Vai queimar

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Myne, das Cinco Ilhas.

Yeosang olhava pesarosamente para sua ilha e seus pequenos pontinhos em chamas da borda do navio. Estava se afastando cada vez mais de Myne, sem nenhum sinal de que conseguiria escapar ou de que alguém estivesse indo buscá-lo. Ele estava ficando muito aflito.

— Myne não parece mais bonita com esses tons de vermelho e laranja do fogo? — Seonghwa apoiou os antebraços na borda, como se estivesse admirando a paisagem de horrores que criou.

— Você incendiou os navios, não a ilha. 

Ainda

Quando Yeosang franziu as sobrancelhas para ele, Seonghwa sorriu.

— Icem as velas, vamos aproveitar esse vento forte — ordenou. — Quero chegar em King Island em metade do tempo

☪︎

Jimin e todos os halianos acordados foram informados com todos os detalhes do que estava acontecendo lá fora, enquanto San e o médico faziam curativos e suturas. Todos, sem exceção, arregalaram os olhos quando ouviram o nome de Seonghwa. Aparentemente, todos os halianos o conheciam e o odiavam com muita vontade. Hongjoong se sentiu ainda mais besta, apesar de não ter culpa de não saber sobre ele. Wooyoung deixou de fora tudo sobre o envolvimento do Kim e do Park. Não eram informações úteis, eles não precisavam saber. E ele queria poupar Hongjoong do constrangimento.

— Não imaginei que o Park fosse chegar a esse ponto — disse Jimin, costurando um corte na perna de um garoto, rápido e tranquilo como se fosse um boneco de pano deitado em sua frente. — Na verdade, até imaginei, só não achei que fosse acontecer depois de Woo quase matá-lo. Força de vontade ou inconsequência ou loucura, eu diria. 

— Sabemos que os três se aplicam — Wooyoung resmungou. Ele estava carrancudo desde que começara a falar. Ter que contar como foram pegos em uma armadilha feito animais irracionais, como eles foram previsíveis para Seonghwa desde o começo, era frustrante e agoniante. 

Enquanto Jimin unia as partes separadas dos halianos, San, mais afastado, mexia e remexia com uma colher de pau na jarra de vidro na qual tinha jogado várias coisas que julgara importantes para a recuperação dos feridos. Algumas pegaram os criados de surpresa, como raízes e ervas muito específicas, e alguns halianos — em melhores condições — tiveram que se voluntariar para buscar tais coisas na cozinha. Demorando apenas alguns minutos, os voluntários voltaram ofegantes, com sorrisos abastecidos por adrenalina e com tudo que San pediu — fora duas criadas que encontraram escondidas nos armários da cozinha. 

Nesse processo, uns dois ou três tiros foram ouvidos, mas todos os halianos que foram, voltaram vivos e bem, então estava tudo certo.

— O que me deixa intrigado é como ele sabia como entrar. — Jimin terminou de enfaixar um braço e partiu para seu capitão, sentado ao lado do corpo inerte de Felix. Wooyoung tinha um corte acima da sobrancelha e hematomas roxos e azuis espalhados pelos braços, expostos pelas mangas arregaçadas da camisa preta. — Que marcas feias. 

— Poxa, achei que você gostaria delas combinando com o tom dos meus olhos — Wooyoung fez beicinho. Jimin ignorou o gesto e continuou espalhando um unguento sobre a vermelhidão na testa dele. 

— Achamos que alguém pode ter contado para Seonghwa onde éramos mais vulneráveis — a voz do governador preencheu a sala. Kyesang não olhou para eles. Ele parecia esvaído de qualquer emoção, jogado no pé da maca onde Yoona estava sentada com Yunho. — O garoto, Jungkook, talvez tenha contado para ele. 

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora