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Tudo em volta pareceu parar. Ariel sentiu o pesar em sua cabeça, o corpo arrepiar e o latejamento insistente deixá-lo fraco.

O inferno era tão ruim assim?

Arquejou quando viu o demônio desenhar lentamente um triângulo sobre a moeda de prata tida em mãos, semelhante à de Lúcifer queimada na palma. Dentro dele, uma cruz invertida e logo viu Lúcifer sorrir satisfeita. O ar era denso, a respiração era dificultada e a escuridão era tremenda a volta de todos ali.

-Anitta: Escute-me bem Ariel. Está em meu reino, não ouse usar nenhum poder celestial puro neste ambiente, de forma alguma. Pois aqui você não é um arcanjo poderoso tão pouco perigoso. - a voz soou autoritária e ameaçadora.

Ariel assentiu milimetricamente, com um olhar temeroso. Sentia o pesar das almas um dia vividas, o consumi-lo por inteiro. Lúcifer reconhecia bem, assim como o demônio ao lado direito de Ariel. Entretanto, ambas as infernais não se incomodavam com isso. Havia escuridão por toda parte, um escuro impossível de ser encontrado em paletas de cores mundanas.

A única luz ali, era Lúcifer. A estrela da manhã. A portadora da luz.

Ariel ainda sentia o pesar, o clima instalado era obscuro, rígido. Mantinha-se silencioso enquanto tinha a mão infernal entrelaçada a sua. Fechou os olhos ao ouvir do primeiro portão abrir, sentia medo, nervosismo.

-Anitta: Bem vindo, Ariel. - mencionou com sua voz doce.

Era como se tudo ali, comportasse bem ao chegar de Lúcifer. Tudo temia a ela. Sua voz doce parecia ser a única coisa a ecoar, no que Ariel sentia-se, preso a um cubículo. Entretanto, era um espaço vasto. O arcanjo abriu os olhos com dificuldade, sentia-se esgotado pelo espaço de tempo entre a terra e o inferno. Que levava horas. Assim como da terra aos céus, entretanto, o caminho aos céus não era assustador, era divino, calmo e apaixonante. Totalmente contraditório aquele ar pesado, cheio de sussurros e escuridão.

-Ariel: Esse é o inferno? - questionou baixinho, caminhando em passos vagarosos até atravessar o portão.

-Melissa: Posso bater nele? - questionou a Lúcifer, após ouvir a voz doce e pura.

Ariel a irritava de todas as formas.

Os pés descalços do Diabo tocaram o chão petrificado. Ariel surpreendeu-se com o barulho baixo, como se guiasse o arcanjo e o demônio. Logo, o lugar tornou-se novo como uma metamorfose, com o abrir dos olhos que insistiam em pesar, Ariel e Melissa observaram o enorme caminho ao castelo de estética antiga.

-Ariel: Uou... - sorriu fraco. - Aqui é quente...

Lúcifer sorriu do falar surpreso do arcanjo, ele prendia-a atenção. Entretanto, o riso sumiu dos lábios róseos e carnudos, o ar gélido envolveu o corpo satânico e logo Lúcifer sentiu-se arrepiar.

-Anitta: Estamos em terra sem lei, os demônios não gostam de puros. Sugiro que cale-se, Ariel. - revelou em um tom normal.

-Ariel: Ué, eles não temem a você? - questionou baixinho.

-Anitta: Claro que temem, sou a rainha deles. - disse convicta, o explicando. - Mas é incontrolável para eles, manterem-se estáticos quando sentem energia divina e pura. Os atrai de forma famélica.

Ariel encarou a irmã pela primeira vez, observou as íris bordô mesmo que não possuísse transformação diabólica. Era como olhos humanos, mas... em um tom nunca visto. Seu corpo agora não vestia as antigas vestes, o corpo definido fôra revestido por tecidos negros mesmo que o deixasse parcialmente desnudo.

Melissa sentia-se livre com as vestes infernais, os tecidos negros e finos também a cobriam. O pesar do ar tornava-se comum para Ariel. Ele acostumava-se brevemente.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora