༄ Capítulo CXIV ༄

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Pov. Carlotta Bazzoli

Estava cansada de ficar deitada, mas ao menos agora eu estava em um quarto diferente. Havia saído da UTI há alguns dias e fui trazida de volta para a mansão. Nino e Kiara estavam cuidando de mim, eu poderia ter ficado no hospital, mas todos me queriam de volta em casa então acharam melhor eu ficar internada em um dos quartos da ala do Nino.

Alessio passava horas ao meu lado, mesmo que eu estivesse dormindo, ele sempre tinha olheiras roxas pela falta de sono. Ele estava sendo rigoroso com todos que vinham me ver, então o mesmo sempre aparecia de banho tomado, fico feliz por não sentir mais o cheiro de cigarro em suas roupas, mas de certa forma eu estava acostumada com o odor de nicotina. 

Eu já estava tendo que fazer pequenas caminhadas para me exercitar, estava sob efeito dos analgésicos então não sabia a extensão da minha dor além do desconforto que eu sentia no peito.

- Trouxe um iogurte com frutas. - Alessio apareceu com uma taça grande em uma bandeja com um pote de vidro com algumas frutas. 

Me ajeitei na cama com um sorriso, eu ainda não estava acostumada com toda essa regalia e nem queria que as pessoas ficassem o tempo todo se preocupando comigo, mas Alessio disse que era bom pra ele ficar com seus olhos em mim. 

- Obrigada. - agradeci quando ele deixou a bandeja sobre minhas pernas e senti minha boca salivar, aquela era uma das poucas coisas que eu conseguia comer bem. 

- O médico falou que você precisa se exercitar um pouco. - me lembrou quando se sentou na beirada da cama.

Torci os lábios em uma pequena careta, eu não estava muito animada para as minhas caminhadas de recuperação, mas eu precisava disso para meus músculos não atrofiarem além de ser bom para a qualidade da minha nova vida. 

- Podemos dar uma volta no jardim mais tarde. - ele voltou a dizer quando percebeu minha falta de vontade.

- Tudo bem. - sussurrei pegando a taça de frutas sentindo ela mais pesada que o normal, espetei um mirtilo com o garfo e levei a boca provando seu gosto doce.

Todos estavam me tratando como se eu fosse um cristal prestes a se quebrar. Aurora chegou a dizer que Greta ainda não tinha coragem pra vir me ver porque se sentia culpada, mas aquilo não era sua culpa, era minha. Eu me causei tudo isso. 

Olhei para Alessio quando enchi minha colher de iogurte e a levei à boca, o gosto do morango era tão bom quanto eu me lembrava. Talvez agora eu pudesse dar ainda mais valor às pequenas coisas. 

- Você se parece com seu irmão quando está sendo protetor assim. - digo com um sorriso fraco.

- Ensinei tudo o que ele sabe. - se vangloriou com um sorriso no rosto me fazendo rir.

- Claro que sim. - balancei a cabeça cutucando as frutas em meio ao iogurte.

Alessio sorriu fraco olhando para o lado como se estivesse pensando em algo, percebi quando ele hesitou algumas vezes antes de voltar a olhar para mim com seus olhos azuis refletindo milhões de palavras que não saiam da sua boca.

- Devíamos nos casar. - sussurrou encolhendo os ombros - No seu tempo, claro… se ainda quiser.

- Eu quero. - mordi o lábio inferior desviando o olhar para as frutas.

- Quero estar com você a cada segundo pelo resto das nossas vidas, eu não imaginei a proporção que minhas decisões iriam causar quando eu pedi aquele tempo. Te ver nesse estado foi como se meu mundo tivesse desabado, porque você é tudo o que importa. - ele respirou fundo passando a mão pelos cabelos - Eu só quero te amar, e dessa vez fazer o certo, ser melhor pra você.

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