༄ Capítulo CXXV ༄

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Pov. Greta Falcone





- Amo? - sussurrei assim que a chamada foi aceita.

- Ballerina? - ele respondeu me arrancando um sorriso.

- Senti tanta falta de falar com você. - lágrimas desciam pela minha bochecha.

Nevio me pegou de surpresa quando apareceu ali, e estendeu seu celular em minha direção já na discagem no número do Amo.

- Eu… Greta. - ele respirou fundo como se tivesse perdido em si mesmo - Você ta bem? O que aconteceu?

Nevio se afastou puxando minha mala do chão e eu o observei tirar tudo o que eu havia jogado lá dentro na intenção de sair daqui, mas eu não consegui, eu não podia.

Independente do que estava acontecendo eu não conseguia virar as costas pra minha família, ainda mais no meio dessa " guerra ". Minha mãe não merecia perder mais pessoas e eu não queria ter que abrir mão de ninguém, por mais que ainda estivesse machucada.

- Estou bem. - sussurrei encolhendo os ombros - Nevio me emprestou o celular, ele tem me ajudado… nós nos resolvemos hoje.

Meu irmão me olhou por cima do ombro antes de fechar a mala e se levantar com ela a guardando na última prateleira do closet. Ele estava sendo compreensivo, até mais do que achei que seria em qualquer momento.

Nevio sempre disse que eu funcionava como a luz da sua vida, a parte boa, mas naquele momento ele estava sendo isso pra mim, e eu nem ao menos sabia como agradecer por o ter do meu lado ao invés de o ter longe de mim.

- Como estão as coisas por aí? - perguntou com esperança de que eu tivesse alguma notícia boa.

- Não muito boas. - consegui dizer após um pequeno suspiro.

Não sabia se deveria entrar no assunto dos meus pais com Amo, mas imaginei que ele devesse saber sobre o sequestro e a Outifit, já que sua mãe e tias eram de lá. Os boatos correm pelas máfias como foguete, meu pai deve ter ameaçado muitas pessoas para esse segredo não ter chegado aos nossos ouvido até o dia de hoje.

- Diga a ele que quero conversar depois. - Nevio chamou minha atenção com seu pedido.

Hesitei por alguns segundos, mas concordei com um aceno curiosa com o que ele iria conversar com Amo, mas depositei minha confiança nele.

- E como estão as coisas por ai? - perguntei passando a mão por meu joelho o puxando contra meu corpo.

Era estranho conversar com Amo enquanto os olhos de Nevio permaneciam em mim ou na parede do closet provavelmente pensando sobre o que ele estava fazendo me ajudando assim.

- Meu pai acha que endoidei e quero cometer suicídio porque ainda estou procurando um jeito de chegar até o seu pai sem morrer no caminho. - suspirou e eu queria estar em uma vídeo chamada pra encontrar seus olhos que eu tanto amava agora.

- Nevio quer falar com você, talvez... Possam achar uma solução.

- Acho pouco provável que seu irmão colabore mais do que isso. - murmurou com desgosto na voz.

Olhei para Nevio que passava a me encarar parecendo analisar meu comportamento diante a conversa com Amo. Soltei um suspiro enquanto me encolhia ainda mais no meu lugar, meu irmão se afastou dos armários e andou para fora do closet encostando a porta, me deixando a sós com seu celular.

- Ele tá diferente. - comentei, porque ninguém por ali parecia o mesmo de qualquer maneira.

Primeiro havia sido meu romance com Amo e agora a bomba dos meus pais. Eram muitas coisas pra se processar em um curto espaço de tempo, e Nevio estava se saindo bem pra quem havia sido extremamente afetado, assim como eu.

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