Eu ou você

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King Island, das Cinco Ilhas.

Havia mais corpos mortos do que com vida no meio dos escombros, e Sujin e os soldados estavam resgatando todos os vivos que encontravam. Havia mais islandinos abatidos do que soldados estrangeiros, mas era triste ver a quantidade de jovens que perderam as vidas por uma causa que foram obrigados a comprar. 

— Vão até a cidade, procurem um curandeiro ou qualquer um que possa ajudar os feridos — Sujin instruiu aos soldados. — Precisamos de algum lugar para deixá-los em repouso e mantê-los vivos. 

Os soldados assentiram e se retiraram, os outros permaneceram em busca de mais sobreviventes. Sujin continuou atravessando os escombros e fendas no chão, buscando um sobrevivente em específico, torcendo para que não tivesse sobrevivido e se condenando por esse pensamento.

San havia feito um estrago irreparável, as aberturas no chão não poderiam ser fechadas e a mansão jamais conseguiria ser reerguida ali, sobre pedras partidas e fendas quilométricas, onde vários corpos e partes da casa jaziam.

Enquanto buscava por Seonghwa, Sujin imaginava como estaria a cabeça dele naquele momento, perdendo sua casa após perder sua mãe. Ele não era bom em lidar com frustrações, ficava mais instável e mais cruel; porém, de outro ponto de vista, ele era só um garoto de 23 anos vendo sua vida desmoronar, pilar por pilar. 

Sujin não sabia se o encontraria chorando, ou gritando, ou praguejando, ou terminando de quebrar as poucas coisas que restaram da casa, mas não pensou que o encontraria como encontrou: quieto. Sentado e quieto. Sujo, bagunçado e sangrando em várias partes do corpo e cabeça. O ombro esquerdo meio torto, provavelmente fora do lugar.

Em pé ao lado dele, Kyuhyun analisava todo o estrago causado no porto, na mansão e em partes da cidade com as mãos na cintura e expressão cansada. 

— Achei que você estivesse fora... — disse Sujin, nada contente em vê-lo. 

— Ainda bem que cheguei a tempo, não é? — Kyuhyun olhou brevemente para o herdeiro sentado. 

— Se você estivesse aqui, nada teria sido diferente — disse ela. — San teria colocado tudo à baixo da mesma forma. 

— Eu teria impedido Park Seonghwa de fazer as besteiras que costuma fazer — grunhiu. — Eu saio para buscar aliados, visando agregar a um plano promissor, e, quando volto, o plano foi jogado no lixo, pois o herdeiro de King Island perdeu a mansão, o porto de suas frotas, parte da cidade e metade de seu exército. Não vou nem separar os naxianos que perdemos dos soldados comuns, para o fardo ficar menos pesado! Ah, e só não perdeu as frotas também porque o inimigo achou uma boa maneira de dispersá-las e abrir caminho para a nossa base aqui na ilha! E tudo isso pelo quê? Por um garoto que nem gosta de você?! 

Seonghwa ergueu lentamente o olhar para Kyuhyun.

Ele podia não saber, mas Hongjoong gostava dele, sim. Seonghwa via isso em todas as vezes que Hongjoong tivera a chance de matá-lo e não o fez. Agora, depois da morte de Minnie e do assassinato de Jungkook ter sido revelado, podia não gostar mais... mas já gostou, e Seonghwa era preso àquele sentimento. 

Contudo, ele não respondeu nada. 

Kyuhyun seguia resmungando e reclamando sobre a situação e o desaparecimento de Hang e o destino da ilha em mãos tão ineptas e etc e etc... 

Quando Seonghwa finalmente falou:

— E você conseguiu os aliados? 

Kyuhyun, desacreditado da audácia dele em ignorar todo o cenário caótico, suspirou antes de responder:

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora