༄ Capítulo LXXX ༄

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Pov. Greta Falcone

Meu corpo estava estático e o ar faltava para chegar aos meus pulmões, de canto de olho eu vi Amo sorrindo levemente, fiquei sem acreditar que ele ainda estava com a mão sobre minha cintura me acariciando sobre o vestido, de algum modo aquilo me tranquilizou.

- Eu posso explicar, mãe. - sussurrei com os ombros encolhidos olhando para a figura da mulher na porta do banheiro com as mãos em sua cintura analisando toda a situação.

- Vocês têm cinco minutos. - ela avisou com a voz dura ao fechar a porta, meu corpo estava congelado na mesma posição, meus olhos vidrados onde ela estava.

Não consegui me mexer, eu ainda estava absorta em todos os acontecimentos. Minha mãe tinha acabado de me flagrar com Amo, e eu só podia agradecer aos céus por não ter sido qualquer um outro da família que seria capaz de transformar o noivado em um banho de sangue.

- Você quer que eu vá falar com ela? - Amo entrou em meu campo de visão atraindo meus olhos ao seus.

Não conseguia acreditar em toda sua calma, como se já tivesse se preparado para um momento assim. Na verdade, todas as vezes em que enfrentou meu irmão, sempre deixou claro que a morte não era algo com o que se preocupava.

- N-Não. - gaguejei piscando rapidamente tentando voltar para a realidade, tudo parecia andar em câmera lenta.

Meu corpo finalmente destravou e eu dei um passo para o lado olhando com receio para ele, Amo se aproximou acariciando minha bochecha e arrumou a máscara que estava torta diante dos meus olhos.

- Você ainda me deve uma dança, ballerina. - sussurrou selando nossos lábios mais uma última vez como se fosse me despertar.

Concordei com a cabeça sentindo minha respiração se normalizar. Eu ainda não estava tranquila, minha mãe tinha acabado de descobrir sobre a ponta de todo iceberg que era minha história com Amo e me culpava por não ter dito coragem antes de dizer a verdade a ela.

Amo se certificou mais uma vez de que eu estava realmente bem e pronta para sair antes de me deixar sozinha no imenso banheiro. Respirei fundo antes de tomar coragem de expor tudo o que vinha acontecendo, e tudo o que estava sentindo. Por anos da minha vida fui leal a minha família e agora essa lealdade parecia trincada.

Minha mãe entrou segundos depois que ele passou pela porta, ela estava séria e parecia pensativa, me lembrou muito meu pai quando ele tentava analisar algo. Ele sempre sabia os segredos de todo mundo, menos os meus, porque tamanha era a confiança que tinha por mim, e eu estava traindo nossa família diante dos seus olhos.

- Quando me disse que estava gostando de alguém, esqueceu de especificar que era um Vitiello. - sua voz era calma enquanto se aproximava de mim - Há quanto tempo isso vem acontecendo?

- Desde que fomos para a Califórnia, jantamos juntos. - expliquei desviando os olhos para minhas mãos - Desculpe, mamà. Eu deveria ter confiado em você e contado.

- Pelo visto muita coisa aconteceu nessa semana que vocês passaram na Califórnia.

- Eu quis contar, quis mesmo. Isso tudo vinha me sufocando a tanto tempo. - me encolhi sentindo meus olhos marejarem, eu não queria chorar, mas era um peso saindo das minhas costas - Eu o amo e quero me casar com ele.

Não fui capaz de olhar em seus olhos, mas fui pega de surpresa quando seus braços me envolveram em um abraço apertado. Minha mãe era como um refúgio pra mim e de alguma forma parecia me entender no meio de toda aquela confusão.

- Nunca quis que se sentisse presa. - ela sussurrou acariciando meus cabelos e um soluço saiu de meus lábios trêmulos.

- Ele me pediu em casamento ano passado quando veio pra Las Vegas escondido, eu guardo a aliança dentro da caixinha de música que ele me deu. - sussurro contando para ela enquanto uma lágrima rolou por baixo da máscara - Papai nunca permitiria isso, Nevio é capaz de matá-lo só dele olhar para mim.

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