Movimento arriscado

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Primeiro, eu quero me desculpar pela demora! Mesmo que seja pouca, ainda tem gente aqui esperando pra ler. E vocês são especiais! Obrigada por esperar ♡

Myne, das Cinco Ilhas.

A expressão no rosto de Yeosang quando Jongho voltou entregava uma possível situação que o mais novo não iria gostar. Quando não viu Hongjoong com o herdeiro, ele teve certeza.

— Cadê o Hongjoong? — Questionou Jongho, a tigela de madeira em suas mãos fumaçando um aroma fresquinho e convidativo.

— Ele foi... dançar...? — Respondeu Yeosang, incerto.

Ele prestara atenção quando Hongjoong, cabisbaixo, disse que não estava com vontade de nada, e só por isso Jongho saiu para comprar algo que ele gostava. Jongho voltou e Hongjoong saira para fazer exatamente o que disse que não queria; Yeosang sabia que o mais novo estranharia. Se viu obrigado a esclarecer quando as sobrancelhas de Jongho se franziram.

— Ele foi convidado, e foi um convite muito inusitado, então ele foi.

— Quem convidou?

— O mascarado — Yunho respondeu, fazendo o queixo de Jongho cair.

— O quê?!

Se Hongjoong dissesse que estava tranquilo ou feliz, seria mentira. Mas, se dissesse que estava desconfortável, também seria. Ele não sabia como nomear a sensação que fazia seu coração bater mais rápido e o ar ficar escasso em seus pulmões enquanto o homem — nitidamente mais alto agora que o via tão de perto — segurava sua destra e o guiava entre as pessoas dançantes. Ele não conseguia ver suas feições, só as costas e ombros largos, que persuadiam a imaginação a pensar em músculos sutis bem trabalhados; afastou aqueles pensamentos quando foi levado para fora da roda. Agora estava diante das pessoas, vendo-as como o mascarado costumava ver: dançando e cantando e sorrindo em sua direção, como se fosse ele o motivo da alegria.

Após largar sua mão, o homem se sentou novamente em seu banco improvisado de caixotes de madeira da feira e dedilhou as cordas do alaúde, sincronizando perfeitamente com os homens que batucavam ao seu lado, sem dificuldade alguma de voltar ao ritmo. Ele sorriu pequeno para Hongjoong, os olhos misteriosos por baixo da venda.

— Fique à vontade.

— Pensei que tivesse me convidado para dançar — Hongjoong sorriu de volta, a sobrancelha erguida.

— Hoje eu sou o cantor, sinto muito — dessa vez, ele mostrou os dentes no sorriso quando desviou o olhar, mas voltou logo em seguida. — Só precisava de uma desculpa para te trazer para cá.

Hongjoong ficou imóvel sentindo os olhos dele sobre si, mesmo que só pudesse enxergar uma faísca do brilho deles.

— Por acaso está me confundindo com alguém? — Indagou, avaliando as palavras do outro.

Outro sorriso, um pouco mais ousado para alguém que estava acabando de conhecê-lo.

— Não. É você mesmo.

— E não quer saber meu nome?

O sorriso do mascarado era viciante, como se abrigasse muitas informações sobre coisas que as pessoas pagariam para saber. Ele tomou fôlego antes de começar a cantarolar baixinho, só para Hongjoong, uma de suas canções, harmonizando lindamente com o som que saía de seu instrumento.

Dos escolhidos dos astros, apenas um, aquele que trará a paz... Kim Hongjoong.

A voz melódica pronunciou o nome devagar, com pausas degustadoras, como se saboreasse cada sílaba. Um arrepio percorreu Hongjoong quando se viu debaixo do olhar atento e do sorriso caçador do mascarado.

Ele é o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora