King Island, das Cinco Ilhas.
O laço entre Seonghwa e Hongjoong se rompeu, e Seonghwa perdeu Hongjoong. Para sempre.
De repente, um pedaço inteiro do teto caiu na frente de Hongjoong. Depois outro ao seu lado. Ele não se moveu, sequer assimilou o que estava acontecendo.
O tremor no chão se intensificou ao ponto de se tornar difícil manter o equilíbrio, e os degraus da escada começaram a rachar, Seonghwa reparou.
Subitamente, um destroço caiu e acertou o trono, espalhando poeira, pedra e plumas do estofado para os arredores; quando Seonghwa virou-se para se proteger, acabou pisando em falso no degrau e caiu, despencando do nível mais alto diretamente para o chão, na lateral do trono.
A única e redonda janela que havia no salão estourou, e logo depois a parede começou a se desfazer. Tudo estava se desfazendo e desmoronando e despedaçando. Seonghwa estava assustado e baqueado, não sabia o que estava acontecendo e nem o que fazer, e tinha Hongjoong, que estava em estado de choque e não se movia, não falava, não reagia. Seonghwa queria fazer algo, mas estava com medo, porque sabia que Hongjoong o odiava agora, sabia que ele o mataria com as próprias mãos quando saísse do transe.
Por que tudo estava caindo? O ataque dos navios estava tão pesado assim?
Não eram os navios.
Em outro lugar, enquanto Seonghwa e Hongjoong destruíam um ao outro emocionalmente, San estava liberto e cheio de energia acumulada, motivado pela surra que seus amigos halianos estavam tomando.
— O escolhido da Lua me ensinou uma coisa — San avisou. — Aqui se faz, aqui se paga.
E ele os fez pagar.
San conseguia acesso direto às almas e, assim, transtornar qualquer pessoa, de dentro para fora, dependendo de como ele usava aquele poder. Feitiços de alma cansavam mais e não eram tão eficazes contra uma grande quantidade de inimigos de uma vez só, que era o caso ali.
Contudo, o dom dele era forte demais. Dentro das possibilidades dele, não estavam apenas feitiços; havia coisas que os livros não podiam ensinar, e que outros feiticeiros não podiam reproduzir, porque fazia parte dele. San fora abençoado quando nascera, não só como um escolhido; a Protetora lhe deu uma gota do poder dela e, por isso, ele podia incorporar os elementos da natureza. O dom dele era ser.
San fechou os olhos, abaixou-se e tocou com as pontas de seus dez dedos no chão.
— Ego sum vilis. ego sum terra. exsurge contra me et devorabo te — ele sibilou, e o chão começou a murmurar em resposta, tremendo sob suas botas e seus dedos.
Assim como ele era o mar quando trouxe o Wonderland de volta do naufrágio, como era o vento soprando, como era o fogo derretendo e consumindo...
Eu sou a base. Eu sou a terra. Coloquem-se de pé contra mim, e eu os engolirei no submundo.
Rachaduras instantaneamente se abriram sob os pés dos inimigos, que se desesperaram ao vê-las. Os halianos correram para perto de San, observando as fissuras crescerem, alastrando-se pelas paredes e chegando ao teto. O chão tremia com cada vez mais vigor, inimigos caíam e outros tentavam se escorar nas paredes, móveis, uns nos outros. Mas não era suficiente.
O chão começou a se abrir, naxianos e islandinos lutavam para não cair nas aberturas, mas a terra parecia viva e faminta. As rachaduras seguiam os passos deles, não adiantava tentar fugir. Afinal, o chão estava por toda parte, literalmente. Qualquer lugar era território de San.
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Ele é o Rei
AdventureToda a infância de Kim Hongjoong fora destruída num piscar de olhos quando a denominada Invasão aconteceu na ilha em que morava. Um velho pirata ganancioso e com sede de poder deseja executar um plano insano de usurpar o governo das chamadas Cinco...