༄ Capítulo CI ༄

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Pov. Nevio Falcone


Virei mais um copo de whisky no bar da Sugar Trap enquanto esperava alguns negociantes de armas que ainda não haviam chegado. Meu pai, Nino e Alessio estavam no porão. Massimo deu a desculpa de que iria levar Mackenzie para fazer exames de sangue e outras coisas de bebê.

Ontem depois da ligação da Aurora eu passei a tarde toda na academia do antigo cassino socando o saco de areia, as luvas que Greta me deu eram realmente boas. A noite cantaram parabéns para nós, o bolo era de chocolate - preferido da minha irmã - e havia torta salgada de frango, que era a minha escolha já que eu não era fã de doces. 

- Ah… Desculpa interromper. - um dos soldados se aproximou de mim, seu nome era Nicolo.

- Já interrompeu. - suspirei pedindo ao barman outra dose.

- Desculpa. - voltou a repetir, eu odiava quando me pediam desculpas, como se isso fosse mudar o passado, e o que me irritava mais ainda eram esses soldados mais novos que se mijavam na calça só de falar comigo ou com outro homem da minha família - A filha do Scuderi foi vista no Novo México… indo para o Texas. Ela saiu do nosso território, eu iria avisar para o seu pai e…

Peguei bruscamente o celular desbloqueado que ele segurava com a mão trêmula, havia um vídeo de segurança da Aurora em um posto de gasolina às seis da manhã de hoje próxima a fronteira com o Texas, ela estava com o filho da puta do Santos.

- Eu cuido disso. - rosnei o encarando devolvendo o celular para ele - Se abrir a boca pra alguém eu vou cortar sua maldita língua e dar de comer pro cachorro da minha irmã.

- Tu-tudo bem. - gaguejou me fazendo revirar os olhos.

Quando voltasse teria uma conversa melhor com ele, nossos soldados deviam ser temidos, não se borrarem nas calças sem o menor sinal de ameaça. 

Peguei minha jaqueta de couro de cima do balcão, precisava de algo rápido, daqui até o Texas eram boas horas de viagem. Esperava que Juan não fosse a porra de uma ameaça crescente, mas me certificaria disso quando estivesse em sua frente. 

Se eu pegasse o jato da família iria chamar muita atenção, então optei pela minha moto. Seria mais rápido, e não tinha a intenção de parar pra uma noite de descanso de qualquer forma.

“Tenho que ir em um lugar, não sei quando volto” - enviei para meu pai e enfiei o celular no bolso da jaqueta, minha moto estava no estacionamento ao lado da BMW do Alessio.

Senti meu celular vibrar, mas não vi a resposta, com certeza meu pai estava me xingando e querendo saber mais detalhes sobre quais tipos de problemas eu causaria agora. 

Subi na moto ligando seu motor e acelerei sem pensar duas vezes, eu não teria problemas em achar Aurora porque todos os celulares tinham rastreador, por mais abusivo que isso fosse, era pra segurança dela. Estar fora do território da Camorra dava oportunidade para qualquer um fazer o que quisesse com ela.




Pov. Aurora Scuderi 


A família de Juan era bem receptiva, acho que era algo sobre os mexicanos impossível de conter, eles traziam uma energia mais caliente. Juan havia me ensinado essa palavra e eu gostei da forma como ela soava. 

A casa era aconchegante e Melanie a mãe de Juan tinha muito das características do filho, os cabelos escuros com ondas e os olhos marcantes, chegavam a me lembrar dos Falcones. 

Depois do surto de Nevio quando liguei desejando parabéns pra Greta, eu soube que tinha que tomar minhas próprias decisões, Adamo aquela altura já devia estar furioso, mas Dinara prometeu me acobertar.

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