༄ Capítulo LXXXVI ༄

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Pov. Massimo Falcone

Dirigimos até a área demarcada no mapa do satélite, eram poucas as opções de lugares que o maldito poderia ter levado Mackenzie. Nevio não me deixou tocar no volante, não insisti, minhas mãos estavam tremendo pra caralho. Me concentrei na faca no meu coldre, pronta pra ser puxada para a garganta de Ryle.

- É um galpão abandonado. - Alessio disse assim que estacionamos em frente a um conjunto de galpões velhos e pichados. 

Sai do carro com pressa escutando a voz do meu irmão me chamando, eu não aguentava mais um segundo nessa angústia. Nevio disse pra Alessio ficar de vigia e veio logo atrás de mim, já havíamos estado em outros dois lugares e nada. Minha paciência já havia se esgotado a muito tempo.

- Precisa manter ele vivo se quiser que ele sofra por muito tempo. - Nevio me alertou pegando sua arma a destravando. 

- Ah... Ele vai sofrer, não se preocupe com isso. - digo com um sorriso de escárnio. 

Meu corpo ansiava por poder torturar Ryle, desmembrar cada pedaço seu, cortar suas bolas e o fazer engolir ainda seria pouco. Eu faria questão de prolongar cada momento da sua tortura, nenhum sofrimento seria suficiente para o fazer pagar pelo que aquele desgraçado havia causado a minha garota.

Dei um chute forte contra a porta de ferro de um dos containers, eu revistaria cada um deles, até achar Mackenzie, mas me certificaria de que dessa vez Ryle não fosse escapar por entre meus dedos. 


Pov. Mackenzie Dempsey

Um estrondo acima de mim me despertou. Minha boca estava seca, mal conseguia me lembrar da última vez em que Ryle havia me dado um copo d'água. Meu corpo estava completamente dolorido, eu podia sentir cada hematoma que ele deixou por mim. 

Olhei para o canto do quarto e vi os olhos escuros de Ryle brilharem com um sorriso bobo enquanto brincava com uma arma em sua mão. 

- Vai me matar? - arqueei a sobrancelha e ele riu como resposta.

- Não, vou matar alguns ratos que entraram aqui. - comentou analisando sua arma - Eles costumam ser bem chatos.

- Tem medo de ratos agora? - ri, minha mente estava fraca, eu mal conseguia raciocinar. 

- Esses em particular são bem nojentos, não quero eles perto de você, amor. - sorriu para mim.

Me esforcei pra pensar, tentando me lembrar do que poderia ser. Massimo a voz em minha cabeça sussurrou. Por um minuto fechei os olhos me lembrando do cara que foi capaz de me ensinar o que era amar alguém de verdade. Aquela altura eu já não era mais capaz de sentir qualquer coisa, não queria, me recusava. 

Seu sorriso brilhou no fundo da minha mente, o jeito como seus olhos brilhavam quando me via, ou a maldita tatuagem de lobo em sua mão. Eu podia jurar ser capaz de sentir seu perfume marcante agora. 

- Você deveria estar preparando seu caixão a essa altura. - consigo dizer quando abro meus olhos.

- Você ainda tem esperança nisso? Você é minha, Mackenzie. - rosnou me dando repulsa - E sempre vai ser. 

- Você vai morrer, Ryle. - sussurrei tossindo, eu precisava de água - Prometo que vai ser bem devagar.

Ryle riu ironicamente vindo até mim me dando um soco no quadril, me fazendo encolher com a dor. Senti a fisgada da agulha entrando na minha pele novamente, mas não apaguei, foi o suficiente apenas para me deixar grogue. De certa forma era bom quando ele me dopava, eu não sentia tanta dor.

- Bons sonhos, amor. 

Ouvi sua voz ao fundo da minha mente, me fazendo querer reagir. Eu tentei ser forte, tentei lutar e não deixar que ele me quebrasse, mas algo já estava quebrado dentro de mim, não tinha mais chance de conserto. 

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