Pov. Greta Falcone
Após o almoço organizei minhas coisas no quarto, gostava de deixar tudo na mais perfeita ordem. Eu estava incrivelmente feliz em saber que teríamos um bebê na casa, tio Adamo sempre disse que tia Kiara era mãe de meninos, mas eu sempre imaginei como seria uma miniatura dela correndo por ai. Eu não via a hora dela nascer, tinha uma eterna paixão por bebês.
Depois de algum tempo me encontrei dentro do meu collant preto junto as sapatilhas vermelhas enquanto me alongava diante a parede de espelhos. Especulações diziam que a próxima apresentação seria sobre Romeu e Julieta ou Quebra Nozes.
Senti falta de dançar na última semana, isso me trazia muita paz, conforto e prazer. A música e o ballet eram minha alma.
Alonguei meu pés uma última vez e caminhei sobre o piso de madeira até as barras. Coloquei uma música clássica pelo bluetooth, conectando nas caixas de som embutidas no teto. Era Debussy, soava com um pouco de melancólica, mas eu gostava do quanto isso parecia gracioso nos meus movimentos.
Olhei mais uma vez checando se meu celular não havia recebido uma notificação. Desde que Amo havia voltado para New York mantemos contato, trocando algumas mensagens. Eu gostava das conversas com ele.
Os homens da minha família queriam manter rapazes longe, como se fossem uma ameaça à mim. Eu sempre fui muito tímida pra falar com qualquer um que não fosse minha família, e também nenhum garoto nunca se atreveu a me dirigir a palavra sabendo que eu era filha do Capo da Camorra.
Camorra. Muitos tinham medo ao ouvir a simples menção, sentiam arrepios e frio na espinha só por ouvir o nome do meu pai.
Apesar de tudo, Amo conseguia fazer eu me sentir à vontade, e eu estava gostando muito de ter esse contato com alguém... apesar de eu não saber muito onde isso realmente estava me levando. Ele era atencioso comigo, não parecia uma ameaça pra mim, como meu irmão costumava me assombrar.
Comecei a dançar conforme a música me levava, como estar dentro do mar e deixar que as águas guiassem seu caminho. Eu me sentia assim, leve, meu coração se enchia a cada nota.
Um som brilhou nos meus ouvidos. Eu nunca me distraia durante minhas danças, mas o barulho do meu celular me causou uma ansiedade fazendo algo dentro de mim se remexer.
Parei abruptamente em um salto e corri até onde estava meu celular ao canto da sala, sem me dar ao trabalho de pausar a música. Eu estava perdida em expectativas, torcendo para que fosse ele.
Quando vi suas siglas piscarem no visor sorri, eu não arrisquei colocar seu nome em meus contatos, porque por mais que tivesse privacidade com minhas coisas, não queria correr o risco de alguém ver por acidente e aquilo desencadear um caos enorme.
Abri a mensagem vendo uma foto sua ao lado de uma mulher de olhos incrivelmente azuis profundos e cabelos pretos que contrastavam com sua pele branca. Ela me lembrava a branca de neve de certa forma, com uma beleza única. Eu a reconhecia de algum lugar. Eles estavam bem próximos também, enquanto Amo sorria abertamente pra foto, o maldito sorriso que me derretia.
" Sua cunhada mandou um oi. " - era o que estava escrito logo embaixo. Um alívio me preencheu sem que eu tivesse percebido estar incomodada antes.
Suspirei mais tranquila agora, me dando conta de que aquela era Marcella Vitiello, tivemos poucos encontros ao decorrer dos anos, não sabia muito sobre ela, apenas que era a irmã mais velha de Amo e era dona de uma beleza incomparável.
O rubor subiu ao meu rosto rapidamente ao reler a mensagem. Cunhada. Sorri um pouco contrangida apesar de estar sozinha ali. Não pude deixar de me sentir envergonhada com sua menção, como se tivéssemos algo.
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For Sins
FanfictionOs filhos dos mafiosos mais temidos de Chicago, New York e Las Vegas cresceram. Quando se cresce com uma família assim, o que esperar se não, o pior dos piores? Tudo o que eles querem é se divertir e criar o seu próprio reinado sendo ainda melhores...