68.Noites sem você

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Notas iniciais: Parte do capítulo está na visão do Shigaraki

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Noites sem você

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A mansão estava vazia, apesar de Sato fazer de tudo para comandar os negócios da melhor forma possível, a essência de Hikai fazia falta, para completar ainda tinha a perda da garota de fios lilases, todo o paraíso de suas vidas ruía de maneira constante, uma vez que Hikai estava em coma e de certa forma Sato se culpou, achando que fora o seu poder que fez isso.

-- Não foi sua culpa, na verdade se você não tivesse ajudado creio que ele teria morrido. -- June comentou, recebendo um olhar de cão abandonado do moreno que chegava a lhe quebrar.

-- Você vai mesmo embora? -- O olha de Sato divagou para a mochila nas costas da vermelha.

-- Vou sim, não aguento mais olhar pra essa casa sem ele. Esse é o lugar dele Sato não entende? -- June estava chorosa.

-- Claro que entendo June mas, você devia ficar e me ajudar a manter seu negócio, não posso fazer isso sozinho. -- O Moreno sussurrou, sentia-se tão perdido quanto ela, mesmo assim June lhe deu as costas apertando as alças da mochila e respirando fundo, o coração batia forte enquanto sentia o rosto queimar.

-- Continuar? Faça-me o favor a mansão jamais será a mesma sem ele. Hikai é a alma desse lugar! -- Ela suspirou limpando as lágrimas e deixando a mente ser inundada por boas lembranças. -- Ficar aqui só nos faz mal, você também deveria ir.

-- E pra onde você vai June? A polícia está em alerta desde que explodiram a agência do herói número um, não pode se comprometer desse jeito. -- A preocupação dele a fazia vacilar e assim sorriu amavelmente:

-- Vou auxiliar Drac, enquanto Hikai estiver dormindo e você deveria vir comigo, ele gostaria que você permanecesse livre.

O moreno desviou o olhar constrangido e claramente triste.

-- Sabe que não posso, ela ainda está lá fora. Hikai não se arriscou em vão e uma hora Mirai vai voltar e quando isso acontecer precisará de respostas! -- Teve o rosto acariciado por ela, não é que June não se importasse, mas sem Hikai estavam de mãos atadas, mesmo que soubessem que o mais velho mandou-a para Rússia, como vasculhariam aquelas terras imensas sem um suporte de fuga?

-- Só tome cuidado por favor, não esqueça que tem um louco atrás dela e me prometa que nunca mais vai ligar a sua vida a de ninguém.

Sato sorriu olhando-a de maneira firme.

-- Hikai se tornou meu único mestre além de um grande amigo, não se preocupe com isso.

Ambos se abraçaram em um clima de despedida, mesmo que não fosse para sempre. A família parecia ruir, quando na verdade estavam em busca de seus próprios apoios.

...

Por Shigaraki,

Minha cabeça doía demais eu tomei um porre do álcool mais vagabundo que tem, nunca em toda a minha vida desgraçada eu bebi tanto. Estava tão puto que já havia mandado até o Kurogiri se fuder.

Agora estou aqui deitado com a cabeça na mesa com uma puta ressaca. Para um cara que havia suprimido tanto os sentimentos estou sendo patético.

-- Tome essa aspirina e tem um frappucino bem gelado também. -- A voz de Kurogiri ecoou pelo covil e a única coisa que ouvi foi a palavra frappuccino. De imediato veio a lembrança do dia em tirei a virgindade dela após puní-la com uma noite de antecedência, fora todo aquele glitter nos copos de café que ela fazia questão de pôr apenas para me afrontar, respirei pesado,
Mirai é doce como os sorvetes de morango que come quando está com raiva de mim e mesmo que eu nunca admita, eu gosto demais daquela diaba de cabelo lilás.

Puxei o frappuccino e engoli a aspirina antes de respirar estressado. Afinal junto com o sumiço de Mirai veio o entendimento da porra do projeto fênix e claro a minha preocupações deveriam ficar em segundo plano.

-- Shigaraki ta expelindo ódio pelos poros. A falta de sexo deve ta matando o coitado. -- Twice gargalhou, de fato não estava completamente errado, o ruim de ter conhecido o prazer carnal e ter me deixado levar por ele é isso, principalmente a respeito de Mirai, porém, nossa relação ultrapassou tais limites e eu queria poder encará-la dessa forma assim seria fácil suprimir.

-- O que temos pra hoje Shigaraki? -- Toga rodava uma faca entre os dedos, aquela maníaca havia esfaqueado o Twice por ciúme.

-- Vocês vão explodir o bunker central. Agora que a cidade se isolou vamos atacar a fonte de poder humano com tudo. -- Bebi o frappuccino de uma vez.

-- Atacar o quê? Você destruiu a porra da cidade toda! -- Dabi acendeu o cigarro.

-- O bunker está inteiro e faz parte do nosso objetivo, não falhem agora. Não quando estamos tão perto. -- Me levantei, olhei para Kurogiri que entendeu perfeitamente. Alguns membros da liga assim como heróis morreram durante a liberação completa da minha individualidade, já que não havia ninguém para cauterizar. Seguimos para a sala de reuniões onde Kurogiri expandiu e assim sumimos na escuridão.

...

A Rússia era fria como um verdadeiro inferno e faz exatas sete semanas que venho nesse país estúpido atrás da minha mulher. Era assim que eu passava minhas tardes de descanso desde que torturei aquele idiota em busca da garota com cheiro de jasmim, sândalo e as vezes bergamota, eu acabei por me acostumar com os fios lilases esparramados no meu braço enquanto o rosto dela repousava em meu peito sem medo de morrer.

Mirai sempre carregou consigo um brilho que jamais conheci, lembro-me vagamente depois de uma de nossas noites onde ela inocentemente comparou o meu olhar com o dela insinuando que finalmente havia posto cor e alegria na mina vida de vilania.

A noite caia conforme eu retornava para a liga, a primeira coisa que fiz foi descontar minha raiva no balcão.

-- Esse já é o sexto em uma semana. -- A voz vinha do canto da sala, obviamente de Toga que se deliciava com doces sobre o urso. -- Sabe Shigaraki eu também sinto falta dela, depois da morte de Magne e o sumiço de Mirai voltei a ser a única garota no meio desses idiotas, sem ofensa. Fora que ela é minha amiga e June vai ficar com o pai até ele despertar e nos dizer onde a escondeu.

-- E o que você quer que eu faça? -- Estou estressado.

-- Primeiro para de se coçar que está sangrando e... -- Se levantou. -- Que tal parar de destruir o balcão e começar a matar até que falem onde ela está? -- Olhei para Toga com aquele brilho maníaco no olhar girando a faca com a ponta dos dedos e tive que sorri.

-- Eu matei idiota, matei cada um deles e ninguém sabe onde ela está. Agora vamos ao trabalho. -- Olhei para Kurogiri que até então estava quieto e o portal foi aberto, finalmente estava na hora de por a ideologia da liga em ação.

Mesmo assim não deixarei de procurar por Mirai, mesmo que para isso eu tenha que desintegrar cada pedra daquele país.

E assim se passaram os quatro meses mais longos e incessantes da minha vida desde que perdi a minha nova fonte de luz.

Nothing can compare to the life we had
My dear just grab my hand and let me take you

Where you hiding? I just want you to come in

Where are you?
Giving all I can to find you

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Notas finais: O capítulo é bem curtinho e  não altera em nada a história, é apenas uma forma de demonstrar um pouco dos sentimentos dúbios na visão do Shigaraki do que está acontecendo e sim, a fanfic está chegando ao fim;

Trecho da música no fim do capítulo: where are you? - Elves Drew.

𝐃𝐞𝐬𝐢𝐧𝐭𝐞𝐠𝐫𝐚-𝐦𝐞 | 𝘚𝘩𝘪𝘨𝘢𝘳𝘢𝘬𝘪 (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora