༄ Capítulo CXVII ༄

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Pov. Greta Falcone

Não consegui dormir a noite toda, me revirando na cama com o coração acelerado. Amo havia me dito que estava indo para os Hamptons e depois disso não trocamos mais mensagens. Saber que estávamos tão perto, e ao mesmo tempo tão longe um do outro, me deixava angustiada.

Era por volta de uma da manhã quando a porta do quarto foi aberta e as risadas da Aurora chegaram até mim. Nevio entrou com os cabelos bagunçados e as roupas amassadas, o perfume da Aurora impregnado nele assim como o cheiro de álcool.

Quando ele se virou, pareceu surpreso ao me ver acordada, seu sorriso se desmanchou e ele fechou a porta atrás de si antes de seguir seu caminho para o banheiro.

Encolhi meus ombros escorregando na cama para dentro do edredom. Ele sabia, com certeza sabia, e isso me deixava com vergonha de achar que eu podia mentir para meu irmão e ele nunca iria descobrir.

Escutei o barulho da descarga e novamente ele voltou para o quarto sem camiseta. Torci os lábios quando notei suas costas arranhadas antes de se jogar na cama da frente.

O silêncio nos cercou, e eu não sabia se queria dizer algo ou se preferia me refugiar na escuridão do quarto. Nevio suspirou de forma pesada e eu sabia que ele não iria dormir tão cedo, talvez perdido em seus pensamentos como eu.

- Boa noite, ballerina. - Nevio cortou o silêncio do quarto e o ouvi se remexer na sua cama.

Eu não o respondi e senti meu peito se apertar, aquele era o apelido que Amo costumava usar comigo. Meu coração estava se partindo e sabia que algo ruim estava prestes a acontecer e já não tinha mais como evitar tudo aquilo, porque eu me meti em toda aquela bagunça. Eu me apaixonei pelo inimigo e não tinha mais como sair disso.

Me encolhi na cama, sentindo um abismo imaginário se formar no meio do quarto, me afastando ainda mais de Nevio. Tempos atrás éramos inseparáveis, nos apoiavamos independente de qualquer coisa e nada no mundo era capaz de nos afastar, porque precisávamos um do outro quase como precisamos de ar pra respirar, mas agora... As coisas mudaram e eu me sentia cada vez mais distante de Nevio e da minha família.





- Não tem algo menos forte? - Aurora resmungou pela quinta vez, assim que eu abri um batom.

Segurei uma risada resolvendo optar pelo gloss que eu havia trazido para terminar sua maquiagem. Aurora nunca foi boa com isso, ela não gostava de usar nada na pele, pois dizia que se sentia suja, então peguei leve na sua maquiagem, usando produtos em pó e um pouco de rímel.

Nevio estava no banho; ele não falou comigo desde que voltou no meio da noite. Fingi estar dormindo para não tomar café da manhã com minha família, o peso de ser uma traidora havia caído sobre meus ombros. Pedi serviço de quarto e passei o dia trancada no quarto, já que esse era o desejo do meu pai, então assim o fiz.

- Pronto. - suspirei guardando a embalagem do gloss na minha maleta e ela sorriu em agradecimento se levantando da cama.

- Vou deixar os cabelos soltos mesmo. - ela disse penteando suas madeixas loiras com a ponta dos dedos, mas eu sabia que ela queria deixá-los soltos por conta do chupão no seu pescoço que eu camuflei com um pouco de corretivo e base.

- Você tá linda. - digo com um sorriso fraco, eu já nem ao menos estava conseguindo fingir felicidade.

No entanto, eu estava dizendo a verdade. Aurora estava linda, com um vestido de seda azul marinho curto que se acentuava nas suas curvas. O busto era justo e com decote em v junto as alças finas, de uma forma básica, mas a surpresa mesmo estava no Air force branco em seus pés. Aurora detestava salto alto e alegou que não daria a ninguém da Famiglia o prazer de vê-la caindo.

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