Hori, das Cinco Ilhas.
A primeira coisa que aqueles olhos azuis viram quando o navio se aproximou da costa de Hori foi o píer destruído. Metade dele, ou quase isso, queimado. O escolhido, com certeza ele fizera aquilo. Não tinha sido incluso no relatório que ele queimara um píer antes de ir embora com um navio roubado.Havia duas fileiras de soldados de preto e laranja no cais esperando o capitão desembarcar. E todos o seguiam organizadamente conforme ele atravessava a cidade, queixo erguido e postura implacável. Ele não parecia um pirata sem escrúpulos, parecia um príncipe lindamente vestido de preto, o cabelo impecavelmente penteado para trás, brilhando contra o sol como estrelas na escuridão. Mas que tipo de príncipe faria seu povo se encolher ao passar e tremer enquanto o reverencia? Todos em seu caminho corriam para longe depois de reverenciá-lo com expressões temerosas. As íris trêmulas entregavam o medo de alguma atitude maldosa repentina. O capitão podia estar num dia ruim, e ai de quem ousasse deixá-lo pior.
Ele não respondeu ninguém, nenhum dos "bom dia", nem olhou para ninguém até chegar na pequena escadaria do palácio do governante, onde os soldados o deixaram subir sozinho.
Os dois soldados no fim do corredor de mármore silenciosamente abriram as portas para que o filho de Hang adentrasse na sala do trono, onde Leeteuk, bem relaxado, endireitou a postura antes de se levantar para recebê-lo.
— Capitão — o mais velho fez uma breve reverência e iniciou um passo para descer os degraus da plataforma, mas o outro o impediu.
— Fique. Não vou demorar aqui.
Leeteuk hesitou.
— Sente-se, fique à vontade. — Um sorriso. Ao mesmo tempo que parecia verdadeiro, parecia um desafio. Sente-se e fique à vontade no MEU trono.
Mas Leeteuk sentou, não totalmente confiante de que era a escolha certa.
— Não esperava sua visita, em que posso ajudar?
— Não esperava minha visita após a caça de meu pai fugir junto com um soldado desertor, uma feiticeira, o neto de Anya e um garoto, que as evidências apontam ser uma peça da profecia, num navio roubado logo depois de roubar nosso dinheiro? Debaixo do seu nariz, inclusive.
Leeteuk se remexeu no acolchoamento da assento.
— Vim para consertar a bagunça feita.
— O senhor vai... colocar outro em meu lugar?
O herdeiro bufou sarcástico, um sorriso traiçoeiro repuxou o canto dos lábios. Ele começou a subir os degraus e diminuir lentamente a distância entre o imediato no trono e ele. Leeteuk teve o bom senso de se encolher e parecer preocupado a cada passo do capitão.
— É bom que você saiba que é incompetente demais para esse cargo. — Os dedos finos do herdeiro se abriram sobre os braços da cadeira e se agarraram a eles, um por um se fechando no ferro frio. Leeteuk não ousou desviar o olhar do hipnotizante azul dos olhos do capitão conforme ele aproximava o rosto do seu. Uma gotícula de suor se formava em sua têmpora à medida que a respiração quente do mais novo lhe atingia a face. — Mas, não. Não vou te tirar daqui agora.
Para o alívio do imediato, o capitão se afastou. Só assim ele pôde ter certeza de que o ar ainda circulava pelos pulmões, de que o planeta ainda girava e o tempo corria.
— O que devo fazer, Teuk, para puni-lo? — ele descia a escada com a mesma serenidade viperina com a qual subira. — Não posso deixar que saia por aí sentando no trono de Hori, se exibindo como o cara no comando, sendo que mal consegue desempenhar sua função direito.
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Ele é o Rei
AdventureToda a infância de Kim Hongjoong fora destruída num piscar de olhos quando a denominada Invasão aconteceu na ilha em que morava. Um velho pirata ganancioso e com sede de poder deseja executar um plano insano de usurpar o governo das chamadas Cinco...