O Guerreiro

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Naxx, dos Mares Asiáticos.
Algumas semanas atrás.

Seonghwa não era muito bem vindo ali, ele percebia pelos olhares nada amigáveis que recebia dos naxianos. Eles eram corajosos o suficiente para movimentarem as lanças propositalmente enquanto ele passava, na intenção de intimidá-lo. Porém, Seonghwa caminhava com tranquilidade entre eles. Mesmo que a maioria ali tivesse uns trinta centímetros a mais que ele, o herdeiro mantinha o queixo erguido. Nada seria feito contra ele, afinal.

Ele atravessou a aldeia escoltado por uma dúzia de guerreiros mal humorados e particularmente apressados, que o fizeram caminhar rápido por toda a trilha até a entrada da caverna sob a montanha, como se assim pudessem se livrar dele mais rápido. Seonghwa não deixou que ouvissem sua risadinha quando percebeu aquilo.

Mingi estava como nas últimas vezes: entediadamente sentado de forma desleixada naquela pedra que os nativos chamavam de trono. Mingi não era pequeno, nem de longe parecia infantil, mas, naquele assento, ele parecia um garoto. A rocha na qual o trono fora esculpido era enorme, cabia outro Mingi ali, mesmo que a presença dele fosse suficientemente espaçosa.

Quando viu Seonghwa, o jovem soberano revirou os olhos, arrancando um sorriso cheio de escárnio do Park.

— Você de novo.

— O prazer é todo meu — Seonghwa o reverenciou sarcasticamente.

— O que você quer? Já não deixei bem explicado qual é o meu preço? Não vejo você trazendo o que pedi.

— Quero renegociar.

Mingi bufou uma risada.

— Não é negociável.

— Nem mesmo a integração de vocês às Cinco Ilhas? — Seonghwa inclinou levemente a cabeça.

— Quer criar uma conexão conosco? — o erguer de sobrancelhas e o sorriso de Mingi deixava claro quão perigoso era entrar naquele tópico. Mas Seonghwa avançou.

— Por quê não?

— Porque somos bárbaros — Mingi estreitou os olhos para ele ao se apoiar nos joelhos. — Brutamontes primitivos sem o mínimo de civilização. Essa foi a desculpa que deram quando o conjunto foi unificado; quando Sunn, Hori, Hala, Myne e King Island ignoraram Naxx e formaram uma aliança, nos deixando à deriva. — A boca de Mingi se franzia enquanto falava, mostrando o desgosto pela atitude egoísta e presunçosa dos governantes que firmaram a amizade há tantos anos. — No entanto, aprendemos a nos virar muito bem sem parceiros, sem vocês. Tanto que está atrás da minha ajuda agora.

— Pois é. Mas tínhamos um acordo.

Mingi endireitou a postura no trono. Seu olhar endurecido divertiu Seonghwa.

— Não tínhamos?

— Não — disse o jovem soberano, sem o tom costumeiro de desinteresse. — Seu pai tinha um acordo com meu tio. Mas, como pode ver, não é mais ele quem manda aqui. E eu não estou disposto a agir como ele.

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora