King Island, das Cinco Ilhas.
Hongjoong não havia planejado uma contraposta. Ele não havia se preparado para uma, na verdade.
Na cabeça dele, só haveria dois caminhos: Seonghwa aceitaria seu acordo ou Seonghwa negaria. Se fosse o segundo, eles teriam que matá-lo e tomar King Island à força.
Hongjoong devia ter imaginado que fazia parte da personalidade de Seonghwa barganhar ao próprio favor, independentemente do quanto ele o venerava.
— Diga — Hongjoong finalmente falou, permitindo que o Park prosseguisse com um sorriso de satisfação.
— Eu libertarei San, Yeosang, Kyum e Minnie... — começou ele, subindo os degraus restantes. — Deixarei Wooyoung em paz, não caçarei mais nem ele e nem sua miserável tripulação. Devolverei todas as Cinco Ilhas, e até permitirei que Wooyoung volte para Hala. Darei a você todos os tronos, Hongjoong, se... — ele enfatizou ao parar no topo da escada e olhá-lo — você se sentar ao meu lado no trono de King Island, para que possamos ficar juntos para sempre, como prometemos um ao outro.
Minnie, ajoelhada completamente desapercebida ao lado de Seonghwa, sentiu um terrível pressentimento ao ouvir a menção sobre promessa.
— Como prometemos...? — Hongjoong ecoou, o cenho se franzindo enquanto ele buscava nas memórias quando prometera tal coisa.
— Sim, Hongjoong, há 13 anos, naquele navio.
Há 13 anos, naquele navio... as palavras se repetiam na cabeça dele, confusas e significativas ao mesmo tempo, como se parte dele soubesse exatamente do que Seonghwa estava falando. Aquela parte estava sussurrando informações desgarradas na mente dele; coisas que aconteceram, mas que ele não se lembrava, estavam atravessando sua visão naquele momento, forçando-o a pensar nelas, recuperá-las.
Naquele navio... há 13 anos... Hongjoong olhou para Seonghwa, estranhando a familiaridade que se assentava em seu cérebro. Ele o conhecia havia muito tempo, sim, mas por que parecia que os traços do rosto dele eram lembranças antigas se renovando bem ali? Por que o contorno da boca dele e o nariz longo e refinado pareciam tão familiares?
Há 13 anos, onde Hongjoong estava?
Em uma gruta com sua família postiça?
Não, antes de San, Anya, Kyum e Hyuk...
Em um navio? Sim, em um navio, mas aquele... com Jongho?
Não, antes de Jongho. Bem antes.
Antes de San e Jongho, Hongjoong estivera sozinho, logo após perder o pai e ver os companheiros fiéis dele, Shin e Yriel, serem mortos à sangue frio; logo após ser separado de sua mãe e jogado no porão de um navio sujo, Hongjoong estivera sozinho.
E assim ele ficou por muito, muito tempo. Ele se lembrava disso. Lembrava-se de quando o navio parou de balançar tão vigorosamente, o que significava que estava ancorado.
Se ele ficara tão sozinho e miserável, sem os pais e sem os companheiros, como foi que aguentara tão firme, sem perder as esperanças e o gosto pela vida? Ele não se lembrava de como saíra daquele fundo do poço. Ele só se lembrava de Jongho e San serem sua luz.
Mas antes deles, quando estava sozinho, pensando em se enforcar com o cadarço de sua roupa...
Naquele navio, há 13 anos, ele conheceu alguém. Alguém com traços lindos como ele jamais vira, com um nariz chamativo e olhos estonteantes; ele se lembrava que jamais vira um azul tão... verde...?
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Ele é o Rei
AdventureToda a infância de Kim Hongjoong fora destruída num piscar de olhos quando a denominada Invasão aconteceu na ilha em que morava. Um velho pirata ganancioso e com sede de poder deseja executar um plano insano de usurpar o governo das chamadas Cinco...