Cap73. Desentendimento

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Shigaraki encarava as lojas com tédio, já estava a meia hora sentado na cadeira esperando por ela que só sabia adentrar o provador e sair.

-- Então isso é tortura? -- Sussurrou, pegando o celular, desbloqueou a tela e entrou no aplicativo de mensagem dando de cara com Rê-Destro que mandava várias:


"Escolha o tema da festa."
"Que tal Black&tie?"
"Vai ser no maior salão que há em Kamino"
"Compre um terno caro."
"A liga já foi avisada."


Bloqueou o celular, desviou o olhar revoltado.

-- Por que caralhos preciso passar por isso? Dinheiro, poder e um arsenal de pessoas com individualidades tudo ao meu dispor e preciso mesmo me preocupar com uma sociedade se quero por ela abaixo? -- Estava prestes a desbloquear a tela e mandar o recado quando Mirai se aproximou:

-- Shigui já podemos ir, eu não gostei de nada daqui. -- Ele praticamente ficou surdo, a vontade de desintegrar tudo era grande, como caralhos ela provou inúmeras peças e não vai levar nada? Esse era o pensamento dele.

-- Diaba eu devo ter sido péssimo para passar por essa tortura.

-- Para de reclamar ainda tem duas lojas que eu quero visitar e você não quer comprar nada? Estou achando esse moletom um pouco apertado no seu corpo se bem que quando eu te abracei tinhas mais músculos do que deveria. -- Sorriu deixando-o revoltado devido ao estresse com Rê-Destro, mas ao sentir a mão dela deslizar por seus cabelos que agora batem um pouco abaixo dos ombros, respirou pesado.

-- Quando chegarmos no quarto você tira a minha roupa e confere. -- Ela suspirou.

-- Você não vai escapar Shigaraki, nós vamos comprar roupas. -- Ele revirou os olhos.

-- Poderíamos estar transando e você quer desperdiçar tempo escolhendo panos que com toda certeza eu vou desintegrar. -- Mirai o encarou descrente, sabia que tais palavras eram de propósito para lhe tirar do sério, mas não conseguia se conter.

-- Então quanto mais rápido fizermos as comprar melhor não acha? -- Passou a frente dele pouco se importando com os murmúrios de reclamação. O casal passou grande parte do tempo entrando em lojas e mesmo revoltado o prateado comprou o smoking preto enquanto ela escolhia alguns vestidos, no fim pararam para comer no restaurante do cassino e após isso seguiram para o quarto onde Tomura largou as bolsas no chão em uma lateral qualquer e Mirai pegou o telefone e se adiantou pedindo mais comida.

-- Você só pode estar brincando mulher, acabou de comer! -- Ele se jogou sobre o sofá.

-- Preciso te lembrar que estou grávida? Fora que eu estou pedindo o lanche para daqui há algumas horas, vai querer alguma coisa?

-- Que tal você, sem roupa e de quatro?

Ela revirou os olhos.

-- Eu estou falando sério Shigaraki, não é possível! Vou pedir um frappuccino e duas fatias de torta salgada, um tartelete de morango e suco de limão e alguns croissants a mais caso não seja o suficiente. Agora vamos nos arrumar e sair. -- Ela sorriu, ele apoiou o rosto na mão direita a observando se desfazer dos sapatos.

-- Achei que grávidas ficassem cansadas.

-- Eu passei tanto tempo naquela cama que não quero ver uma nem tão cedo, fora que estamos em Paris, é clichê, mas quero conhecer a torre Eiffel e você não me contou praticamente nada desses quatro meses que sumi. -- Tomura se endireitou no sofá abrindo bem as pernas e ocupando mais espaço do que deveria, os braços abertos apoiados no encosto. A lilás se aproximou sentando entre as pernas dele e apoiando as próprias em uma das coxas e ele respirou levemente:

𝐃𝐞𝐬𝐢𝐧𝐭𝐞𝐠𝐫𝐚-𝐦𝐞 | 𝘚𝘩𝘪𝘨𝘢𝘳𝘢𝘬𝘪 (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora