sem nem pensar? Pode estar colocando toda a ilha em risco!

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora