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O apartamento era intrigantemente luxuoso, uma realidade diferente e distante da de Ohana. Cada peça ali era arquitetada e bem desenhada. A decoração monocromática agregando-se ao espaço, onde tudo interligava-se de alguma forma. Tinha o lado de refinação exalado em Lúcifer.

-Anitta: Sinta-se em casa. - a morena mencionou, ao retirar o blazer que vestia e jogá-lo sobre o sofá, guiando-se até a garrafa de whisky e pondo uma dose. Era seu vício.

Sua casa era muito quente, para que sugerisse alguém se sentir nela... "maldita Diaba sem escrúpulos."

Ohana manteve-se intimidada, caminhando em passos lento em direção a ela. Era impossível controlar sua vergonha, havia sido criada sob as regras, ordens e desejos de Tomás. E com uma dificuldade extrema demorou até mesmo para criar uma personalidade própria.

-Anitta: Vem cá... - chamou a infernal, mansa como nunca.

A morena deixou o copo de lado, e caminhou em passos vagarosos até a garota loira de olhos castanhos. A ajudou retirar o blazer e então a abraçou pela primeira vez. Respirando fundo ao senti-la deitar a cabeça em seu peito e envolver sua cintura com os braços delicados.

-Anitta: Melhor? - questionou cuidadosa e então recebeu em um sussurro, uma resposta positiva. - Quer descansar um pouco? Você tem cara de quem não dormiu. Não quero que fique doente.

A loira apenas sorriu fraco, admirando todo cuidado que nunca havia recebido. Anitta pela primeira vez tocou seu rosto, tocando sua pele e fazendo um leve movimento. Levando a loira a fechar os olhos por alguns segundos.

-Anitta: Hum? - questionou em um resmungo. - Quer ir pra cama? - perguntou outra vez.

Não era compaixão, ou pena. Nascia apenas dentro de si uma vontade incontrolável de protegê-la.

-Anitta: Vem, vamos. - chamou, após o consentimento de Ohana e a guiou até o quarto.

Um andar abaixo, e estavam dentro de uma enorme suíte, com vista e acesso para uma piscina de borda infinita. O ambiente possuía tonalidade preta, parecia ser a cor favorita de Larissa. Alternava-se entre o cinza escuro, cinza claro e o preto. Um degradê perfeito, aos olhos de um infernal.

-Anitta: Caso se sinta confortável, tem blusas largas minhas no closet e algumas outras roupas. Pode vestir se quiser. - a morena disse paciente, antes de se retirar e dar a ela privacidade para decidir.

Foi o tempo suficiente para beber uma dose de whisky e pedir algo online para a garota comer. Ohana não estava em condições favoráveis em relação a cuidar de si própria naquele momento, então Larissa faria por ela. E voilà... acho que a premonição do diabo em: "o diabo não tem sentimentos" estava se tornando uma baita bobeira. Ao menos compaixão, havia naquele ser tão petrificado emocionalmente.

Esperou que o hambúrguer chegasse e em seguida direcionou se ao quarto outra vez, esperou Ohana comer calmamente enquanto observava-a vestida em uma blusa larga sua.

(...)

-Ohana: Pode ficar aqui? - pediu assim que a morena apagou as luzes e ameaçou sair do cômodo.

-Anitta: Quer que eu fique? - questionou e então a advogada assentiu.

Larissa retornou, caminhando em direção a poltrona no canto do quarto, e então a voz rouca e doce soou outra vez. A repreendendo.

-Ohana: Comigo... - soou angelical, em uma súplica.

Luci sorriu vitoriosa sem olhá-la, e ao desfazer o sorriso perverso, caminhou em sua direção. Deitou-se ao seu lado vagarosamente, e quando menos esperou... a garota deitou a cabeça em seu peito e a abraçou. Ficando ali, aninhadas por um tempo.

-Ohana: Acho que me sinto segura com você... - sussurrou baixinho, quando já podia estar quase pegando no sono.

Larissa a observou fechar os olhos e cair em um sono profundo. Após alguns longos minutos.

-Anitta: Mas não deveria... - sussurrou afastando seus cabelos. - Eu sou alguém ruim... imprevisível e duvidável. Você deveria saber disso.

A infernal manteve-se ali, analisando-a por muito tempo. Aquela vingança seria tão adorável...

Pode ouvir um suspiro pesado de Ohana, em meio ao sono tranquilo. Perversa era a rainha, e que Deus protegesse os ingênuos que entrassem no seu caminho. Piedosa fosse Arielle, e retirasse seu milagre das mãos de satanás.

Que Maria rogasse pelos seus!

Sentiu a mãozinha delicada tocar sua clavícula, mesmo que por cima da roupa e então manteve-se estática. Cessando o sorriso perverso e apenas inebriando-se com o cheiro que vinha da puritana.

Entretanto...

Por mais que o diabo não sentisse a necessidade absurda em descansar como os humanos, havia pegado no sono. Foi inevitável. Não dormia a dias e se cansava com isso, afinal mesmo que não fosse na mesma intensidade, ainda precisava. E a muitos anos não se sentia tranquila em apenas fechar os olhos e dormir. Como havia acabado de fazer...

(...)

No fim do dia, Lúcifer esperou a garota tomar banho e vestir a roupa qual usava quando a encontrou. Deu a ela remédios para dor e relaxamento muscular antes de irem e então passou em um drive thru no caminho e comprou duas bebidas geladas, algo com abacaxi e hortelã para a loira e em específico um chá mate para si. Dirigiu em lentidão até a mesma esquina que havia deixado-a noite passada. Aguardou que ela entrasse em casa para que por fim dirigisse até a boate. A loira mencionou sobre ter de frenquentar a igreja com os pais nos próximos dias, em específico a noite e pela manhã.

(...)

-Dafne: Vai sumir durante a noite também? - questionou assim que a morena adentrou o ambiente.

-Larissa: Sim, vou foder com 5 mulheres diferentes e beber até ter cirrose, como os humanos. - rebateu em completo desinteresse. - Ah.. me poupe dos seus questionamentos.

-Dafne: Ok, faça o que quiser! - rebateu irritada com a postura de Lúcifer. - Está agindo como uma criança!

-Anitta: Crianças são divinas, não me compare a elas. Deus ficaria irritado, se ouvisse você agora. - ela soou patética. - OU TALVEZ ESTEJA OUVINDO NÃO É, DEUS? Você é onipresente.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora