Desejo Pecaminoso - Ohanitta

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A infernal ainda podia sentir seu interior queimar com o álcool tomado recentemente, entretanto nenhum efeito era posto sobre ela. Bebidas humanas eram consideradas fracas demais para seu corpo celestial. Brincava em arremessar facas moldadas no inferno, em um alvo colocado na parede da cobertura. Aquilo não a divertia, mas a entretinha, ajudando-a organizar melhor as ideias.

Melissa estava sentada no sofá, enquanto a luminosidade transpassava a varanda aberta. Iluminando o espaço e consequente um fleche de luz ressaltava o tom caramelo dos seus belos olhos castanhos. Ela tinha um pirulito em mãos, onde apreciadora provocava o diabo enquanto sorria interiormente das suas frustrações.

Dizem que os anjos mais adoráveis fazem os demônios mais cruéis. Era verdade. Minha querida e bonita Melissa era tão gentil, doce e delicada... antes que arrastassem-a para o inferno.

-Anitta: Você é demônio mais atrevido que temos em casa! - referiu-se ao inferno, antes de arremessar uma das facas próxima a garota.

Atingindo o estofado em cor preta, próximo à parte inferior do corpo feminino, almejando acertar seu pé.

-Melissa: Errou por poucos milímetros. - atiçou com um sorriso patético, antes de chupar o maldito doce e olhar para a morena com pura motivação de ódio. - Julgo que precisa melhorar a pontaria.

Mesmo que discutissem e se alfinetassem a cada cinco segundos, satanás ainda tinha uma alta confiança em Melissa. Era também seu braço direito, assim como Dafne.

-Melissa: É maravilhosamente favorável ver você se contorcer em dúvidas pela vadiazinha. - sorriu ladina, enquanto tinha o pirulito em mãos.

-Anitta: Que epíteto mais educado. - soou sarcástica. - Acho que preciso administrar uma aula de etiquetas pra você e Dafne quando retornamos permanentemente.

-Melissa: Então pensa em retornar? - ergueu-se rapidamente. Sentando-se.

-Anitta: Sim... - respondeu. - Quando o inferno congelar, Deus descer dos céus e Ariel me aceitar de volta. - ironizou.

-Melissa: Ou seja... Nunca. - mencionou ao revirar os olhos. Encostando-se novamente no estofado. - Por mais que eu não seja fã do seu pai... Não podemos contrariar a vontade dele por muito tempo.

-Anitta: Sim, podemos. - afirmou arremessando uma última faca.

(...)

Dias depois...

Três dias haviam se passado e por mais que Ohana tivesse esperado o retorno da morena em seu escritório, aquilo não havia acontecido. Nos primeiros dias achou que estava sendo rejeitada após o momento que tiveram na madrugada, chegou até sugerir que Larissa estava bêbada e então se arrependeu do que fez. Decidiu contatá-la por meio de mensagens, devido a obrigação em atualiza-la sobre o caso. Qual o herdeiro havia aceitado por meio formal, uma negociação sem interferência jurídica o mais rápido possível. Ohana frequentou a boate pela parte matinal, e ao questionar a morena de cabelos curtos sobre Larissa, a resposta foi um tanto quanto surpreendente, Melissa revelou não saber da infernal e que ela não deveria procurá-la, sendo assim, só havia obedecido-a. O que era comicamente incomum.

A loira retornou até seu escritório após pedir a Melissa que desse a ela um retorno, caso Larissa retornasse. Inconformada em contatar a morena por meio de ligação e não receber respostas, lhe pareceu estranho ver que Larissa não possuía nenhum parente a quem questionar. Somente Melissa, ou Dafne, as garotas que sempre estavam com ela. Quais não possuíam laço sanguíneo algum.

Afinal, de onde Larissa havia vindo, se só estava em Los Angeles a algumas semanas? Mesmo que a boate fosse sua, ainda assim funcionava sem sua presença. Qual era rara no lugar, até as últimas semanas.