༄ Capítulo XVII ༄

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Pov. Greta Falcone

Meu corpo tremeu, minha respiração falhou e minhas mãos pareciam suadas. Estava mais nervosa do que quando fiquei na frente da plateia na minha apresentação de ballet.

Ele estava ali parado na frente do elevador, não esperava por isso. Estava com uma camisa cinza e calças jeans. Eu corei com seu olhar sobre meu corpo e sai do elevador antes que as portas frechassem.

- Bom dia. - eu não sabia o que dizer. Ele riu, percebendo que eu estava nervosa.

Amo parecia ler cada reação do meu corpo, ele pegou minha mão e beijou sobre as costas como da última vez que nos vimos.

- Quel vestito quella ti sta proprio bene!* - sussurrou em um perfeito italiano ainda segurando minha mão me fazendo corar ainda mais, como se fosse possível.

- Grazie.* - respondi em um italiano tremido.

- Não achei que fosse vir tão cedo. - disse abrindo a porta do quarto em que estava hospedado.

- Não podia arriscar que meu irmão... - olhei para seu segurança no sofá amolando algumas facas e engoli o seco - Que meu irmão me visse, ele surtaria.

- Esse é o Lorenzo, meu segurança e meu amigo. - Amo falou com um sorriso perfeito - Lorenzo... Essa é nossa pequena fugitiva Falcone, mas você já sabe quem ela é.

Eu queria pensar que Amo estivesse falando sobre mim para alguém, mas no fundo eu sabia que Lorenzo sabia quem eu era apenas por causa da minha família.

Pela primeira vez que estive ali, os olhos de Lorenzo se voltaram pra mim. Ele deu um aceno com a cabeça parecendo indiferente, eu sabia que era uma imagem que os mafiosos deviam passar, mas de certa forma aquilo parecia pessoal.

- Prazer em te conhecer, Lorenzo. - sorri de forma aberta para ele passando a mão por meu vestido mais uma vez, eu não conseguia conter meu nervosismo.

Estava em um quarto de hotel com dois caras que não eram da minha família, e faziam parte de outra máfia que poderia a qualquer momento me sequestrar e declarar guerra aberta contra a Camorra. Pensando assim, eu me sentia ingênua demais em acreditar que ele somente queria coisas boas comigo.

Engoli o seco pensando na possibilidade, eu mal sabia lutar, nunca precisei necessariamente me defender.

- Está com fome? - apontou para a mesa na extensa varanda do quarto que estava arrumada para um café da manhã farto.

- Claro. - sorri gentilmente o acompanhando até a mesa. Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse - Obrigada.

Amo estava sendo bem gentil comigo, até cogitei em duvidar disso, mas apanhei uma fatia de torrada e passei geleia de morangos por cima.

- Quer? - apontou pra um punhado de embutidos e bacon.

- Sou vegetariana. - corei e ele pareceu surpreso - Sou contra matarem bichinhos. Mesmo que eu venha de uma família onde assassinato é mais comum do que pareça.

- Você é uma caixinha de surpresas. - ele me observou como se analisasse cada detalhe do meu rosto se mantendo preso em meus olhos no fim.

Ter seus olhos azuis tão intensos sobre mim fez com que meus pêlos se arrepiassem. Mordi uma pedaço da minha torrada tentando me manter controlada, eu não conseguia entender como ele fazia isso sem ao menos estar me tocando.

- Você quer me sequestrar? - depois que digo percebo que parecia uma bobagem da minha cabeça e me encolho na cadeira.

- Como adivinhou? - sorriu de um jeito estranho, como um predador atrás da sua caça me fazendo travar - É brincadeira, calma. Eu queria te conhecer.

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